Curiosidade 18 Jul
A estratégia da Netflix de aumentar os preços pode ter sido um tiro contra o próprio pé. A empresa divulgou os resultados para o segundo trimestre de 2016, e os números não são muito animadores. O serviço de vídeos via streaming obteve seu menor crescimento em muito tempo, ficando bem longe das metas de 2,5 milhões de novos usuários globais, sendo 500 mil deles nos EUA.
A meta global ainda não ficou tão distante: a empresa cresceu cerca de 1,7 milhão de assinantes nos mais de 190 países em que está presente, chegando ao total de 83 milhões de usuários. Nos Estados Unidos, o número de novos membros não chegou nem à metade da meta, com apenas 160 mil novos assinantes nesses três meses entre abril e junho. Uma indicação de que o consumidor não ficou nada satisfeito com o aumento na mensalidade, realizado em maio.
Agora, a empresa reviu suas metas para o terceiro trimestre. Os preços vão se manter os mesmos, pois a empresa acredita que a estratégia está, sim, funcionando. A Netflix espera um aumento menor por conta das Olimpíadas, como já aconteceu quatro anos atrás. Assim, prevê mais 300 mil novos assinantes nos EUA, enquanto nos outros países espera que atinja os 2 milhões de membros adicionais, totalizando uma adição de 2,3 milhões de usuários ao serviço até o fim de setembro.
A Netflix ainda se mostra otimista para o futuro, e lembra dos diversos obstáculos que a empresa enfrenta globalmente, mas que mesmo assim não impediram uma boa penetração em vários mercados. A companhia cita inclusive o Brasil:
Nós já tivemos sucesso (lucros de contribuição) em vários tipos de mercados, incluindo aqueles onde o inglês não é a língua principal (ex. Chile), que têm pequena penetração na TV paga (ex. Austrália), que historicamente apresentam altos níveis de pirataria (ex. países nórdicos), que têm desafios na infraestrutura de pagamento ou banda larga (ex. México com pagamento e Canadá com banda larga pequena), que têm grande competição (ex. Reino Unido), que têm baixo rendimento disponível (ex. Brasil), ou que possuem muitos desses fatores (ex. América Latina).
É possível que a Netflix tenha atingido o seu auge do crescimento no começo de 2016, e a partir de agora comece a ganhar cada vez menos novos assinantes. A empresa ainda aposta em altas taxas de crescimento. Saberemos dentro de três meses se ela tem razão para o otimismo ou se já não é hora de começar a mudar a estratégia.
Comentários