O Dia das Crianças se aproxima, e muitos pais já se preparam para presentear seus filhos com um smartphone ou tablet. Ao menos é o que indica a pesquisa mais recente da Kaspersky, especializada em segurança digital, desenvolvida em parceria com a empresa de consultoria CORPA.

A análise das empresas foi realizada em seis países da América Latina, estando entre eles a Argentina, o Brasil, o Chile, a Colômbia, o México e o Peru, visando analisar o envolvimento e o comprometimento dos pais e responsáveis com a vida digital das crianças. Foram entrevistados 2.294 adultos com idades entre 25 e 60 anos, com filhos entre 0 e 18 anos.

Os resultados apontam que mais de 70% dos jovens recebe seu primeiro dispositivo eletrônico, seja tablet ou celular, antes de completar 10 anos. No Brasil, a idade média é de 8 anos, com cerca de 29% dos entrevistados recebendo seu primeiro aparelho antes mesmo de completar 6 anos.

A situação se torna preocupante a partir do momento que 72% dos responsáveis participantes admitem não controlar de maneira suficiente as atividades digitais dos menores, com outros 10% não exercendo qualquer tipo de monitoramento, por entenderem que seja algo "desnecessário".

Apesar das declarações, parte considerável dos pais e responsáveis (23%) reconhece as consequências e os efeitos negativos do acesso à internet. Entre os problemas relatados estavam o tempo excessivo em jogos online, o acesso a sites de conteúdo adulto, compras sem consentimento, depressão, queda na autoestima, insônia, diminuição das atividades sociais e, o mais grave, assédio.

"O mundo online é repleto de educação, informação e diversão, e, usado corretamente, pode oferecer enormes benefícios a todas as crianças. Assim como é papel dos pais mostrar aquilo que a web tem de positivo para oferecer, também cabe a eles a conscientização e o conhecimento sobre a melhor forma de monitorar e proteger a experiência online de seus filhos", comenta Roberto Rebouças, gerente-executivo da Kaspersky no Brasil.

Diante disso, a Kaspersky recomenda estabelecer diálogo sobre os perigos da internet com os menores, além de participar das atividades online como um "mentor", definir regras simples e clara sobre o que pode ou não ser feito na internet e o porquê, além de configurar corretamente as ferramentas de segurança e privacidade nas redes sociais para que apenas amigos e familiares possam ter acesso às mensagens das crianças.

A companhia de segurança já havia lançado em agosto uma ferramenta de segurança para smartphones, o SafeSearch, que filtra o conteúdo acessado pelos menores para que conteúdo inapropriado seja bloqueado. Além disso, uma pesquisa recente, desta vez publicada pela ESET, reforça os perigos apontados pela Kaspersky, com relógios inteligentes para crianças podendo ser facilmente invadidos por hackers.