03 Julho 2023
A Smart TV TCL P635 é um modelo lançado no Brasil em meados de julho de 2022, que se destaca por vir com processador atualizado e o sistema operacional Android com a interface Google TV.
Será que o novo televisor da marca atende ao consumidor nas melhorias de imagem prometidas? E o que será que a plataforma do Google é capaz de entregar ao usuário? Nós testamos uma unidade nas últimas semanas e vamos contar os detalhes a você, nesta análise completa.
Este modelo chegou ao mercado em três tamanhos: com 43, 50 e 55 polegadas. A TV que temos aqui é a do meio. Ela tem o foco em espaços pequenos, que precisam de aparelhos bem compactos para não ocupar um volume tão grande.
E nisso, a P635 atende muito bem. As bordas e a espessura são finas, o que deixa o tamanho mais compacto em todas as dimensões. A moldura metálica ainda abriga o logo da marca, na porção inferior.
Há dois pezinhos para suporte, colocados cada um de um lado. Eles ficam bem próximos da borda. Caso você prefira montar na parede, a televisão conta com o padrão VESA 200x200. Na traseira, você encontrará uma porta USB, uma para internet com fio, três entradas HDMI, uma de antena, uma RCA e as saídas de som P2 e óptica.
Na caixa, além do televisor e das bases, vêm um adaptador para ligar com cabo RCA, o manual de operação, o cabo de energia, os parafusos e um controle remoto, já com duas pilhas inclusas.
E por falar no controle, ele tem um tamanho fino, porém é bem comprido. Apesar de não ter os números diretamente no acessório, existem vários botões, que podem te confundir no início, até entender para que cada um serve.
Os que se destacam mais são os atalhos para aplicativos de streaming na parte de baixo, e aqui a TCL não economizou. Você terá acesso rápido para Netflix, Prime Video, Globoplay, Disney Plus, YouTube e o TCL Channels. Já em cima, fica ressaltado o botão para usar o Google Assistente.
Volume e troca de canais podem ser alternados tanto nas teclas do círculo principal, como nos botões dedicados a isso logo abaixo. No geral, entendemos que há mais botões do que o necessário, e a fabricante poderia ter reduzido a quantidade para diminuir o tamanho do controle remoto.
Para esta geração, a TCL prometeu mais cor e contraste quadro a quatro, além de um upscaling para 4K aprimorado, graças ao processador AiPQ Engine Gen 2. Precisamos lembrar que este também é um aparelho LED convencional, sem pontos quânticos nem outra tecnologia que aprimora a imagem.
O que vimos foi dentro do esperado para as melhorias garantidas pela marca. As cores estão realmente mais vibrantes e com pouca distorção pela lateral, mesmo ao se tratar de um painel VA aqui.
O que sentimos falta foi de brilho. Os 300 nits são muitas vezes insuficientes para uma luminosidade ideal, a depender do que você estiver consumindo. E como esta TV gera muitos reflexos, uma luz maior cairia bem para minimizar esses efeitos.
No mais, temos uma imagem com qualidade satisfatória para ver os canais de televisão, com sintonia aberta digital, ou por meio de decoders de TV por assinatura. O upscaling funciona de forma decente, desde que você fique a uma distância a partir de dois metros, para os granulados não saltarem na tela.
Somente nos serviços de streaming, o potencial é explorado com mais detalhes, já que ela conta com suporte a HDR10 em conteúdos compatíveis. Mas os apps serão assunto para logo mais.
Na parte sonora, temos uma potência total de 20W que agrada bastante em qualquer situação, nos seus alto-falantes 2.0. O volume é alto e de boa qualidade no geral.
Lógico que aqui você não encontrará tecnologias para deixar o áudio ainda mais encorpado, como Dolby Atmos e DTS. Mas a TCL colocou algumas opções para melhorar os diálogos ou os graves, caso prefira. Agora, se quiser algo acima da média, precisará ligar uma sound bar externa para isso.
Este televisor vem equipado com o Android TV 11 nativo, sob a interface Google TV. Ela traz um acesso mais facilitado aos diferentes filmes e séries de múltiplos streamings. É como um hub para abrigar o que tem de melhor, com uma seleção de títulos que mais possam te agradar.
A ideia é ótima, se não gerasse algumas dificuldades na navegação. Começando pela inicialização, se você não configurar para ligar rapidamente de onde parou, a demora fica acima do que você pode encontrar em concorrentes, como no Tizen da Samsung. Pelo menos, a lentidão não se aplica à internet, já que o aparelho suporta rede Wi-Fi de 5 GHz.
