A Zapping é uma operadora chilena, que chegou ao Brasil em 2023 após comprar a nacional Guigo TV, com a proposta de entregar uma nova experiência de canais de TV por streaming.

O que a plataforma oferece de destaques? Será que o serviço fica acima de concorrentes fortes no mercado nacional? O TudoCelular testou em detalhes e conta a você agora.

A Zapping opera ao fornecer os canais abertos e fechados por meio do sinal via streaming. Isso significa que você depende de uma conexão com a internet para ter acesso às emissoras.

O funcionamento acontece por meio do seu site oficial, caso queira ver em um PC ou notebook, ou pelo aplicativo para Smart TVs, aparelhos conectados ou dispositivos móveis. Isso significa que não é necessário fazer qualquer instalação nem ligar algum equipamento externo para aproveitar o serviço.

A assinatura pode ser feita diretamente pelo site oficial da empresa. O usuário tem três opções de planos. O Lite custa R$ 14,90 por mês, com desconto para R$ 10,90 nos três primeiros meses, e entrega os canais abertos e o Replay TV, que permite voltar em até sete dias a programação, mas fica limitado a um acesso simultâneo.

Já o Lite Plus cobra R$ 19,90 mensais, que vão para R$ 14,90 durante os três primeiros meses, e tem tudo o que o pacote mais básico oferece. A diferença é que este ainda dá a possibilidade de assistir em até cinco dispositivos simultâneos, com no máximo dois endereços distintos.

O que temos aqui é o plano Full, que inclui não somente os canais abertos, como uma variedade de emissoras fechadas. Além de também permitir até cinco aparelhos ao mesmo tempo e voltar a programação em até sete dias. O custo deste é R$ 109,90 por mês, com custo reduzido para R$ 89,90 mensais no primeiro trimestre.

A Zapping promete uma grade com mais de 70 canais entre pagos, abertos e públicos, com a possibilidade de ampliar a grade com a contratação de pacotes adicionais do Premiere, do Telecine e do Combate.

Um dos destaques é a presença dos Canais Globo na lista. Isso significa que você poderá conferir opções como o esportivo SporTV, a jornalística GloboNews, as variedades do GNT e do Multishow, o musical Canal Bis e os filmes do Megapix. A Globo aberta está disponível regionalmente somente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, durante a produção desta análise.

Outras emissoras nacionais, como Record, SBT, Band e RedeTV! aparecem por aqui. Uma das curiosidades é que a grade divide os canais por numerações, com os abertos seguindo os mesmos números da TV aberta de São Paulo, como a Globo no 5, a Record no 7 e a Band no 13.

No gênero esportivo, o assinante tem acesso ao BandSports e a ESPN 1, 2, 3 e Extra. Ficou de fora a ESPN 4, que tem mais eventos ao vivo do que a Extra, em breve chamada de ESPN 6. Algo que poderia ser alterado no futuro.

Quem gosta de ficar por dentro das notícias, a grade ainda traz a CNN Brasil, o BandNews TV, a Record News, a Jovem Pan News e a BM&C News. Fora as opções estrangeiras, como a BBC e a Fox News, dentre outras do segmento étnico.

Você ainda poderá curtir filmes e séries no Universal TV e no Studio Universal, além do Film&Arts, do AMC e do Eurochannel. Já o público infantil tem como opções os globais Gloob e Gloobinho, e o Disney Channel.

Uma ausência sentida até o momento é o portfólio da Warner Bros. Discovery, que reúne não somente os clássicos canais de documentários, como a TNT e o Space, ambos com programação desde filmes até futebol ao vivo, fora o pacote HBO.

A Zapping ainda fez alguns investimentos em canais próprios no Brasil. Ela começou com a Zapping Sports, com a transmissão exclusiva do Mundial de Handebol Feminino em 2023, e mais recentemente adicionou 13 canais de clipes musicais temáticos na grade. O destaque é o Zapping Music LoFi, que exibe imagens geradas por Inteligência Artificial com músicas para relaxar.

Por estar presente em diferentes tipos de dispositivo, a Zapping utiliza interfaces distintas, para se adaptar a cada um. Na Smart TV, sentimos uma experiência bem parecida com uma antena aberta na troca de canais.

Você pode utilizar o controle da sua televisão para “zapear” pelas emissoras com o seletor para cima e para baixo, ou usar as numerações para ir direto no canal que deseja assistir. Se você estiver em um dongle de streaming, como um Fire TV Stick ou um Roku Express, dá para usar números virtuais na tela como atalho.

Os menus são acessados pelos botões direcionais do controle remoto. O da direita, desliza a lista de canais no canto esquerdo e permite saber de forma prática qual o programa do momento e o que está passando nos demais canais.

Já o botão da esquerda abre informações e estatísticas sobre o conteúdo em exibição, do lado direito do televisor. Um diferencial para quem deseja saber estatísticas de um jogo, classificação do campeonato ou sinopse de um filme, por exemplo. Para cima, é onde você poderá voltar à programação. Já para baixo, abre na parte superior uma barra com recursos, que falaremos logo mais.

No celular, a Zapping se adapta de outras formas. Aqui é possível mudar para o próximo canal ou o anterior na ordem apenas ao deslizar o dedo para os lados. Uma praticidade que deixa a troca bem mais rápida, sem falar que a navegação flui bem e não apresenta qualquer tipo de travamento.

Ao tocar na tela, você poderá ver a barra de tempo daquele programa, voltar em algum outro ponto dele, inserir a emissora nos favoritos e ainda abrir a grade ou as configurações, em cada um dos ícones correspondentes.

