O CEO do Telegram disse na última quinta-feira (06) que o WhatsApp é uma “ferramenta de vigilância” da Meta. Pavel Durov, que não poupa críticas ao serviço de mensagens rival em vista de questões sobre a privacidade dos usuários, alertou para que os usuários “fiquem longe do WhatsApp” e utilizem qualquer outro aplicativo mensageiro.

A publicação do executivo tinha o objetivo de chamar a atenção do público para uma grave falha de segurança do WhatsApp, que permitia a execução de códigos arbitrários durante chamadas de vídeo. Para Durov, esse foi apenas um capítulo de vários problemas de segurança da empresa rival, que estaria “vigiando os usuários há mais de 13 anos”.

“Um problema exatamente igual foi descoberto em 2018, então outro em 2019, e mais um em 2020”, disse o criador do Telegram, incluindo links para artigos de noticiários que alertavam as falhas de segurança em cada uma das ocasiões. “Antes de 2016, o WhatsApp não tinha qualquer tipo de criptografia”, acrescentou.

O fundador do aplicativo cita na publicação um caso em que até mesmo Jeff Bezos, fundador e ex-CEO da Amazon, teve seu celular invadido por uma suposta falha de segurança do WhatsApp em 2020. “Mesmo que você seja a pessoa mais rica do planeta, todos os dados em seu celular são vulneráveis se você tiver o WhatsApp”, disparou.

A rivalidade entre o WhatsApp e o Telegram é acirrada desde o lançamento da plataforma de Durov em 2013. No Brasil, o crescimento do aplicativo russo é sólido — 65% dos brasileiros utilizam o Telegram, embora a liderança ainda pertença ao mensageiro de Mark Zuckerberg.

“Com mais de 700 milhões de usuários ativos, o Telegram não precisa de qualquer propaganda adicional”, acrescenta o texto de Durov. “Você pode utilizar o aplicativo de mensagens que quiser, mas fique longe do WhatsApp”.

O Independent procurou representantes da Meta em busca de uma posição em vista das acusações de Pavel Durov. Um porta-voz da gigante tecnológica — que engloba serviços como o Facebook, Messenger, Instagram e o WhatsApp — não produziu um grande texto e limitou-se a rebater dizendo apenas que “isso é uma completa bobagem”.

Não é a primeira vez que as empresas trocam críticas publicamente. Em janeiro de 2021, o presidente do WhatsApp sugeriu que seu aplicativo é muito mais seguro que o Telegram que, por sua vez, alfineta a “inovação atrasada” de seu rival.