Motorola 14 Nov
O Motorola One é o primeiro smartphone que faz parte do programa Android One a ser lançado no Brasil. Em linhas gerais, o aparelho não tem uma interface tão mais limpa que outros aparelhos da marca, ao menos não visualmente.
O dispositivo ainda tem chipset considerado defasado por muitos, trazendo o eterno Snapdragon 625, que já foi utilizado em uma ampla gama de smartphones desde 2016, quando foi lançado pela Qualcomm.
Já mostramos o que achamos do dispositivo em nosso review. Mas será que esse chipset econômico e rápido, ao menos para os padrões de intermediários de dois anos atrás, consegue entregar uma boa experiência em bateria e desempenho ainda?
OBS: Os testes e o vídeo foram feitos antes da atualização para o Android Pie chegar ao dispositivo. Já estamos com o Motoola One de volta à bancada, ainda aguardando o update chegar no modelo que está com a gente, para refazer todos os testes o quanto antes.
Começando com o nosso teste de velocidade, que consiste em abrir, em duas voltas, 12 aplicativos de uma lista padrão que mantemos igual para comparar todos os dispositivos já testados por aqui. Se você ainda não sabe exatamente como funciona, é bem simples.
Começamos abrindo o relógio, para ativar o cronômetro, responsável pela medição do tempo neste teste. Aí, abrimos Câmera, Galera, Configurações, Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon GO e Asphalt 8. Voltamos ao relógio para marcar a segunda volta e reabrimos todos os apps. Sempre aguardando o carregamento total.
O Motorola One foi o aparelho com o Snapdragon 625 mais rápido nesse nosso teste. Ele realizou as duas voltas em apenas 1min24s, superando ainda modelos com chipsets parecidos, como o Umidigi S2.
Ao menos a otimização está boa, inclusive com os aplicativos ficando abertos para a segunda volta, algo que os Moto X4, G6, G6 Plus e Z3 Play não conseguiram fazer. Indicação forte que a Motorola vem fazendo alguma coisa errada em seus dispositivos nos últimos anos.
A otimização do Motorola One fica mais evidente nos testes de benchmark. No AnTuTu, o aparelho superou em boa margem outros dispositivos com hardware parecido, inclusive colocando quase cinco mil pontos de diferença sobre o Mi 5X, por exemplo.
No GeekBench, tanto em CPU quanto em GPU, o Moto One liderou sobre os dispositivos com hardware parecido - o que inclui chipsets concorrentes que possuem mesmo clock ou mais ou menos a mesma velocidade.
Curiosamente, porém, o dispositivo da Motorola não ficou entre os melhores nem no resultado do 3D Mark e nem no GFX Bench, que analisam justamente a GPU. Mas talvez seja por conta da resolução da tela: o aparelho está otimizado para o HD+, e esses dois testes analisam resultados com a tela em Full HD.
- AnTuTu
- 81.072 pontos
- GeekBench
- CPU: 883 / 4.361 pontos (single / multi-core)
- GPU: 3.598 pontos
- 3D Mark
- OpenGL: 485 pontos
- Vulkan: 423 pontos
- GFX Bench
- Manhattan: 400,3 quadros (6,5 fps)
- T-Rex: 1.290 quadros (23 fps)
Nossos testes com jogos são feitos com o auxílio da ferramenta Gamebench, que mede a taxa de quadros e faz uma previsão da autonomia da bateria em jogos. O Motorola One foi bem nos seis títulos padrão de nossos testes, a saber: Asphalt 8, Clash Royale, Modern Combat 5, Injustice 2, Subway Surfers e Vainglory. Se não chegou à taxa máxima de quadros por segundo, ficou sempre perto.
Já no PUBG Mobile, os gráficos ficaram bastante reduzidos, ainda mais em uma tela HD - fato também sentido no Modern Combat 5, aliás. Até dá para jogar, mas se você for um pouco exigente, já não vai gostar do resultado.
A média de autonomia ficou perto das 7 horas, que é um baixo também na comparação com outros aparelhos com hardware parecido.
