
Jogos 14 Dez
21 de dezembro de 2022 0
Lançado em 2015 para PlayStation 4, Xbox One e PC, The Witcher 3: Wild Hunt ganhou o mundo por apresentar tudo o que os fãs de RPG esperavam: uma história complexa que mudava conforme as suas escolhas, personagens carismáticos, sistema robusto de personalização e um mundo gigantesco, repleto de monstros e segredos prontos para serem descobertos.
Sete anos depois, a CD Projekt Red finalmente traz o jogo para a nova geração como um upgrade gratuito para quem adquiriu o título anteriormente, contando com melhorias que vão além dos gráficos. Apesar de ter conquistado o coração de muitos no PlayStation 4 e Xbox One, o jogo sofria com alguns problemas técnicos, como bugs e quedas nas taxas de quadro por segundo.
Com a promessa de ser a versão definitiva e encantar novamente os jogadores apresentando Geralt e seus amigos para uma nova geração, será que esse relançamento faz bonito e se justifica? Confira em nossa análise!
Alguns jogadores podem se sentir intimidados para jogar o título por não terem experienciado os jogos anteriores e apenas assistido à série da Netflix. Porém, você pode começar a aventura sem nenhum conhecimento prévio, já que a história é “mastigada”, mas é bom frisar que você perderá algumas referências e o retorno de alguns personagens não terá o peso devido. Por isso, eu recomendo procurar um resumo ou vídeo explicativo do YouTube, o que irá enriquecer a sua experiência com o jogo.
The Witcher 3: Wild Hunt ocorre no Continente, uma terra ficcional de fantasia baseada na mitologia eslava. Ela é cercada por dimensões paralelas e mundos extradimensionais habitados por humanos, elfos, anões e monstros. Esse cenário enfrenta uma guerra entre o império de Nilfgaard, que invade as Terras do Norte e a Redania.
O protagonista é Geralt de Rivia, um caçador de monstros treinado desde sua infância em combate, alquimia e magia. Ele passou por um ritual onde sofreu mutação e desenvolveu força sobre-humana, velocidade e resistência a toxinas, recebendo o título de bruxo e deve embarcar em uma jornada com sua amada Yennefer para salvarem sua filha adotiva, Ciri, da temível Caçada Selvagem, um misterioso grupo de guerreiros espectrais de outra dimensão liderados pelo elfo maligno Eredin.
O roteiro de The Witcher 3 é magnífico, repleto de reviravoltas e faz com que cada decisão do jogador leve a uma consequência imprevisível. Por diversos momentos, você ficará reflexivo como uma escolha pode produzir efeitos horríveis, além de trazer uma bela mensagem: em uma história cheia de monstros, os humanos acabam sendo as piores criaturas.
Para terminar a história principal, o jogador levará mais de 50 horas, um valor impressionante e um atrativo para aqueles que gostam de aventuras maiores. Porém, somado com as missões secundárias e tudo o que o jogo tem a oferecer, The Witcher 3 pode oferecer cerca de 200 horas de conteúdo, isso sem considerar as duas expansões Hearts of Stone e Blood and Wine, que trazem, combinadas, mais de 40 horas de extras.
The Witcher 3: Wild Hunt é um RPG de ação em mundo aberto com foco na narrativa e exploração, trazendo um combate complexo que pode assustar alguns com suas diversas opções, mas que vale a pena o esforço para ser dominado. Afinal, se você não fizer isso, suas chances de sobrevivência cairão drasticamente, principalmente nas últimas dificuldades.
Geralt utiliza duas espadas: uma de prata para matar os monstros e outra de aço para os humanos. Há um ataque leve e outro forte, além de um botão para defesa, um para esquiva e outro para rolar. Não espere piruetas e nem loucuras, The Witcher 3 tem o combate pautado na esgrima, então espere lutas que envolvem posicionamento correto e paciência para desferir o golpe.
