A STAT Health apresentou um dispositivo intra-auricular chamado de “STAT”, que pode prever tonturas e desmaios em pacientes ao medir o fluxo sanguíneo na cabeça. Criado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, do Brigham and Women’s Hospital e da Escola de Medicina de Harvard, a invenção pode ajudar pessoas que sofrem de Covid longa.

O dispositivo aprende as características únicas do corpo de cada usuário, detecta mudanças na frequência cardíaca e verifica a pressão arterial sempre que o paciente se levanta após se sentar ou se deitar, conseguindo prever um desmaio minutos antes que ocorra. Para isso, o STAT utiliza um sensor óptico que rastreia o movimento de artérias.

Tonturas, dores de cabeça, desmaios e fadiga são sintomas comuns de pessoas acometidas por casos de Covid longa, síndrome da taquicardia postural ortostática (POTS) e outros quadros que acometem mais de 13 milhões de estadunidenses, segundo a STAT Health.

Para dar suporte a esses indivíduos, o STAT pode ser usado na orelha 24 horas por dia — até mesmo durante o banho. Sua bateria dura vários dias e pode ser recarregada através de um painel solar integrado, portanto, caso o usuário possua uma rotina em ambientes externos, o dispositivo pode não precisar ser retirado do ouvido para a recarga.

A orelha é uma parte estratégica para a detecção de tonturas e desmaios. “O ouvido é uma mina de ouro biométrica devido a sua proximidade com o cérebro e as principais artérias”, explica Daniel Lee, cofundador e CEO da STAT Health. “Isso permite que novas biometrias, como o fluxo sanguíneo para a cabeça e tendência de pressão arterial, sejam possíveis.”

A STAT Health aguarda pela aprovação da Food and Drug Administration (FDA) para uso como um “produto de bem-estar”, mas acredita que o aparelho poderá ser fundamental para de pessoas acometidas por síndromes ortostáticas.

“O objetivo é dar a eles uma ferramenta para medir o que importa para que possam viver uma vida normal mais do tempo”, disse Lee. Espera-se que o STAT seja disponibilizado em modelo de assinatura por US$ 50/mês (cerca de R$ 240/mês).

Um estudo publicado em março por especialistas do Laboratório de Percepção Social da Universidade Dartmouth, nos Estados Unidos, acompanhou pacientes que apresentaram “cegueira facial” e outros sintomas neurológicos após infecção pelo coronavírus.

Os pesquisadores observaram que várias pessoas acometidas por casos longos relataram que suas habilidades cognitivas e perceptivas diminuíram desde que tiveram Covid-19. Análises prévias mostraram também que o vírus causador da doença pode se alojar no cérebro, músculos e nervos dos pacientes.