A falta de chips ainda segue afetando a indústria em diversos segmentos de atuação. Além do setor automobilístico, fábricas de aparelhos eletrônicos no Brasil tiveram que interromper parte da produção por falta de componentes.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 15% dos fabricantes de produtos como celular, notebook e televisão tiveram que paralisar parte da produção desses aparelhos eletrônicos no mês de janeiro.

Ainda segundo o relatório, cerca de 36% das fábricas notaram atrasos na produção e nas entregas justamente pela falta dos semicondutores. Pelo mesmo motivo, metade das empresas teve o funcionamento afetado ao longo de dezembro.

A entidade destaca ainda que esse é o maior percentual de paradas forçadas desde que se começou a apurar os dados mensalmente dos seus associados por conta da crise de abastecimento que afeta todo o mundo desde 2020.

A associação afirmou ainda que 7 em cada 10 empresas têm enfrentado dificuldade para encontrar os produtos que são fundamentais na montagem dos eletroeletrônicos e que 26% estão com os estoques de matérias-primas abaixo do normal.

A maioria das empresas acredita que a crise no abastecimento vai ser resolvida até o fim de 2022. Nenhuma fábrica de eletroeletrônicos teve que parar a sua produção totalmente até o momento, ao contrário das montadoras.

A escassez dos chips tem afetado as indústrias de forma global desde 2020 e foi agravada pela pandemia da Covid-19, que desorganizou as cadeias de produção, trazendo inúmeros obstáculos, principalmente na logística para fabricação e distribuição.

Outro motivo que faz o problema se agravar no Brasil é a operação padrão que vem sendo nos portos brasileiros realizada pela Receita Federal, causando atrasos na liberação das cargas importadas, a grande maioria vindas da China.