
Tech 29 Mai
03 de junho de 2025 0
Além da família Realme 14, a Realme trouxe ao Brasil em abril de 2025 o Realme Buds Air 7, fone de ouvido intermediário da marca. O acessório promete entregar som de alta definição com codecs avançados, como o LHDC 5.0, além de autonomia de bateria de até 13h de reprodução e recursos avançados, como cancelamento de ruído ativo (ANC) potente e Efeito 360º de áudio espacial.
Mas será que a novidade realmente entrega um som de qualidade? E as promessas ambiciosas de bateria são mesmo cumpridas? O TudoCelular testou o dispositivo da Realme nas últimas semanas e conta todos os detalhes e os resultados do uso prático neste review.
O Realme Buds Air 7 não foge da fórmula padrão de fones in-ear modernos e aposta em cápsulas com hastes, de formato similar a rivais como o Moto Buds Plus da Motorola e o FreeBuds 6i da Huawei. O corpo dos fones é arredondado para garantir conforto, mas a área externa é plana e traz regiões sensíveis ao toque para os controles, cujo tamanho assegura um bom funcionamento, ainda que pudessem ser um pouco maiores.
Na cor Dourado Ivory em que testamos o acessório — também disponível em Verde Moss e Roxo Lavender —, a maior parte das cápsulas possui acabamento em plástico brilhante que, contrariando as expectativas, não acumula marcas de dedo ou sujeira com facilidade e passa uma sensação agradável, mesmo que a pegada seja levemente escorregadia.
Outro ponto positivo do acabamento é a presença da certificação IP55, que proporciona resistência à poeira e jatos de água de baixa pressão. Com isso, nem o contato com o suor durante a prática de exercícios ou a higiene com pano umedecido devem ser um problema. Para completar, as ponteiras de silicone têm bom isolamento e não causam incômodo.
Em relação ao estojo de recarga, o Realme Buds Air 7 conta com uma caixa retangular que lembra um pequeno porta-joias, também feita em plástico, mas de acabamento fosco. O conector USB-C de recarga fica posicionado na traseira, e há um botão de pareamento logo abaixo da área em que as cápsulas são armazenadas.
A dobradiça é bastante firme e não cede com facilidade quando a tampa está aberta, e os ímãs usados para fixar os fones são fortes — dois pontos positivos que não são garantidos nem entre fones mais caros. O estojo tem tamanho similar ao de concorrentes, mas é leve e de fácil transporte.
Na embalagem, junto ao Buds Air 7 e à case de carregamento, você encontrará o manual do usuário e dois pares de ponteiras de tamanhos diferentes.
O acessório da Realme tem as conexões como outro dos pontos fortes: além de empregar o moderno protocolo Bluetooth 5.4, está presente o codec de áudio LHDC 5.0, responsável por garantir uma taxa de transferência mais alta entre o fone e o smartphone e, assim, entregar áudio de alta definição.
Mais do que isso, há suporte à conexão simultânea com dois dispositivos, cuja troca funciona de forma rápida e sem problemas, e aos recursos Google Fast Pair e Microsoft Swift Pair. Ambos funcionam de forma similar ao detectar o Buds Air 7 assim que o estojo é aberto em celulares Android e PCs com Windows, respectivamente, outro aspecto nem sempre presente nesse segmento.
Todo o gerenciamento é feito pelo app Realme Link, solução padrão da marca para seus acessórios. Se por um lado o aplicativo se sai bem ao estar disponível para Android e iOS, oferecendo controles completos mesmo nos iPhones, por outro, temos uma interface um tanto carregada e confusa, com pequenos erros de tradução.
O aspecto mais crítico está na necessidade de possuir uma conta Realme e logar com ela para só então ser possível registrar o aparelho, sem mesmo ser possível vincular a conta do Google ou Apple para isso. Trata-se de uma característica um tanto inconveniente se pensarmos que marcas como Sony e Huawei não exigem algo do tipo.
Ao menos a variedade de recursos é ampla e inclui equalizador com 4 perfis pré-definidos e opções personalizáveis de 6 bandas, modo de jogo que promete reduzir a latência para apenas 45 milissegundos, teste de encaixe para assegurar a fixação correta nas orelhas e até um "modo MindFlow", que ajudaria no foco e no relaxamento ao reproduzir sons como os de uma cafeteria ou ruído branco.
Um destaque é o áudio espacial, que amplia o palco sonoro (a sensação que temos de espaçamento entre a voz e os instrumentos de uma música) e funciona muito bem no geral, sendo interessante que você o teste ao menos uma vez.
Há, porém, um alerta: o app inclui um intensificador de volume ativado por padrão, que pode distorcer o áudio e causar incômodo em níveis mais altos de volume. Nossa recomendação é desativá-lo.
