Uma das informações de grande repercussão com o lançamento da família iPhone 12 foi a decisão da Apple de deixar de fora os carregadores das caixas dos seus celulares. Além disso, a empresa ainda diminuiu o tamanho das embalagens dos smartphones, com o objetivo de produzir menos plásticos.

Com as duas medidas, a gigante de Cupertino espera conseguir uma grande redução da emissão de gás carbônico (CO₂) na atmosfera. Mas as iniciativas seriam realmente eficientes?

O TudoCelular já publicou uma análise do site HDBlog.it que mostrava a relação dos efeitos ambientais e econômicos da decisão, com este último com mais peso na balança de maiores impactos. Agora, a coluna Detetive TC também propõe uma outra visão sobre o fato.

Este espaço vai abordar alternativas que poderiam ser usadas pela Apple para ajudar o meio ambiente, além de outras medidas as quais podem não tornar essa redução na emissão de gases poluentes tão grande assim.

Uma das alternativas para proteger o meio ambiente sem precisar tirar o carregador da caixa é fortalecer os programas de reciclagem. A Apple já possui parcerias com várias empresas que promovem a prática aos produtos antigos e retornam como material para a linha de produção da companhia.

Como forma de demonstrar preocupação com o tema, uma das possíveis iniciativas seria tornar esses sistemas de reaproveitamento mais onipresentes. Isto é, levá-los a todos os mercados onde possui operações, com mais pontos de coleta e campanhas que incentivem a reciclagem de aparelhos antigos.

Outra oportunidade da empresa seria liderar alguma iniciativa plural das principais empresas do setor em prol da reutilização desses materiais, para que os programas do tipo chegassem a mais locais e abrangessem quaisquer marcas de eletrônicos.

Uma das ações da “Maçã” foi reduzir o tamanho da caixa, com a justificativa de utilizar menos plásticos. Contudo, com dimensões menores, não significa que haverá menos emissão de carbono durante o transporte das encomendas.

Com menos espaço ocupado por embalagem nos caminhões, as demandas das lojas podem ser diferentes. Em outras palavras, uma varejista poderá solicitar mais unidades para estocar, já que os veículos terão mais espaço livre.

Isso não se aplicaria com frequência aos Estados Unidos, por exemplo, por terem lojas dedicadas da Apple. Mas em outros locais do mundo, sem uma Apple Store, a necessidade de revendedores autorizados pode gerar pedidos maiores – o que, na prática, não faria a diferença em questões ambientais.

Neste caso, a saída seria uma solução anunciada pela Xiaomi na última semana e aplicada pela Samsung desde a família Galaxy S20: trocar o material das caixas. Ambas as empresas trocaram a substância por papel comum.

Esta seria uma forma de usar uma construção que consegue se decompor em muito menos tempo, sem precisar mudar o tamanho da embalagem e causar o efeito mencionado mais acima.

Se você acha que o simples fato de não vir um carregador na caixa fez a Apple parar de produzir esse tipo de produto, está completamente enganado. A gigante de Cupertino permanece com a sua produção de adaptadores de tomada. A diferença é que agora eles precisarão ser comprados à parte.

Pare para analisar: se você comprar um iPhone e depois adquirir um carregador, o transporte será de duas caixas distintas, correto? Isso significa que, além de provavelmente haver uma demanda maior por carregadores, o uso de embalagens com plástico também aumentará.

A situação se aplicaria ainda aos EarPods, os fones de ouvido que – da mesma forma – foram tirados da caixa original com a justificativa ambiental, mas poderão ser comprados separadamente com outras caixas de entrega.

Por mais que haja um certo impacto positivo no meio ambiente ao deixar de entregar esses produtos de maneira nativa, o grande efeito para deixar de emitir gás carbônico seria deixar de fabricá-los.

Ambientalistas e até a União Europeia lutam há um certo tempo para que a Apple deixe de usar sua porta proprietária Lightning nos iPhones. Apesar de ainda não estar em sua difusão ideal, uma substituição desse padrão pelo USB-C seria uma saída que ajudaria no ponto de vista ecológico.

Caso o novo iPhone 12 viesse equipado com um conector USB-C, o usuário poderia ter apenas um carregador para utilizar tanto no dispositivo quanto em outros, como laptop, tablet e e-reader, independente da marca de cada um.

Além disso, esse padrão permitiria as funções básicas – fornecer energia e transferência de dados – com mais rapidez do que o Lightning é capaz na atualidade.

A opção da Apple foi incluir um cabo Lightning-para-USB-C na caixa com os novos iPhones. Além disso, traz como justificativa a possibilidade de o consumidor usar seu carregador antigo do aparelho.

Mas não levou em consideração um detalhe: os adaptadores de energia compatíveis com USB Tipo-C começaram apenas na geração iPhone 11. Em outras palavras, quem possui um iPhone XS, por exemplo, não conseguirá usar o cabo para fazer a conversão, visto que o carregador somente suporta USB-A. Ou seja, esse usuário seria obrigado a comprar um novo de qualquer maneira.

Um recurso novo da Apple para seus novos celulares e que deve ser observado atentamente é o MagSafe. A tecnologia de carregamento sem fio da empresa também não é acompanhada de um carregador compatível embutido na embalagem.

Mas o futuro poderia reservar, por exemplo, a remoção da porta Lightning para o uso exclusivo dessa solução para encher a bateria e transferir arquivos nos próximos iPhones. A utilização de um novo sistema único de dispositivos da “Maçã” certamente não é um caminho para preservar o meio ambiente.

E aí, você tem alguma outra alternativa que poderia ser aplicada pela Apple para ser mais ecologicamente correta? Relate para a gente no espaço abaixo.

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