Segurança 07 Out
A novela que envolve o banimento do WeChat das lojas de aplicativos – como o Google Play Store e a Apple App Store – dos Estados Unidos está longe de acabar, após nova declaração da juíza Laurel Beeler que reforça o posicionamento da magistrada frente às imposições do governo estadunidense.
Como vimos na semana passada, mais especificamente no dia 16 de outubro, Beeler manteve pulso firme e declarou que as últimas evidências apresentadas pelo governo norte-americano na ocasião não foram suficientes para mudar sua decisão de manter o aplicativo nas lojas. Com isso, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos declarou iria seguir em frente com a disputa e apresentar novos detalhes para, finalmente, conseguir o bloqueio do aplicativo de origem chinesa.
Agora, Laurel mais uma vez reforçou sua decisão e declarou que as novas evidências apresentadas, mais uma vez, não mudam sua decisão:
O registro não apoia a conclusão de que o governo ‘estreitamente adaptou’ as transações proibidas para proteger seus interesses de segurança nacional. [A evidência] apoia a conclusão de que as restrições 'sobrecarregam substancialmente mais discurso do que o necessário para promover os interesses legítimos do governo.’
A decisão de manter o WeChat nos Estados Unidos se apoia no apelo de um grupo de chineses que vivem no país e alegam que o aplicativo é a única forma de contato mais rápido com seus entes e amigos que vivem na China, já que o aplicativo é muito popular no país asiático.
No entanto, eles não são os únicos a advogar pela permanência do mensageiro e ao menos duas empresas estadunidenses apelam para a liberação de seu uso no país: a Apple e a Disney.
A fabricante de Cupertino explica que o bloqueio do aplicativo na App Store pode afetar a venda de seus dispositivos com uma queda de 30% nos envios. Isso porque, como dito, o aplicativo é o mensageiro mais popular na China e, com sua indisponibilidade na App Store, os chineses podem se ver tentados a migrar para outra marca que o ofereça. Vale lembrar que, quanto a essa possibilidade, o presidente Donald Trump já deixou claro que não se importa com esses impactos.
Já a Disney defende que a expulsão do WeChat dos Estados Unidos pode impedir a empresa de aceitar pagamentos do app para ingressos, concessões e outras compras na Disneyland de Hong Kong e Xangai, por exemplo.
Apesar de Laurel Beeler se manter firme em sua decisão, o Departamento de Justiça, mais uma vez, disse que irá recorrer ao Tribunal de Apelações do Nono Circuito dos Estados Unidos para reverter a decisão da magistrada.
Comentários