O artista e tecnólogo Adam Harvey dúvida um pouco da eficácia de mecanismos de identificação facial, muito usado pelo Facebook na marcação de fotografias, por exemplo. Ele, então, criou um método que engana esses sistemas.

O projeto batizado como Hyperface usa tecidos com impressão de padrões que podem se passar por olhos e boca perante um computador. Segundo Harvey, a ideia do projeto é "sobrecarregar o algoritmo" e conseguir burlar o sistema. A intenção final é alertar as pessoas sobre o quanto a privacidade vai se perdendo com o avanço da tecnologia.

Apesar de parecer brincadeira, o projeto de Harvey também evidência uma preocupação. De acordo com ele, uma pesquisa realizada pela Universidade de Shanghai reivindica ser capaz de predizer o nível de tendência criminal de uma pessoa a partir da curvatura do corpo, da distância interna do canto do olho e também entre o nariz e a boca.

Muitos outros pesquisadores estão olhando para como tirar esses dados muito pequenos e transformá-lo em insights que podem ser usados ​​para o marketing. O que tudo isso me lembra é Francis Galton [um antropólogo inglês] e eugenia. O verdadeiro criminoso, nestes casos, são pessoas que estão perpetrando essa ideia e não as pessoas que estão sendo observadas.

O artista acredita que este tecido poderá ser usado na fabricação de roupas que, no futuro, serão bem úteis para evitar que câmeras ligadas em sistemas possam bisbilhotar a vida das pessoas.

O sistema de reconhecimento facial a partir de fotos tem muito o que melhorar. Recentemente, pesquisadores da Usenix, companhia especializada em segurança, conseguiram mostrar como um modelo em 3D de um rosto criado a partir de fotos obtidas nas redes sociais pode enganar o sistema de reconhecimento facial. Até o momento, o sistema biométrico tem se mostrado bem eficaz. Pesquisadores, no entanto, tentam criar formas de burlar esta camada de proteção à pedido das autoridades policiais.