
Android 24 Out
24 de outubro de 2023 66
Satya Nadella, CEO da Microsoft, concedeu uma entrevista ao jornal Axel Springer, da Alemanha, em que faz uma breve retrospectiva de sua gestão em uma das principais empresas de tecnologia do mundo. Entre vários assuntos que incluem jogos e inteligência artificial, o executivo comentou sobre um assunto muito comentado: o Windows Phone.
Descontinuado oficialmente em 2019, o sistema operacional para celulares da empresa deu seu “último suspiro” com o Windows 10 Mobile, que se tornou a última aposta da big tech para um mercado dominado pelo Android e iOS. Nadella admite que abandonar o projeto foi uma das decisões mais difíceis que tomou como líder da Microsoft.
Durante um momento de introspecção na conversa, Mathias Dpfner, entrevistador do jornal, pediu que o diretor-executivo citasse uma de suas decisões considerava um “erro estratégico”, e a resposta direta é a saída do mercado de celulares.
A decisão que acho que muitas pessoas falam — e uma das decisões mais difíceis que tomei quando me tornei CEO — foi a nossa saída do que vou chamar de ‘telefone celular’, como definido na época. Acho que poderia haver maneiras de ter feito isso funcionar, talvez reinventando a categoria de integração entre computadores pessoais, tablets e celulares.
O executivo acredita que, para qualquer empresa de tecnologia, uma das maiores ameaças é não seguir as tendências. Em retrospecto, Nadella afirma já ter presenciado quatro grandes revoluções no mercado: a ascensão dos computadores pessoais, a internet, os dispositivos móveis e a nuvem. Agora, o assunto do momento é a IA.
Falando nas atuais áreas de grande potencial para a empresa, Nadella obviamente menciona a inteligência artificial. Para ele, assim como a nuvem transformou o mercado de software, a IA pode ser uma das próximas grandes revoluções na indústria de tecnologia — seja em buscas na web ou nos aplicativos de produtividade da Microsoft com o Copilot.
O líder comenta também sobre os riscos dessa tecnologia. “Temos preocupações do mundo real hoje”, afirma Nadella. “Nos Estados Unidos e na Europa, estamos falando de questões realmente práticas, como preconceito, desinformação e economia — essas são todas as coisas que teremos que enfrentar para que a IA seja realmente útil, e não prejudicial”.
Outro assunto abordado durante a entrevista remete ao departamento de jogos da Microsoft, especialmente referindo-se à compra da Activision Blizzard, que passou por vários entraves jurídicos colocados por órgãos reguladores de mercado preocupados com uma possível ameaça à concorrência de mercado.
Satya Nadella indica que os jogos fazem parte da identidade da Microsoft, e apenas continuaria a fazer sentido se a empresa seguisse explorando o segmento. “A forma como os jogos são feitos e entregues está mudando radicalmente, então, estamos ansiosos para dobrar a aposta, tanto como produtores de jogos quanto como editores”, disse.
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