A Sony já deixou bem claro que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir a venda da Activision Blizzard para a Microsoft e enquanto a Comissão Europeia continua investigando a transação, a gigante nipônica afirmou recentemente que está confiante de que a Autoridade de Competição e Mercados (CMA) do Reino Unido tentará proibir a proposta de aquisição.

Na nova declaração, a empresa também voltou a falar sobre como a fusão entre as empresas será prejudicial para os consumidores a longo prazo.

O órgão regulador do Reino Unido expandiu recentemente sua investigação sobre o acordo de US$ 68,7 bilhões entre a Micrsoft e a Activision Blizzard, devido a uma série de preocupações antitruste, que delineou em um comunicado publicado em meados de outubro.

Notavelmente, eles delinearam sua preocupação com o impacto que o acordo poderia ter na capacidade do PlayStation de competir, já que a fusão faria com que a Microsoft ganhasse a propriedade da série Call of Duty.

Em uma resposta recém-publicada à declaração da CMA, a Sony expressou confiança de que o regulador concluirá que a fusão provavelmente resultará em uma redução substancial da concorrência e, portanto, deve ser bloqueada.

A fabricante afirma que, se a Microsoft obtivesse o controle exclusivo do conteúdo da Activision, todos os desenvolvedores independentes seriam prejudicados e a Microsoft poderia aumentar os preços de jogos, hardware e assinaturas.

A SIE está confiante de que a investigação da fase dois da CMA confirmará que a transação provavelmente diminuirá substancialmente a concorrência e deve ser proibida.

A Sony continua argumentando que Call of Duty é “insubstituível” e que a propriedade da Microsoft sobre ele faria pender o equilíbrio de poder tão fortemente a seu favor que, em última análise, o PlayStation pode ser incapaz de competir.

A Microsoft controlaria o conteúdo insubstituível que impulsiona o engajamento do usuário. Após a transação, a Microsoft controlaria o conteúdo da Activision, que gera [redigido] vezes mais engajamento do usuário no PlayStation do que todos os títulos originais de melhor desempenho da SIE juntos.

Embora a Microsoft tenha afirmado recentemente que ofereceu à Sony um acordo que manteria a série Call of Duty no PlayStation por uma década, a Sony argumenta que, após a transação, “a Microsoft teria a capacidade e o incentivo de excluir ou restringir rivais, incluindo PlayStation e PlayStation Plus, de ter acesso ao Call of Duty”.

A médio prazo, um número significativo de usuários do PlayStation provavelmente mudaria para o Xbox e/ou Game Pass. Diante de uma concorrência mais fraca, a Microsoft seria capaz de: aumentar os preços dos consoles e jogos para os usuários do Xbox (incluindo aqueles que deixaram o PlayStation); aumentar o preço do Game Pass; e reduzir a inovação e a qualidade.

Em suma, a Sony quer reforçar que a aquisição da Microsoft faz parte de um plano para restringir os direitos de escolha dos consumidores, que se veriam "obrigados a ficarem presos" no ecossistema Xbox, já que as concorrentes não teriam ferramentas e recursos para criar uma oferta atraente o bastante para competir.

Como sempre, nos resta esperar para descobrir qual será o desfecho dessa novela, mas a Sony certamente não vai cair sem lutar.