Jogo | FPS | CPU | GPU | Memória |
Asphalt 8 | 30 | 10% | - | 636 MB |
Clash Royale | 59 | 7% | - | 414 MB |
Injustice 2 | 31 | 19% | - | 924 MB |
Modern Combat 5 | 45 | 25% | - | 855 MB |
PUBG Mobile | 26 | 16% | - | 855 MB |
Subway Surfers | 60 | 30% | - | 364 MB |
Vainglory | 54 | 14% | - | 828 MB |
E o chipset econômico aliado à resolução de tela mais baixa garantem ao Motorola One uma autonomia bastante razoável. Com tela mais ou menos no mesmo tamanho do Moto G6 Plus e bateria menor, o Android One da Motorola conseguiu tempo maior em nossa simulação de uso real, chegando quase em 17 horas. Mas não foi dos melhores aparelhos com o Snapdragon 625, que dominam o topo da nossa lista em autonomia.
O Motorola One não conseguiu tempos muitos bons nos testes específicos quando o comparamos a outros modelos com o chipset Snapdragon 625 ou equivalente. Mas não deixa de ter boas marcas, ficando bem à frente de muitos outros modelos parecidos.
É bom lembrar, no entanto, que nesses casos o tamanho da bateria e da tela influenciam bastante, e tirando o Moto Z Play, que apareceu em segundo na reprodução de vídeo, todos possuem bem mais bateria ou tela bem menor que o Motorola One.
Enfim, o tempo de recarga é um dos menores na comparação com os concorrentes, subindo de 0% a 100% em pouco mais de uma hora e meia. Só perde para o Galaxy A5 2017, que também tem 3.000mAh de carga.
Simulação de uso real
Nossa simulação de uso real consiste em usar o aparelho com uma lista de aplicativos com tempos predeterminados. Quando essa lista é completa, consideramos o fim de um ciclo, e aí damos uma pausa de 30 minutos até recomeçar.
Tudo é medido com o aplicativo GSam Battery Monitor, que nos ajuda a definir o tempo de uso e de tela, além de mostrar detalhes como temperatura e apps que mais consomem a carga. Eis a lista, com os respectivos tempos de uso:
- 6 minutos de uso (cada) - WhatsApp, Youtube, MX Player (sempre em Full HD), Spotify, PowerAmp (música offline) e Chrome;
- 1 minuto (cada) - Pokémon Go, Asphalt 8, Subway Surfers, Candy Crush, Modern Combat 5 e Injustice;
- 4 minutos de chamadas em 3G/4G;
- 2 minutos de uso (cada) - Facebook, Gmail e GMaps
Resultados
Após um dia inteiro de testes com o Motorola One, chegamos aos seguintes resultados
- Foram necessárias 16 horas e 51 minutos para esgotar a bateria do aparelho, que apresentava 1% de carga restante depois de metade do 12º ciclo.
- A tela permaneceu ligada por 9 horas e 37 minutos.
- Neste período foram feitas ligações que totalizaram 58 minutos.
- Realizamos 11 ciclos completos de testes e praticamente todo o segundo ciclo, incluindo:
- 72 minutos de navegação no Chrome;
- 360 minutos de WhatsApp, Spotify, PowerAmp, MX Player e YouTube (84 minutos cada);
- 66 minutos de jogos (Pokémon Go, Subway Surfers, Candy Crush, Injustice, Modern Combat 5 e Asphalt 8);
- 66 minutos de Facebook, Gmail e Google Maps (22 minutos cada);
- 46 minutos de chamadas de voz via 3G/4G;
- O app que mais consumiu foi o YouTube;
- O app que menos consumiu foi o Telefone;
- A temperatura ficou entre 25 e 35°C;
- O tempo de recarga foi de 1h36min;
- Em reprodução de vídeo Full HD, o Motorola One suportou 11h26min;
- Já em gravação de vídeo, foram 5h09min;
- As videochamadas duraram 6h43min.
O Motorola One não foi mal em nossos testes de desempenho e bateria, considerando que é um aparelho intermediário. Mas há opções melhores com hardware parecido e que estão mais baratos, especialmente por serem lançamentos anteriores.
A vantagem fica por conta das atualizações. O Moto One com certeza vai receber o Android que vem depois do Pie, além de pacotes de segurança até pelo menos 2020. Se a sua prioridade são os updates, ao menos não vai perder tanto em relação à autonomia e nem em desempenho comparado a modelos próximos.
Em destaque
Transmissão encerrada!
Bom, é isso. Com apenas 2% de carga depois de metade do 12º ciclo, encerramos o teste de bateria do Motorola One.
O Motorola One tem 8% de carga depois de 11 ciclos. Vamos ver como ele fica depois de 30 minutos de descanso para decidir se tentaremos mais um ciclo.
Desta vez a bateria se manteve nos mesmos 36% do final do ciclo anterior. E iniciamos o 9º com essa carga.
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