Economia e mercado 29 Jul
Aprovado em abril deste ano, o Wi-Fi 6E promete trazer uma grande revolução para as conexões sem fio de casas, comércio e até empresa com ganhos substanciais de velocidade e operação na faixa de frequência entre 5,9GHz e 7,1GHz. No entanto, parece que problemas justamente relacionados às suas frequências deverão ser resolvidos antes que a tecnologia comece a operar no Brasil.
De acordo com o superintendente de Outorgas e Recursos da Anatel, Vinicius Caram, a agência, como de costume, ficará a cargo de autorizar o uso da faixa dos 6GHz para o Wi-Fi 6E, mas há a possibilidade de que o órgão reduza a atuação do padrão em 500MHz, diante de pedido das operadoras de telefonia móvel, que poderiam utilizar esse espectro para a rede 5G. Isso, é claro, penalizaria o novo Wi-Fi, que ficaria incapaz de atingir as velocidades prometidas de 9,6Gbps.
Caram também confirmou que o já antigo Wi-Fi 6 já está em uso no Brasil com as mesmas frequências do Wi-Fi 5, com velocidades de no máximo 800Mbps, e detalhou um pouco do processo a ser realizado no período de aprovação do Wi-Fi 6E. Os requisitos técnicos do protocolo já foram apresentando ao conselho da Anatel e encontram-se sob avaliação, com a decisão da redução de 500MHz sendo discutida, passando após sua aprovação por consulta pública, similar ao que aconteceu com o 5G, para que então a homologação de equipamentos compatíveis comece a ser feita.
Caso tudo ocorra como esperado, os primeiros aparelhos com Wi-Fi 6E devem chegar em solo brasileiro até o final do ano. Porém, diante da possiblidade da redução das frequências e consequente perda de velocidade, grandes nomes da indústria de tecnologia já se manifestaram, reforçando a importância de uma análise cautelosa.
Para Francisco Soares, Vice-Presidente de Relações Governamentais da Qualcomm na América Latina, a faixa de 6GHz deve ser destinada ao Wi-Fi 6E, considerando que "os equipamentos para o 5G não licenciado ainda não estão maduros e o uso dessa tecnologia na faixa vai depender da retirada de uma série de serviços fixos que não interferem no Wi-Fi 6E". Soares conclui afirmando que a tecnologia está perfeitamente integrada ao 5G.
Já na visão de Eduardo Neger, presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), o espectro é essencial para competição no setor, e afirmou que as frequências não licenciadas como esta, que não estão concedidas à operadoras, foram as responsáveis pelo surgimento das provedoras de serviços de internet, e pediu cautela na decisão da Anatel.
E você leitor? Acha que os 6GHz devem ser destinados para o Wi-Fi 6E ou para o 5G? Conte pra gente nos comentários!
Comentários