O ano de 2021 foi marcado pela consolidação dos NFTs, que valem milhões e já são considerados pelo mercado de artes plásticas. Mas agora, há um briga que só mesmo a era dos memes e da reprodutibilidade infinita poderia produzir. Dois projetos de NFT estão vendendo versões espelhadas do Bored Ape Yacht Club — isto é, aproveitam uma arte muito cara como falsificação, apenas virando as artes e, portanto, tornando-as únicas.

E agora o mercado digital OpenSea baniu as coleções PHAYC e Phunky Ape Yacht Club (ou PAYC), e, como consequência, os dois duelam para seguir revendendo seus macacos enquanto se esquivam das normas do mercado. O PAYC foi lançado em dezembro, na luta contra os ricaços que, supostamente, estavam dominando o mercado original dos macacos. Já o PHAYC chegou um pouco depois, com um site irônico, que se propunha como uma sátira dos NFTs.

Mas agora, entre sátira e crítica, os dois projetos têm brigado no Twitter para saber qual é a "falsificação original", por assim dizer. PHAYC cobrou das pessoas para cunhar seus macacos, e CoinDesk relata que obteve cerca de 500 ETH (mais de R$ 10 milhões em vendas), enquanto o PAYC aponta ter ganhado cerca de 60 ETH (R$ 1,2 milhão) com suas vendas pagas.

Seja qual for o original, há um terreno perigoso que esbarra em direitos autorais, já que Yuga Labs detém os direitos do Bored Ape e, não à toa, ambos foram expulsos do OpenSea e de outros concorrentes, como o Mintable. Os projetos paralelos poderiam ainda justificar que estão jogando o jogo das artes digitais caso recebem alguma notificação judicial, mas o precente de NFTs na justiça ainda é raso.

Em reportagem ao portal The Verge, o PAYC disse que não recebeu nenhum ameaça legal dos criadores, enquanto estes não se manifestaram sobre um possível processo. Por enquanto, então, a ideia é vender do jeito que dá, antes que a situação piore.