Passando para o áudio, o Realme Buds Air 7 vem equipado com drivers únicos de 12,4 mm, um bom tamanho para a categoria. Como mencionado, há a opção de utilizar o codec LHDC 5.0 para aproveitar a máxima qualidade sonora, e é interessante ativá-lo.
De maneira similar a outros fones nessa faixa de preço, o Buds Air 7 tem uma assinatura de áudio que claramente favorece os graves, algo que pode desagradar quem prefere um dispositivo de som mais equilibrado e afeta a experiência de ouvir músicas com maior presença de vocais e frequências médias e agudas, como "Sidetracker Soundtrack" de Tame Impala e "Horizon" de Daft Punk.
Em contrapartida, o dispositivo vai bem em faixas com batidas marcadas, conforme notamos em "Humble. (Skrillex Remix)" de Skrillex e "Solar Sailer" de Daft Punk. Fãs de música eletrônica mais pesada e outros gêneros que trabalham mais com os graves devem ficar satisfeitos, se considerarmos que há ao menos boa clareza.
Ainda há uma forma de obter uma assinatura de áudio mais equilibrada ao tirar proveito do equalizador, utilizando o perfil "Serenata", ou criando um perfil personalizado que coloca as bandas de "62", "250" e "1K" abaixo do zero, sem modificar o restante. Os graves permanecem marcados, mas o som geral fica mais agradável.
Cada cápsula possui três microfones usados para as ligações e gravações, bem como para o ANC. Na prática, o áudio não se destaca e tem uma "sonoridade de ligação telefônica", apesar de ser possível compreender o que é falado sem dificuldades. A boa notícia é que o cancelamento de ruído funciona bem e consegue eliminar sons de fundo com muita competência tanto nas chamadas, quanto ao ouvir música.
A característica mais forte do fone da Realme é de longe a bateria, que traz 62 mAh em cada cápsula, além de 480 mAh no estojo de recarga. Os números de capacidade ficam abaixo de concorrentes, mas o uso surpreende e é excepcional ao chegar muito perto das promessas da marca.
Segundo a companhia, o Buds Air 7 entrega 7,5 horas de reprodução com ANC ativado e 13 horas com o recurso desativado. Na prática, observamos 6 horas e 46 minutos com ANC e 12 horas e 51 minutos sem ANC antes que um dos lados tivesse a carga esgotada por completo.
Mesmo que não atinjam exatamente o que foi prometido, ambos os resultados são excelentes e superam com tranquilidade concorrentes das mais variadas faixas de preço.
Por sua vez, o carregamento também fica acima da média, desde que você utilize um carregador de alta potência. Em nossos testes, com um adaptador de 65 W, fones totalmente descarregados e case com 20% de bateria restante, o Realme Buds Air 7 levou cerca de 1 hora e 24 minutos para recuperar a carga completa.
Ainda que não seja o mais rápido que já vimos, o dispositivo tem recarga veloz, vencendo inclusive alguns fones mais caros. A única reclamação por aqui é a ausência de um cabo USB-C no pacote, algo que não é um grande problema, mas não deixa de ser inconveniente.
O Realme Buds Air 7 é uma boa alternativa para quem busca um fone de ouvido confortável, com boa qualidade sonora e, principalmente, uma excelente autonomia de bateria acima de tudo.
Seu design é básico, mas possui cores com acabamento diferenciado e traz construção encorpada com um estojo leve, firme e munido de ímãs bastante fortes, assegurando a fixação das cápsulas. Há uma ótima variedade de recursos e conexões modernas que se dão bem com uma ampla variedade de dispositivos.
O ANC e o modo transparência são eficazes e, mesmo que os microfones sejam apenas medianos, há boa eliminação de ruído de fundo. Completam os destaques o carregamento de velocidade acima da média, que faz o acessório sair na frente até quando comparado a alguns modelos mais caros.
Como principais pontos negativos citamos a assinatura de áudio focada nos graves, que pode desagradar alguns usuários; a exigência de um login no app para registrar o aparelho; a ausência de um cabo USB na caixa; e a ativação por padrão do intensificador de volume, que pode gerar distorções.
A Realme não anunciou um valor oficial para o Realme Buds Air 7, mas o fone pode ser encontrado por valores que variam entre os R$ 540 e os R$ 590, a depender da loja e da cor escolhida. O custo-benefício é bom diante de aspectos como as tecnologias de conexão e a extensa autonomia de bateria.
Quem pretende buscar alternativas, o Huawei FreeBuds 6i pode ser uma escolha interessante por trazer áudio mais equilibrado, carregamento ainda mais veloz e som de alta definição sem abrir mão de aspectos como a conexão multiponto, apesar de ter autonomia de bateria muito inferior e proteção contra água mais básica com certificação IP54.
Mesmo já sendo antigo, o Samsung Galaxy Buds FE é outra opção atraente por também ter um som mais equilibrado e bateria de boa autonomia, mas sofre com a ausência de conexão multiponto e a falta de uma melhor integração com celulares que não sejam da marca sul-coreana.
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