Porém, como um bom bruxo, o protagonista também domina alguns feitiços, chamados Sinais. Cada um deles produzirá um efeito diferente e bem útil, tanto nas batalhas quanto nos diálogos. Por exemplo, Quen permitirá a criação de um escudo energético para absorver danos, enquanto Axxi funciona como os truques mentais dos Jedi em Star Wars, permitindo influenciar os inimigos ou um NPC a fazer o que você quer.
Um dos grandes destaques The Witcher é o sistema robusto de alquimia. Na trama, o bruxo é versado em combinar ingredientes para criar poções e óleos que darão bônus nas batalhas. Geralmente, esses ingredientes são encontrados espalhados pelo mapa, com boa parte sendo obtida ao matar monstros.
Geralt pode tomar misturas que darão vantagens, como enxergar no escuro, curar ferimentos e ter maior resistência a dano, mas não poderá ultrapassar o limite da barra de toxicidade, dando uma dose de estratégia. Nos confrontos, você poderá também utilizar óleos nas suas armas, que permitirão causar dano extra a certos tipos de monstros, como aparições e necrófagos.
Porém, os materiais não servirão apenas para poções e óleos. O jogo conta com um sistema que permite criar outros itens, armas e armaduras, algo que fará total diferença na sua aventura. Um jogador atento poderá obter itens raros na exploração e diagramas, que permitem a criação de objetos poderosos que darão uma boa vantagem durante a história.
Como todo bom RPG, The Witcher 3 conta um sistema de árvore de habilidades, focado em ataques, magias, alquimia e outras vantagens indispensáveis para um caçador de monstros. É gratificante como o jogador pode escolher o caminho que achar melhor, permitindo que duas jogatinas diferentes tenham personagens com abordagens diferentes.
Um detalhe importante do jogo é seu sistema de progressão e entendê-lo pode ser confuso em um primeiro momento. Ao contrário de outros títulos do gênero, ele não incentiva o jogador a passar horas matando inimigos. Ele recompensa o jogador curioso que explora o mapa atrás de segredos, completa missões, mata monstros e se engaja em atividades extras, como o Gwent.
Por falar em Gwent, essa é uma das atividades mais viciantes de The Witcher 3: Wild Hunt. Criado especialmente para o título, ele é um jogo de cartas que utiliza cenários, personagens e criaturas da mitologia do mundo onde o jogo ocorre. As partidas exigem estratégia, paciência e são rápidas, mas sua curva de aprendizado é agradável e você se tornará um mestre sem nem perceber.
A exploração de The Witcher 3 é riquíssima e dá uma boa dose de liberdade, salvo por alguns poucos ambientes bloqueados que exigem progressão na história. Outro ponto que também irá limitar sua mobilidade no início são os inimigos de nível alto, mas é possível passar correndo e se você for esperto, conseguirá obter tesouros antecipadamente, o que dará uma boa vantagem no início.
Por falar nas criaturas, o mundo de The Witcher 3 é riquíssimo de monstros e alguns deles precisam ser caçados através de contratos. Cada um deles é único, trazendo uma narrativa intrigante e uma reviravolta, sendo a minha atividade favorita no geral. Resumidamente, o jogo não brilha apenas na história principal, mas também nas suas missões secundárias, com eventos que trarão reflexões interessantes que servem para a sociedade atual.
The Witcher 3 na nova geração não deve ser encarado como um título totalmente refeito para o PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. Na realidade, ele está bem próximo de um remaster que visa trazer melhorias gráficas e refinamentos gerais, tornando a aventura mais completa e agradável.
Nas melhorias práticas, a CD Projekt Red refinou um dos principais problemas da geração passada: as quedas. Anteriormente, Geralt poderia morrer por pular de alturas ridículas ou sofrer dano injustamente. Agora, o bruxo não se tornou o Homem-Aranha, mas agora você poderá descer os barrancos e pegar atalhos sem medo de ir direto para o caixão ou ser punido exageradamente.