Em um PC ou notebook, a interface é a mais simples das que já citamos. Aqui não tem menu de configurações. Apenas há a grade de canais, que pode ser aberta no ícone à esquerda; o seletor de volume; e o botão para colocar em tela cheia. O interessante aqui é como a plataforma interage com o teclado da sua máquina.

É possível usar algumas teclas como atalhos para ações dentro do serviço. Desde o botão “M” para mutar ou retornar o som; ou o “F” para abrir e sair da tela cheia; até as setas para passar mais rapidamente os canais ou puxar a lista à esquerda. Também dá para ir até a emissora que você deseja ao digitar o número dela.

Ficou faltando na interface uma área para acesso a títulos sob demanda. A Zapping foca no ao vivo e deixa de lado o consumo de conteúdos a qualquer hora. Nada que não possa ser inserido no futuro.

Outra ausência é um sistema de perfis. Ter uma área personalizada para cada usuário ajudaria a organizar melhor os canais favoritos e outras customizações pessoais.

Chegamos em um dos pontos principais da Zapping: os recursos extras. Uma das novidades da operadora é o Modo Turbo. Ele otimiza os processos da transmissão ao vivo, ao dividir o conteúdo em pequenos pacotes de informação, para um envio mais rápido ao usuário.

Isso resulta em um atraso menor, em relação ao mesmo conteúdo em uma antena aberta ou em um sinal fechado com decodificador convencional. Na prática, não vai demorar tanto depois de ouvir gritos de gol do seu time pela vizinhança.

O delay chega a baixar algo em torno de 10 segundos quando a função é ativada. O atraso em si varia conforme o canal, porém já vimos diferenças pequenas de seis segundos, e outras que chegam a perto de 20 segundos. Um tempo ainda pequeno, na comparação com concorrentes.

O Modo Turbo está disponível para o app em TVs e smartphones, mas fica de fora em computadores. Uma inclusão que seria bem-vinda também no navegador do seu PC para o futuro.

Outra novidade é a opção de ativar o codec HEVC, também presente apenas em celulares e televisores. A sigla representa codificação de vídeo de alta eficiência, o que resulta em um consumo menor de dados para reproduzir o canal, sem perder a alta definição.

E isso se traduz na prática. Sem ele, o streaming exige algo entre 5 Mbps e 8 Mbps. Já ao habilitar a ferramenta, o uso de internet cai para algo próximo a 3 Mbps. Uma utilidade importante caso você queira ver TV no seu celular fora de casa, usando os dados móveis.

O Replay TV está disponível aqui, em praticamente todos os canais, e funciona bem. Dá para retornar até o começo de um filme ou de um jogo que estiver passando ao vivo, ou ainda retornar a programação até uma atração que deseja ver, dentro dos últimos sete dias.

O assinante tem como trocar a faixa de áudio para uma alternativa, se desejar. Caso seja um filme em um áudio original, automaticamente a legenda aparece. Falta ainda um seletor de legenda eletrônica, que permita tirá-la conforme a vontade do usuário. E também não espere ter uma segunda opção de som disponível em todos os canais.

No caso do smartphone, a Zapping traz outros recursos que permitem aproveitar melhor o dispositivo. Um deles é a Tela Cheia. Quando acionada, a imagem se adapta à proporção do seu aparelho, sem deixar tarjas pretas nas laterais.

Além disso, há o modo Picture-In-Picture (PiP), que gera uma janelinha pequena com o streaming na sua tela, enquanto você responde uma mensagem ou navega na web.

A Zapping chega como uma boa opção no mercado de TV por streaming. Ela dispensa instalações de equipamentos externos e está presente nos principais sistemas operacionais de Smart TV e celular. Disponibilidade não será um problema por aqui.

A grade ainda tem suas limitações, com a falta de canais importantes que estão presentes no país. Mesmo assim, já foi lançada contando com os Canais Globo, algo que nem todas as plataformas conseguem de imediato.

A interface é bem adaptada a cada meio, para melhorar a experiência do usuário na televisão, no smartphone ou no computador. Pena que este último caso não conta com os recursos extras para baixar o consumo de internet e o delay.

Também sentimos falta de uma área para conteúdos sob demanda. Mesmo com o foco no ao vivo, seria importante poder ver os conteúdos dos canais da grade a hora que quiser. Ao menos, dá para voltar a programação em até sete dias, para ver algum programa que perdeu.

Os recursos extras agradam e geram impacto na prática. O Modo Turbo ajuda para baixar o delay e manter um atraso inferior a 20 segundos na TV e no celular, o que não chega a ser tão grande como em outras plataformas concorrentes. Já o codec HEVC cumpre a função de usar menos internet sem perder a qualidade.

Ter um menu com estatísticas, classificação ou sinopse é outro destaque da operadora. O acesso fácil a esse tipo de conteúdo no próprio serviço de canais ao vivo dispensa uma segunda tela para buscar as informações que deseja.

A Zapping é melhor que os concorrentes diretos? O App Claro TV Mais custa mais barato e tem uma grade bem recheada, além de oferecer Globoplay incluso e conteúdos sob demanda. Ele fica atrás apenas para a interface mais carregada e menos intuitiva.

Já a SKY Mais cobra o mesmo valor do trimestre inicial da Zapping e entrega mais opções de canais ao cliente. O problema é que a interface não conta com uma mudança de emissora tão intuitiva, além da limitação de apenas três aparelhos simultâneos.

Você gostou da proposta da Zapping? O que mais te atraiu no serviço? Acha que ele é capaz de concorrer com outras marcas fortes no segmento, como o Claro TV Mais e a SKY Mais? Comente à vontade no espaço abaixo.