Um novo estudo da Universidade de Cambridge, publicado na revista Nature, promete acabar ou, ao menos, reduzir a incidência do burn in (também conhecido como “efeito fantasma”) dos displays OLED usados na maioria dos televisores da atualidade.

De acordo com o documento, o processo envolve um método específico de revestimento destinado apenas aos diodos responsáveis pelas luzes azuis, com o benefício adicional de simplificar – e baratear – o processo de fabricação dos paineis.

O burn in é, em termos visuais práticos, o contorno fixo de uma imagem previamente exibida na TV – essencialmente, uma imagem que ficou estática por tanto tempo ou por tantas vezes que ficou “marcada” nos emissores de luz (diodos) do display. Isso não é um problema exclusivo dos paineis OLED e ocorre desde a época do televisor de plasma.

O que os estudiosos de Cambridge descobriram é que, por meio de um controle específico aos diodos que emitem a luz azul, isso pode ser minimizado, se não completamente prevenido. O método foi chamado de “encapsulamento covalente por meio de tiras de alquileno”.

Um “alquileno” é um componente químico (hidrocarboneto) com propriedades capazes de alterar a estrutura atômica de alguns grupos de moléculas. Essas alterações são variadas, mas todas resultam em novas capacidades para as moléculas alteradas.

No caso dos paineis OLED, os cientistas afirmam que a luz azul, especificamente, é extremamente instável e pouco eficiente, e a maior parte do burn in ocorre por causa dela. O problema: os diodos de luz azul são essenciais na construção do display, então não são algo que possa ser simplesmente trocado ou abandonado.

Assim, os pesquisadores de Cambridge decidiram testar materiais para revestir – ou “encapar” – o diodo problemático e, entre uma série de tentativas, as tais tiras de alquileno tiveram o resultado mais promissor.

O benefício adicional de barateamento de fabricação vem do fato de que, hoje, fabricantes usam vários tipos de revestimento de diodo ao mesmo tempo no intuito de reduzir o efeito fantasma – o que joga os custos de produção para cima.

Com a adoção das tiras de alquileno, as empresas do setor podem ter uma solução única e, consequentemente, as companhias não terão de procurar diversos materiais adicionais, assim gastando menos nas linhas de produção.

Vale citar, no entanto, que embora a ideia da Universidade de Cambridge tenha dado certo, ela ainda é uma prova de conceito e não está pronta para ser comercialmente testada. Isso, infelizmente, depende das empresas investirem nesse tipo de pesquisa.

Em outras palavras: ainda vai demorar para vermos qualquer resultado nos televisores OLED disponíveis para compra.