18 Julho 2018
Os casos de antitruste da Google na União Europeia estão crescendo e o órgão regulador finalmente pode apresentar uma queixa formal, algo que já vinha se arrastando há um tempo. Dessa vez, a News Corp. fez uma nova queixa contra a legalidade dos serviços de busca da gigante dos Estados Unidos e os reguladores da União estão a preparando a queixa formal relativa ao sistema operacional Android.
Quanto aos serviços de buscas, a denúncia do proprietário dos jornais Times de Londres e Sun argumenta que a Google mantém os usuários dentro de seus próprios serviços, exibindo notícias o suficiente para dissuadir as pessoas a clicar em sites dos editores que produziram esses conteúdos. Assim, eles perdem a receita publicitária que ganhariam com os cliques.
Já em relação ao Android, a UE pode estar se preparando para enviar à Google um comunicado de objeções, que estabelece suas preocupações quanto ao antitruste. O problema é quanto aos aplicativos que a Google exige que sejam instalados, como explicou a Comissária da UE Margrethe Vestager em um discurso sobre o Android em Amsterdã.
Nossa preocupação é que, por exigir que os fabricantes de smartphones e operadoras pré-instalem um conjunto de apps Google, ao invés de deixá-los decidir por si próprios que apps instalar, a Google pode ter cortado uma das principais maneiras que novos apps podem alcançar os clientes
Os editores de notícias têm desempenhado um dos principais papéis em recorrer à UE para reprimir as ações da Google. Alguns têm pressionado para que a gigante das buscas pague uma taxa por mostrar notícias e conteúdos, espelhamento de uma lei espanhola que passou em 2014.
"Estamos com medo da Google," disse Mathias Doepfner, chefe executivo da maior editora da Alemanha, Axel Springer, em uma carta aberta publicada em 2014, o que ajudou a formar uma oposição para recorrer à UE.
Mais de cinco anos depois de a União Europeia abrir uma investigação separada sobre os negócios de busca da Google, ainda está avaliando se multará a companhia ou se exigirá que a empresa mude suas práticas comerciais. Em casos antitruste anteriores, a UE tem forçado a Microsoft e a Intel Corp. a pagar bilhões de euros em multas.
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