
Curiosidade 28 Mar
03 de abril de 2025 0
Se você acessou as redes sociais nos últimos dias, certamente se deparou com uma enxurrada de fotos publicadas dos seus amigos, familiares e outras pessoas que segue no estilo de animação.
Apesar de usadas sem receio pelos internautas, essas imagens podem representar um risco para a segurança digital do indivíduo. O Detetive TudoCelular foi atrás de mais informações sobre o tema e mostra a você agora.
Essas fotos com um visual de desenho são feitas no estilo do Studio Ghibli, um estúdio de animação japonês, criado em 1985 na cidade de Koganei, em Tóquio. Entre os principais filmes feitos pela empresa, estão A Viagem de Chihiro e Meu Amigo Totoro.
O cofundador e principal nome é Hayao Miyazaki, diretor de quase todas as produções da empresa – a não ser por sete títulos – e hoje aposentado com 84 anos. No ano de 2016, ele já havia dito, ao ver um vídeo criado com IA, ter ficado “totalmente enojado” e que “nunca desejaria incorporar essa tecnologia”, pois “isso é um insulto à própria vida”.
De maneira contrária ao principal nome desse estilo, a OpenAI resolveu aplicar as características consagradas do estúdio em cenário e traços de personagens para transformar fotos reais de usuários nesse design, por meio da Inteligência Artificial generativa do ChatGPT – mais especificamente, do GPT-4o.
A trend resultou em um aumento de 1 milhão de contas e uma presença de 150 milhões de usuários ativos em uma semana no chatbot. Mesmo com tamanha repercussão, o Studio Ghibli ainda não se manifestou sobre a criação de imagens com seus traços.
Você pode conferir como é feita a conversão para esse estilo nas imagens por meio da coluna TC Ensina dedicada ao assunto.
Apesar de ter recebido um grande engajamento nas redes sociais e chamar a atenção dos seguidores, é necessário se atentar para os problemas de cibersegurança que essa ferramenta pode gerar.
Uma delas está no envio das suas imagens para a plataforma onde a transformação em desenho animado é realizada. De acordo com o sócio do VGJr Advogados e especialista em Propriedade Intelectual e IA, Vanderlei Garcia Jr, o comportamento gera preocupações que englobam principalmente os direitos cedidos sem perceber.
“Certamente, ao enviar fotos pessoais para essas ferramentas, o usuário pode estar cedendo, muitas vezes sem perceber, direitos sobre o uso da imagem e compartilhando de dados pessoais, seus ou de terceiros sem qualquer autorização.”
Vanderlei Garcia Jr
Sócio do VGJr Advogados e especialista em Propriedade Intelectual e IA
Garcia Jr ainda alerta que, mesmo que as plataformas digam que não armazenam ou usam as imagens em um momento posterior, os termos costumam abrir brecha para o aproveitamento desses materiais para treinamento de algoritmos, o que incluiria as imagens em bases de reconhecimento facial.
Já o diretor de IA e Inovação da Norton, Iskander Sanchez-Rola, acrescenta que, caso o usuário não desabilite a opção de histórico do chat, as interações com o modelo de IA ficam salvas de maneira automática com a finalidade de melhorar o sistema, por tempo indefinido – o que poderá significar muitos anos.
Sanchez-Rola destaca ainda uma preocupação dessas imagens geradas por IA, que está na exibição de informações sensíveis na própria foto, como o nome da escola onde seu filho estuda, por exemplo.
“Um ponto importante a considerar é como o texto nas imagens geradas por IA melhorou consideravelmente. Se antes você tinha cautela ao publicar certas fotos por motivos de privacidade, agora deve ser ainda mais cuidadoso. Por exemplo, uma imagem no estilo Ghibli com seu filho em frente a uma escola pode ser muito bonita, mas também pode estar revelando o nome da escola onde ele estuda, uma informação que agora pode ser visível para muitos na internet. Os usuários têm duas opções: evitar incluir logotipos ou textos visíveis nas imagens ou pedir ao modelo para removê-los da imagem gerada.”
Iskander Sanchez-Rola
Diretor de IA e Inovação da Norton
Outra ameaça de despejar esse tipo de conteúdo na web está no risco de vazamentos, que possam colocar na mão de desconhecidos e cibercriminosos as suas fotos originais e demais dados pessoais.
Segundo o sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, Alexander Coelho, esse tipo de perigo é ainda maior quando a plataforma está sediada em países com legislações mais permissivas.
“Afinal, como diz um velho provérbio digital: na internet, se você não está pagando, o produto é você.”
Alexander Coelho
Sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Digital e Proteção de Dados
O especialista da Norton indicou algumas recomendações para se manter seguro na hora de utilizar ferramentas de Inteligência Artificial. A primeira delas consiste em não compartilhar informações sigilosas, detalhes privados ou confidenciais durante as interações com a IA.
A segunda dica consiste em revisar as políticas de privacidade, para saber como as suas informações sensíveis serão armazenadas e tratadas pelas plataformas. Vale também se manter informado a respeito das últimas tendências do setor de IA e de cibersegurança, para não cair em eventuais tentativas de golpe.
Outra sugestão está no uso de senhas fortes e únicas, para dificultar o acesso ilegal por criminosos cibernéticos. Para completar, é importante ter um software antivírus instalado, capaz de identificar ameaças de malware no seu dispositivo.
Você chegou a criar a sua imagem no estilo do Studio Ghibli pelo ChatGPT? Pretende fazer algo para proteger seus dados? Relate para a gente no espaço abaixo.
Celular mais rápido! Ranking TudoCelular com gráficos de todos os testes de desempenho
Celular com a melhor bateria! Ranking TudoCelular com todos os testes de autonomia
Nada de Black Fraude! Ferramenta do TudoCelular desvenda ofertas falsas
Microsoft destaca novos recursos na build 26100.1876 do Windows 11 24H2
Comentários