O Realme GT ganhou versão global semana passada, trazendo as mesmas especificações do modelo chinês e preço competitivo para se tornar o celular com Snapdragon 888 mais barato do mundo.

Mas será que o novo top de linha focado em custo-benefício entrega mais do que só um chip potente? É o que vamos começar a descobrir nesse hands-on com teste de desempenho e câmera feito em parceria com nossos irmãos do HD Blog.

O Realme GT não é um aparelho pequeno, já que tem tela de 6,43 polegadas, mas também não é tão grande quando olhamos para titãs como Galaxy S21 Ultra e iPhone 12 Pro Max. Seu peso de 186 gramas também não chega a incomodar, conferindo ao aparelho um ar de robustez, mas sem cansar após algum tempo de uso.

Ele chega ao mercado nas cores azul, prata e amarelo, este último sendo justamente o que recebemos para review, que conta com uma faixa preta cortando toda a parte traseira desde o módulo de câmeras.

O visual nas demais cores não tem nada muito diferente do que a Realme fez em outros modelos lançados recentemente, como os próprios Realme 7 5G e 7 Pro. Temos um módulo de câmeras retangular no canto superior esquerdo com três câmeras e o flash LED, enquanto na parte frontal a câmera fica em um furo também no canto superior esquerdo.

O botão de energia fica ao lado direito junto da gaveta para dois chips SIM, enquanto os de volume ficam ao lado esquerdo. Na lateral inferior ficam a saída de som, a porta USB-C e a muito bem-vinda porta P2 para fones de ouvido, algo que pouco se vê em modelos top de linha.

Os modelos em prata e azul contam com corpo construído em alumínio e traseira coberta por vidro, enquanto esse amarelo tem traseira em couro sintético, com a faixa preta sendo feita no mesmo vidro brilhante dos outros modelos.

Se você acha que a Realme economizou em tela e som para chegar ao preço de venda do Realme GT, achou errado. O aparelho tem uma ótima tela Super AMOLED Full HD de 6,43 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz, trazendo ainda som estéreo para completar o conjunto multimídia.

A tela tem leitor de digitais integrado que funciona bem, entrega bom nível de brilho para conseguir enxergar o conteúdo sem dificuldade em ambiente externo, e vem até com película pré-aplicada.

O volume dos alto-falantes estéreo não é extremamente alto, mas é o suficiente para aumentar a imersão ao assistir vídeos e jogar, principalmente. Para ouvir músicas é mais indicado usar a porta P2 para conectar um acessório de qualidade.

O Realme GT não economiza em hardware, trazendo Snapdragon 888 ao lado de até 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, e foi justamente essa a versão que recebemos para testar.

Isso significa que você vai conseguir rodar tudo o que quiser da Play Store em qualidade máxima por algum tempo, seja para aproveitar seus jogos ou para navegar entre várias redes sociais sem engasgos.

Ainda vamos precisar de mais testes para poder definir como o Realme GT se sai ao lado de outros flagships como Mi 11 e Galaxy S21, mas no geral ele conseguiu se sair bem no teste de abertura de aplicativos e marcou pontuações altas em benchmarks, criando uma expectativa boa para a análise completa.

O Realme GT vem com Android 11 sob a interface Realme UI 2.0, trazendo várias opções de customização e uma cara que lembra bastante a versão pura do sistema. Infelizmente na parte de atualizações a Realme não é das melhores, garantindo apenas que atualizará seus aparelhos conforme achar necessário, mas sem dar detalhes sobre isso.

A lista de especificações do Realme GT inclui:

• Tela Super AMOLED de 6.43 polegadas com resolução FHD+
• Display com entalhe de furo e taxa de atualização de 120 Hz
• Processador Snapdragon 888
• 8 GB ou 12 GB de RAM
• 128 GB ou 256 GB de armazenamento interno
• Câmera frontal de 16 MP (f/2.5)
• Três câmeras traseiras:
  • Sensor principal de 64 MP (f/1.8)
  • Sensor grande-angular de 8 MP (f/2.3)
  • Sensor macro de 2 MP (f/2.4)
• Porta USB-C, 5G, som estéreo, NFC, Bluetooth 5.2 e dual-SIM
• Bateria de 4.500 mAh com suporte para carregamento rápido de 65W
• Android 11 rodando sob a Realme UI 2.0

A bateria do Realme GT é pequena para os padrões atuais, e pode deixar muita gente preocupada pelo conjunto robusto de especificações do aparelho. Ainda vamos precisar ver mais a fundo como os 4.500 mAh se saem, mas considerando o que outros aparelhos da marca apresentaram, devemos ter ao menos um dia inteiro de uso sem grandes problemas.

O ponto positivo mesmo está na recarga de 65 W que já se mostrou uma ótima opção com o Realme 7 Pro, devendo cravar o mesmo tempo de cerca de 40 minutos para ir de 0 a 100% no Realme GT.

Talvez o ponto em que a Realme mais cortou custos no GT foi em câmeras. Não que o aparelho tenha câmeras ruins, mas certamente ficam abaixo de outros modelos top de linha.

O sensor de 64 megapixels consegue gerar imagens bacanas em ambiente de boa luz, com HDR acertado e cores balanceadas. Já em locais com iluminação mais precária temos algo bastante similar ao que foi encontrado no Realme 7 Pro, mostrando um nível mais próximo do nicho de intermediários do que de tops de linha.

A câmera ultra-wide de 8 megapixels derruba bastante a qualidade, com tendência a estourar imagens em ambiente muito iluminado e distorções notáveis nos cantos da imagem, além de nível de detalhes bem menor e desempenho mais pobre em ambiente noturno.

A câmera macro de 2 megapixels é apenas um quebra-galho para quem quer tirar foto bem de pertinho, mas dependendo da situação vale mais usar a aproximação digital da câmera principal do que o sensor macro.

O mesmo vale para a câmera de selfies de 16 megapixels. As imagens são “postáveis” em redes sociais, mas nada que salte aos olhos.

Vamos ter uma ideia melhor de todas as câmeras e fazer mais testes com gravação de vídeos para a análise completa.

O Realme GT mostrou que tem tudo para ser uma nova febre no mercado de smartphones, custando menos que muito intermediário por aí e trazendo conjunto digno de ser chamado de top de linha, com exceção talvez para o conjunto de câmeras.

Temos construção robusta em metal e vidro ou couro sintético, tela Super AMOLED de 120 Hz, som estéreo, bateria razoável que recarrega muito rápido e, claro, hardware de ponta para rodar tudo sem medo de ser feliz. Tudo isso custando 400 euros no mercado internacional, ou cerca de R$ 2,5 mil.

Se ele vale a pena? Ainda é cedo para dizer, até porque nem sabemos se chega ao Brasil e quanto será cobrado por ele em nosso país, mas quem tem a opção de importar deve certamente ficar de olho porque o Realme GT promete.