Segurança 31 Jan
Mulheres em vários locais do Brasil tiveram seus perfis do Instagram falsificados nas últimas semanas. Nas contas fraudadas, os golpistas prometem vender conteúdos pornográficos das pessoas sem que elas saibam que estão sendo usadas para esse fim.
De acordo com os vários relatos das vítimas, os golpistas costumam usar perfis públicos no Instagram de mulheres que postam fotos de biquíni ou mais sensuais. Contudo, alguns casos apontam que os criminosos também estão pedindo para seguir contas privadas.
Depois que a conta falsa é criada usando imagens das mulheres vítimas, os golpistas criam uma descrição de perfil bastante chamativa e começam a pedir para seguir várias pessoas potencialmente interessadas nesse tipo de conteúdo.
É nesse momento que vem a segunda parte do golpe: roubar dados de cartões de crédito. Quem se interessa e clica no link presente na descrição do perfil costuma ter as informações clonadas e usadas para fazer compras online.
O perfil falso ainda envia mensagens para os seguidores da vítima, divulgando a nova conta e pedindo para seguirem ela. Os golpistas costumam mudar apenas o nome de usuário para se diferenciar da identificação original da vítima.
As vítimas costumam descobrir que sua conta foi copiada, normalmente, quando alguns dos seguidores que receberam a mensagem do perfil falso e vão verificar. Os golpistas costumam bloquear as vítimas para evitar que a conta possa ser denunciada.
Em nota ao portal g1, o Instagram disse que esse tipo de atividade é proibida na plataforma e incentiva a denúncia das contas. O site também procurou o Wix, plataforma que abrigou um dos sites que afirmam distribuir conteúdos pornográficos das vítimas.
O Wix declarou que se opõe “a todos os tipos de conteúdo abusivo e fraudulento” e que estão “comprometidos em resolver todas as reclamações que chegam aos canais de suporte”. Contudo, a empresa não confirmou a retirada do site falso do ar.
Segundo a advogada Patrícia Peck, especializada em crimes cibernéticos, os golpistas focam, principalmente, em mulheres que têm bons números de engajamento nas redes sociais, já que há mais chances de trazer pessoas para o golpe do cartão.
Em entrevista ao g1, Patrícia disse que é muito difícil evitar que um perfil no Instagram seja clonado, mas que dá para achar mais rapidamente se sua imagem está sendo usada de forma indevida ao fazer "rondas" periódicas em buscadores sobre seu nome e por imagem.
Para as vítimas que tiveram os seus cartões de crédito clonados, a dica é não clicar em sites suspeitos, evitar compras por impulso e inserir seus dados em sites desconhecidos.
A recomendação das autoridades é que as vítimas desse golpe façam prints e salvem a URL do perfil e do site de conteúdo adulto, que servem como provas do crime. Depois disso é necessário fazer um boletim de ocorrência e notificar as plataformas envolvidas.
Quanto mais pessoas denunciarem o perfil, mais rápido a plataforma identifica que ele é falso e o derruba. Caso a rede social não remova o perfil, o Marco Civil da Internet determina, pelo artigo 19, que os provedores tirem a conta do ar após ordem judicial.
Comentários