Outros destaques incluem coletar plantas instantaneamente, sem a necessidade de apertar outros botões, diferentes velocidades de locomoção, lançamento rápido de sinais, melhorias ambientais e de clima, além de melhorias no menu de acesso rápido, permitindo mudar itens equipados sem acessar a janela de inventário e o amado modo foto para aqueles que buscam seu novo papel de parede ou querem apreciar a direção de arte.
Na parte técnica, a CD Projekt Red utilizou mods da comunidade que corrigem bugs, implementam modelos de personagens e monstros mais detalhados, além de trazer texturas mais nítidas. Porém, as estrelas principais são os modos gráficos: fidelidade com resolução 4K, 30 FPS e Ray-Tracing ou o desempenho, com 60 fps e resolução 4K dinâmica.
Particularmente, achei a aventura muito mais agradável em 60 FPS pela fluidez, já que não vi melhorias significativas com o Ray-Tracing que justificassem jogar nos 30 FPS. Apesar de mods que aprimorassem tantas coisas, o jogo ainda sofre com bugs e quedas de FPS, principalmente no modo fidelidade. Felizmente, a CD Projetk Red está ciente e trabalhando em atualizações.
No PlayStation 5, as novidades ficam pelo suporte ao DualSense, trazendo suporte háptico e dos gatilhos adaptativos, aumentando a imersão na aventura. Para os jogadores iniciantes, The Witcher 3 também conta com as funcionalidades Atividades e Dicas, permitindo receber esclarecimentos para os momentos em que a coisa apertar ou você estiver perdido sem saber o que fazer.
Um ponto que vale citar em The Witcher 3: Wild Hunt é sua trilha sonora. Com belíssimas faixas, elas embalam a aventura nos principais momentos, dando diferentes tons e se fazendo tão presente que são quase um personagem. Ela foi composta por Sonya Belousova e Giona Ostinelli, responsáveis por The Romanoffs e Minority Report.
Entretanto, seria injusto falar da trilha sonora sem reconhecer o trabalho esplêndido da dublagem brasileira. Com um elenco de peso, ela traz vozes de Sergio Moreno e os lendários Orlando Drummond e Isaac Bardavid, que faleceram recentemente, além da localização adaptar bem piadas e outras expressões, fazendo The Witcher 3 ter um gostinho brasileiro, apesar de baseado na mitologia eslava.
Quando lançado há sete anos, The Witcher 3 conquistou o título de um dos melhores RPGs da história e mesmo com algumas limitações da geração passada, o título havia envelhecido bem e continuava a conquistar corações. Com o lançamento na nova geração, não há momento melhor para retornar ao mundo de Geralt e experimentar a versão definitiva com diversas melhorias e refinamento que fazem total diferença, apesar de uns pequenos problemas técnicos que serão resolvidos futuramente em uma atualização.
Outro golaço é a CD Projekt Red tornar o port gratuito para aqueles que contavam com a versão da geração passada, seja digital ou física. Caso você nunca tenha jogado The Witcher 3, não há melhor momento para se aventurar e caçar monstros no Continente.
The Witcher 3: Wild Hunt já está disponível na nova geração para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
O jogo já era bonito na geração passada e impressionava, as melhorias gráficas acentuam o que já era bom.
A CD Projekt Red acerta em refinar o que precisava de atenção, entregando uma versão ainda mais prazerosa de se jogar.
Com um roteiro denso e abordando temas polêmicos e atuais, é uma narrativa repleta de escolhas e reviravoltas que irão prender a atenção do jogador até o fim.
Trazendo diversos aprimoramentos técnicos, como suporte aos recursos do DualSense e Tempest Engine do PS5 para áudio 3D, a aventura se torna ainda mais viciante.
O jogo conta com belíssimas faixas e uma dublagem brasileira de alta qualidade.
The Witcher 3: Wild Hunt na nova geração é a versão definitiva de um dos melhores jogos dos últimos anos e vale ser rejogado ou experimentado pela primeira vez.
*O TudoCelular agradece a CD Projekt Red por ceder uma cópia de The Witcher 3: Wild Hunt no PlayStation 5 para análise!
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