Até aparecer as animações da TCL e do Google TV, se você precisa ver algo urgente que estiver passando, possivelmente perderá a cena. Até mesmo na hora de alternar de alguma entrada para a home da interface, o processo leva um tempo precioso. E os atalhos na tela favorecem apenas os apps recentes, o que pode demandar paciência até abrir um aplicativo que não seja os que possuem botões dedicados no controle.
Um dos recursos presentes aqui consiste no modo ambiente, para você deixar com o relógio na tela e imagens passando. Dá para incorporar uma seleção diretamente do Google Fotos, ou manter algumas obras presentes no Arts & Culture, do próprio Google.
A presença do Assistente também dá possibilidades a mais. Desde abrir conteúdos em apps específicos, até perguntar a temperatura ou controlar os dispositivos conectados da sua casa. Tudo com a facilidade do botão de atalho no controle remoto.
A lista de aplicativos é bem vasta, graças à presença da Play Store. Claro que não são todos os apps encontrados no celular que estão disponíveis aqui, porém já aparecem opções ausentes de concorrentes. Como ocorre no caso do aplicativo dedicado do Premiere, por exemplo.
Mas nem tudo são flores. Percebemos que as ferramentas mais otimizadas para funcionar rapidamente se tratam das que possuem atalhos no controle remoto. A abertura funciona com agilidade, tal qual no Disney Plus; os vídeos vão com facilidade para a qualidade máxima, principalmente na Netflix; e não costuma haver engasgos com transmissões ao vivo, como em jogos da Copa do Brasil no Prime Video.
E por falar nisso, esse é um problema visto em uma série de apps nesta TV. No caso do Premiere, as transmissões não conseguem passar para Full HD e ficam em uma qualidade bem mais baixa, sem qualquer alteração. Isso também foi percebido em partidas exibidas pela HBO Max, que fica com resolução inferior o tempo inteiro no ao vivo.
No caso do Star Plus, a imagem até vai para o máximo possível no sinal da ESPN, só que há uma queda considerável de fps, o que faz a imagem perder fluidez. Já no Combate, o aplicativo muitas vezes nem sai da imagem de abertura.
A DirecTV GO é outra que reproduz os canais em qualidade baixa. Neste caso, tem um segredo para corrigir isso. Basta voltar alguns segundos na programação e apertar em “Ao Vivo”, ou escolher um canal e trocar no Guia. Mesmo assim, estamos falando de algo que não deveria acontecer.
Como esta não é uma televisão pensada para o público gamer, você não encontrará aqui recursos que aprimorem de forma relevante a sua jogatina. O painel tem taxa de 60 Hz, bem abaixo do que os jogadores mais exigentes demandam para uma imagem mais fluida.
A principal função para os games está no HDR10, que pode ser ativado na hora da reprodução de um título no seu videogame. Também dá para colocar no modo “Jogo” na pré-definição de imagem, porém isso apenas deixa as cores menos agressivas.
Ao menos, o suporte ao Steam Link está garantido, o que permite a você conectar a plataforma de jogos do seu PC sem necessidade de fios, para jogar diretamente na TV. A experiência não passa de decente, com um desempenho melhor em títulos otimizados para a plataforma, como Street Fighter V, por exemplo.
A TCL P635 se mostrou satisfatória para o que se propõe. Ou seja, entregar uma TV com melhorias de imagem em relação à antecessora, um som potente e a plataforma Google TV, para ter acesso fácil a vários filmes e séries, não importa o streaming, apesar da lentidão na hora de navegar nela.
No entanto, ainda fica longe de um modelo top de linha, como são os casos de televisores OLED e QLED. Além de não ser compatível com uma taxa fps elevada, o que deixa os gamers em segundo plano aqui.
Outro problema está na falta de otimização de alguns aplicativos, em especial aqueles que não estão entre as prioridades com atalhos no controle e nas transmissões ao vivo. Neste caso, podemos esperar que uma atualização de software seja suficiente para corrigir as falhas no futuro.
Vale a pena?
A P635 está disponível no mercado brasileiro por preços entre R$ 2.300 e R$ 2.500. Ela é uma opção mais barata que concorrentes, como a AU7700 da Samsung, ou a UP7750 da LG. Mas entendemos que a TCL é uma opção recomendada se estiver mais perto dos R$ 2.000, neste tamanho de 50 polegadas.
E aí, achou este televisor satisfatório no que promete? Teria um dele na sua sala ou no seu quarto? E qual foi a sua avaliação sobre a plataforma Google TV? Pode interagir à vontade com a gente aí no espaço abaixo.
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