Jogos 24 Abr
Jogar videogame para relaxar é uma das atividades mais corriqueiras da atualidade, mesmo que seja alguma coisa agitada como Call of Duty, God of War, Super Mario ou Need For Speed. Mas e se você não precisasse matar ninguém ou correr em alta velocidade, apenas contemplar o fundo do mar e nadar literalmente com os peixes?
Essa é a proposta de Endless Ocean Luminous, o terceiro capítulo da franquia lançada em 2000 para Wii. Desenvolvido pela Arika e publicado pela Nintendo, a aventura aposta na fuga do convencional e da abordagem simples para enganar os jogadores.
Com um mercado abarrotado de aventuras alucinantes e frenéticas, Endless Ocean Luminous chega como uma opção totalmente diferente para relaxar, mas será que conseguirá manter a sua atenção por muito tempo? Confira em nossa análise!
Enquanto o primeiro jogo da franquia não tinha enfoque na história, o segundo título trazia uma narrativa. Em Endless Ocean Luminous, a Arika optou por pegar o melhor de dois mundos: inserir o contexto da exploração em uma nova história.
Esqueça o herói desmemoriado com poderes, você irá salvar o mundo, mas não da forma que pensa. Em Endless Ocean Luminous você será um pesquisador que irá mergulhar no Veiled Sea para investigar uma estranha doença que está afetando o World Coral, um grande organismo vivo do mar.
A partir daí, você precisará catalogar diversas espécies de peixes e entender como eles interagem com o ecossistema. Entretanto, o jogo não se prende ao realismo e também insere pequenas doses de fantasia, mas nada muito absurdo.
Entretanto, o sistema de progressão na história pode ser frustrante por estar atrelado a tarefas para conseguir avançar na narrativa. Quer chegar ao segundo capítulo? Então, escaneie 500 espécies de peixes para ver uma pequena custcene e agora vá lá procurar outros 1.000 para desbloquear mais um capítulo.
Isso faz a trama durar mais, mas é uma medida artificial que fará muitos jogadores desistirem de avançar na história e ficarem apenas no modo de exploração livre. Afinal, as tarefas vão aumentando consideravelmente entre os capítulos, o que pode gerar mais de 30 horas estudando peixes.
No geral, a história é bem simples e não envolve nada mirabolante, apenas quer que o jogador relaxe e aproveite. Justamente por isso é estranho a desenvolvedora colocar um “grind” tão agressivo para impedir que os usuários aproveitem a narrativa sem exigências.
Em Endless Ocean Luminous o jogador não encontrará combate ou ação. Como um pesquisador que estuda o fundo do mar, você irá mergulhar, estudar peixes e buscar eventuais relíquias perdidas no assoalho marinho. Não há chefão, monstros ou nada para te perseguir.
Inicialmente, isso pode parecer um tédio tremendo, mas quando você embarca na experiência do jogo verá como é relaxante mergulhar e escanear os peixes. Não há limite de tempo ou nada que te pressione, você controla a sua missão e faz no seu ritmo.
O Veiled Sea possui mais de 500 espécies, algumas inéditas e outras que retornam dos jogos anteriores, com algumas sendo consideradas mitológicas. Os peixes estão cobertos com uma alga bioluminescente misteriosa que esconde suas identidades. A solução é escaneá-los para revelar a aparência verdadeira deles e desbloquear informações valiosas.
Outro ponto a ser destacado são os biomas variados de Endless Ocean Luminous. Durante a aventura, o jogador irá explorar cenários como recifes de coral, regiões polares e até florestas de algas, além de fossas abissais.
Durante cada mergulho, o jogador perceberá que o Veiled Sea irá mudar, além do horário do dia. Ao completar pelo menos 80% do cenário, você poderá criar uma memória do local e retornar para outro mergulho e terminar o que faltou.
A maior novidade de Endless Ocean Luminous é o seu multiplayer expandido que comporta até 30 jogadores. Aqui, você poderá mergulhar com outros usuários, sejam amigos ou desconhecidos, para uma aventura conjunta. Neste modo, o foco é o trabalho em equipe para limpar o cenário, com a possibilidade de utilizar stickers para indicar pontos de interesse ou emoticons para se comunicar.
Ao completar tarefas, o jogador irá desbloquear a moeda “P”, que irá permitir comprar roupas estilosas para o mergulhador, stickers e até emoticons. Para aqueles que gostam de modo foto, ficarão felizes por saber que a mecânica retorna.
Endless Ocean Luminous não tem os gráficos mais bonitos do Nintendo Switch, mas ainda são decentes quando você lembra que o jogo é para um console lançado há 7 anos. Claro, os cenários poderiam ser mais detalhados, mas o foco na exploração traz algumas limitações técnicas.
Entretanto, o que pesa severamente são as limitações do modo multiplayer, que demonstram um certo cansaço do Switch. Por exemplo, não há chat por voz, o que torna a experiência bem mais complexa do que deveria ser, além de entrar nas salas ser uma experiência altamente burocrática, já que não há um matchmaking eficiente.
Basicamente, o jogador é forçado a entrar em salas aleatórias com usuários do mundo todo, sem trava de região. Marcar para jogar com o amigo é como há 30 anos, sem a existência do celular: você vai dizer o horário e esperar que ele esteja lá. Após iniciaram o multiplayer, o jeito é rezar para caírem juntos no mesmo local.
No geral, o jogo não tem problemas significativos com desempenho ou bugs, até mesmo no multiplayer. O defeito dele é não estar traduzido para o nosso idioma, nem mesmo nas legendas. Por ser um jogo muito didático, é melhor passar longe se você não sabe o básico do inglês.
Endless Ocean Luminous é uma das experiências mais únicas e relaxantes que você encontrará no Nintendo Switch. Mesmo não tendo ação frenética, monstros ou tiros, irá levar para relaxar enquanto nada com os peixes e aprende curiosidades interessantes a respeito do fundo do mar.
Entretanto, é irônico como um jogo para relaxar possui problemas tão estressantes, como o “grind” obsceno para fazer a história durar mais e a dificuldade em jogar online com os amigos. A falta de tradução também impõe uma barreira desnecessária, mas só resta torcer que o próximo capítulo corrija esses problemas e não leve mais 15 anos para ser lançado.
Endless Ocean Luminous já está disponível exclusivamente para o Nintendo Switch. Ele pode ser adquirido na eShop por R$ 249.
Endless Ocean Luminous não tem ação e apenas exige que o jogador explore o fundo do mar para estudar espécies. Os comandos funcionam são extremamente simples e funcionam bem.
O jogo mostra o "cansaço" técnico do Nintendo Switch, mas no geral as texturas são decentes para a proposta.
A trama é extremamente simples e dura bastante artificialmente pelo grind excessivo. Dificilmente os jogadores vão querer escanear 6.000 peixes para ver um diálogo de 15 segundos.
Endless Ocean Luminous faz um bom trabalho na parte sonora, capturando os sons do fundo do mar.
Se não fosse pela repetição excessiva, o game seria uma experiência viciante. Atualmente, mergulhar no modo livre e esquecer da história proporcionará isso.
Endless Ocean Luminous é uma experiência interessante para quem quer jogar algo diferente e relaxante, mas o grind excessivo irritará os jogadores.
O TudoCelular agradece a Nintendo por ceder uma cópia de Endless Ocean Luminous no Nintendo Switch para esta análise!
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