Nextel 12 Ago
Apesar de já termos iniciado a implantação do 5G no Brasil, o atual método, o DSS, ainda se sustenta na infraestrutura da rede 4G para funcionar, o que limita sua capacidade. A solução de maior velocidade, o mmWave, utiliza frequências mais altas para isso, mas deve chegar apenas no ano que vem, devido ao adiamento do leilão da Anatel que distribuirá as faixas a serem utilizadas pelas operadoras.
Entre os motivos para os constantes atrasos é a interferência que a nova rede móvel causaria no sinal da televisão aberta via satélite, devido à sua operação nos 3,5GHz. O sistema televiso utiliza a chamada Banda C, que abrange o espectro entre 3,7GHz e 6,4GHz, sendo atendido por cerca de 11 satélite brasileiros, com outros 26 estrangeiros autorizados a atender o país.
Uma das soluções seria a implementação de filtros de sinal em antenas que reduziriam a ação da rede 5G. No entanto, de acordo com Leonardo de Morais, presidente da Anatel, os testes realizados até o momento não mostraram resultados satisfatórios.
Diante disso, a agência também trabalha com a possibilidade de migração das frequências de televisão para a chamada banda Ku, que opera entre 10,7GHz e 18GHz. A troca de espectro ocorrerá caso os filtros não atendam as expectativas até o leilão 5G em 2021.
Como era de esperar, a mudança de faixa não sairá nada barata, levando em consideração as adaptações necessárias, incluindo substituições de antenas e receptores, bem como reposicionamento dos satélites, com a conta fechando em cerca de R$7,7 bilhões. As próprias operadoras de telefonia, porém, seriam responsáveis pelo pagamento da dívida.
Vale lembrar que situação parecida ocorreu com o 4G, especialmente com a implantação da faixa de 700MHz, que forçou o desligamento da TV analógica e a ampla adoção da TV digital, com grandes adaptações que também acabaram por ser responsabilidade das operadoras.
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