Apple 16 Fev
A batalha entre Epic Games e Apple já dura cerca de seis meses e não deve acabar tão cedo. O conflito, que teve início após vendas de dinheiro in-game de Fortnite por meio de sistema própria da Epic no iOS, é motivo de disputas judiciais entre as duas companhias em diversos países do mundo e começa agora a envolver o governo.
Conforme relatório divulgado pelo jornal The New York Times, lobistas da Epic Games podem estar por trás de um novo projeto de lei no estado de Dakota do Norte, nos EUA, que afetaria diretamente Apple e Google. O projeto 2333, proposto pelo senador Kyle Davison, quer impedir que grandes lojas digitais como a App Store e a Google Play exijam que desenvolvedores distribuam produtos exclusivamente em suas lojas, ou que utilizem exclusivamente seus sistemas de pagamento.
A proposta quer ainda impedir que as companhias por trás dessas lojas punam os desenvolvedores por buscar outros meios de distribuição ou que utilizem outros métodos de pagamento. Segundo a publicação, o senador Davison teria recebido um rascunho do projeto de lei das mãos de Lacee Bjork Anderson, uma lobista da Odney Public Affairs, baseada na cidade de Bismarck, em Dakota do Norte.
Ainda de acordo com o NYT, a senhorita Anderson teria confirmado em uma entrevista que foi contratada pela Epic Games, e que recebeu pagamentos da "Coalition for App Fairness", um conjunto de empresas, que inclui a própria Epic, cujo objetivo é confrontar a Apple e outras grandes companhias em relação às políticas impostas a desenvolvedores.
Em resposta à reportagem, a coalizão emitiu um comunicado em que afirma que todas as empresas integrantes apoiam o projeto de lei, além de garantir que Lacee Anderson trabalha para Epic e para toda a coalizão, que engloba mais de 50 companhias.
Apesar da influencia do grupo de empresas, o jornal lembra que há de fato interesse de governos em todo o mundo em aumentar a fiscalização sobre grandes companhias. Prova disso é o interesse da França em aumentar a autonomia de países europeus na punição de empresas de tecnologia.
O New York Times também reporta que a Apple está lutando para impedir que esse projeto de lei seja aprovado, argumentando que sua implementação "ameaça destruir o iPhone como ele é conhecido". Caso entre em vigor, a nova legislação será vigente apenas em Dakota do Norte, mas já deve dar dores de cabeça à gigante de Cupertino. Ao que tudo indica, ainda que haja interesse financeiro por parte da Epic Games, os esforços da produtora devem de fato auxiliar pequenos desenvolvedores.
Comentários