Se você é daqueles ou daquelas que gostam de acessar sites adultos, todo o cuidado é pouco. Isso porque conteúdo pornográfico segue sendo uma grande brecha para ataques de cibercriminosos. O que muda é que o foco agora está no celular.

Levantamento da Kaspersky mostra que ataques contra dispositivos móveis que usam pornografias como "isca" mais que dobraram no último ano. Foram, de acordo com apuração da empresa, 42.973 casos de vítimas de ataques em 2019, contra 19.699 no ano anterior.

Um dado importante é que os ataques em PCs caíram quase 40% no mesmo período. Especialistas da Kaspersky apontam que, por conta do caráter sensível e privado, o conteúdo adulto segue sendo uma das formas mais utilizadas pelos cibercriminosos para disseminar seus ataques, e são antigos, envolvendo phishing, spam e até sansomwares.

A novidade é que os cibercriminosos continuam expandindo os vetores de ataque e aperfeiçoando os seus métodos. Para chegar a esse resultado, a Kaspersky verificou todos os arquivos disfarçados de vídeos pornográficos ou pacotes de instalação relacionados a conteúdo adulto para Android, e executou 200 tags pornô populares nesse banco de dados.

Metade delas (99) continha alguma ameaça voltada para celulares. Em 2018, o total de tags com ameaças eram 115, e isso quer dizer que, embora haja um número menor de tags maliciosas sendo disseminadas, elas estão mais efetivas, uma vez que o número de pessoas atingidas foi duas vezes maior no último ano.

À medida que os usuários estão se tornando mais mobile, os cibercriminosos também acompanham essa tendência. Vimos que, embora a disseminação de malware voltados para PC tenha caído, o oposto acontece em relação aos dispositivos móveis, cujas ameaças não param de aumentar. Embora não tenhamos testemunhado muitas mudanças nas técnicas usadas pelos cibercriminosos, as estatísticas revelam que o tema da pornografia continua sendo uma fonte constante de distribuição de ameaças. E os usuários precisam estar cientes disso, tomando medidas para proteger o acesso aos dados valiosos que mantêm em seus dispositivos".

Dmitry Galov, analista de segurança da Kaspersky.

Programas de publicidade, usados para redirecionar os usuários para páginas de anúncio indesejadas, continuam sendo a ameaça móvel mais agressiva, tanto na variedade quanto no alcance de vítimas. Das dez principais ameaças relacionadas à pornografia para dispositivos móveis em 2019, sete pertenciam a essa categoria.

Não se pode ignorar a maneira como esses ataques também abusam da privacidade do usuário - com vazamentos de dados e informações pessoais sendo vendidas no mercado paralelo por taxas muito pequenas. Atualmente, os cibercriminosos já são capazes de fazer referência cruzada a vários bancos de dados vazados de usuários e, portanto, tomar decisões mais precisas sobre os métodos de ataque, tornando-os mais direcionados e, portanto, mais eficazes. Mais do que nunca, os usuários precisam tomar medidas sérias para se proteger, aplicando métodos avançadas de segurança, instruindo-se para lidar com seus próprios dados na web e avaliando quais riscos sua exposição a determinadas plataformas pode levar".

Dmitry Galov, analista de segurança da Kaspersky.

Os especialistas recomendam algumas ações para evitar ser vítimas de ataques. A primeira é prestar atenção à autenticidade do site, verificando se o endereço inicia com “https”, atualizar programas de segurança de seus dispositivos, não baixar softwares piratas ou outros conteúdos ilegais, mesmo que redirecionados de um site legítimo, ativar no celular o bloqueio da instalação de programas por fontes desconhecidas e utilizar soluções confiáveis de segurança.

Relembre a entrevista com o head da operação brasileira da Kaspersky, Roberto Rebouças.