Se você se interessa por drones, com certeza já ouviu falar sobre a DJI. Fundada em 2006 pelo empresário Frank Wang, a marca é constantemente apontada como a melhor do segmento e virou um símbolo do progresso tecnológico chinês. Porém, para o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS no original em inglês), a empresa não é nada mais do que uma espiã da China, utilizando as câmeras embutidas em seus produtos para "captar informações sensíveis a respeito da infraestrutura dos EUA".

A informação se tornou pública após o vazamento de um memorando interno da corporação, que foi analisado e divulgado pelo jornal The New York Times. Datado de agosto, o documento afirma que todos os dados capturadores por sensores e câmeras dos drones da DJI são automaticamente enviados para servidores da companhia localizados em Taiwan e em Hong Kong. Ao longo de suas seis páginas, o relatório cita "fontes confiáveis" e observa que, nos termos de uso dos aplicativos necessários para usar os equipamentos, o usuário precisa concordar com um termo bastante suspeito:

Por favor, note que, caso você conduza voos em determinados países, seus dados de voo podem ser monitorados e oferecidos às autoridades governamentais de acordo com as normas regulamentadoras locais.

O governo estadunidense também aponta que, em julho de 2017, ao menos dez organizações de grande porte com operações nas áreas de transporte ferroviário, educação, segurança, mídia e agricultura utilizavam drones fabricados pela DJI, o que daria uma visibilidade absurda sobre o território norte-americano aos espiões chineses.

Os chineses se defendem

Procurada pelo The New York Times, a DJI afirmou que as alegações do memorando não têm fundamento algum e que o DHS deveria se retratar a respeito delas. Ainda assim, venhamos e convenhamos que, observando as circunstâncias, a tal teoria é muito interessante. Caso queira, você pode clicar aqui para ler o documento vazado na íntegra (em inglês).