Segurança 09 Nov
Após o governo brasileiro anunciar que apoia a iniciativa dos Estados Unidos conhecida como "Clean Network" (Rede Limpa), a Huawei já começa a se preparar para uma longa batalha judicial no país.
O programa dos EUA prevê que empresas chinesas sejam impedidas de fornecer equipamentos 5G para os países participantes. Isso porque o governo Trump afirma que Huawei e ZTE são um canal de espionagem do Partido Comunista Chinês (PCC). Ao sinalizar o apoio, o Brasil deixa aberta a possibilidade de banir a Huawei.
De acordo com fontes, a Huawei já contratou um escritório de advocacia especializado e com atuação em Brasília para lidar com o processo. A intenção da chinesa é aplicar no Brasil a mesma estratégia usada na Suécia. Isso porque a companhia conseguiu uma liminar na justiça sueca que impede o seu banimento do 5G.
Atualmente, a Huawei detém 40% do mercado de infraestrutura de rede do Brasil. Por isso, até mesmo as principais operadoras do país já procuram maneiras de evitar um banimento total da chinesa.
A exclusão da Huawei pode trazer uma série de prejuízos para as empresas de telefonia do país, uma vez que as operadoras vão gastar com o leilão de frequências, adaptação e substituição de todos os equipamentos da chinesa.
Por enquanto, a Huawei não se manifestou sobre o assunto. Comentando o cenário, Flavia Lefrève, especialista em telecomunicações, disse ao Globo:
Grande parte dos equipamentos e redes da Vivo e da TIM são da Huawei. Uma restrição aos chineses implica custos para as empresas e adaptação de infraestrutura.
Já Luca Belli, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que é legítimo proibir determinado fornecedor. Contudo, é preciso ter evidências claras de riscos à segurança nacional. Para ele, esse ainda não é o caso da Huawei, uma vez que o debate dos EUA é puramente ideológico.
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