Tech 07 Ago
Inteligências artificiais ganham cada vez mais capacidades humanas. Recentemente, uma empresa conseguiu ensinar uma AI a entender sarcasmo em mensagens, mas o DeepMind, do Google, é uma das redes neurais que mais acumulam especifidades. Já dominou jogos de tabuleiro, aprendeu movimentos semelhante aos de humanos, e agora sabe aproveitar uma das nossas maiores vantagens: dormir.
Em uma publicação no blog oficial do projeto DeepMind, a equipe do Google relata que para tornar sua inteligência artificial mais próxima dos seres humanos, ela precisa aprender a descansar.
Pode parecer contraditório, afinal, muitas pessoas gostariam de dormir menos - ou não precisar dormir - para serem capazes de realizar mais tarefas. Por que uma máquina, que não tem essa necessidade biológica inerente e imutável, deveria aprender a descansar?
Bem, nosso cérebro usa o período de sono para aprender o que absorveu durante o dia e deixar de lado o que considera menos importante. O mesmo pode ser feito com a inteligência artificial: no período de descanso, ela pode aprender coisas novas com base no que deu certo e errado durante suas atividades enquanto estava "acordada".
Para isso, a IA seria capaz de desfrutar de algo como a imaginação. Enquanto "dorme", ela poderia ser capaz de "pensar" em cenários hipotéticos que podem ser usados para avaliar as possíveis decisões a serem tomadas - exatamente como nós fazemos. Assim, a máquina consegue chegar a uma conclusão que não teve enquanto estava desperta.
Isso nos faz imaginar se em algum momento isso tornará as redes neurais capazes de sonhar. Curiosamente, a mesma tecnologia do Google foi alvo dessa hipótese, quando começou a criar imagens muito surreais durante o processamento de reconhecimento de fotografias.
Os pesquisadores vão além: eles acreditam que "isso pode nos ajudar a solucionar alguns dos grandes mistérios da neurociência, como a natureza da criatividade, do sono e, quem sabe um dia, até da consciência."
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