Tech 27 Mar
Não é uma novidade que vários tratamentos têm sido testados para combater o novo coronavírus. Apesar de o mais conhecido tenha sido a cloroquina – mesmo com suas várias reações adversas e sem maiores comprovações científicas –, uma nova alternativa aparenta ser mais eficaz no efeito contra a Covid-19.
Segundo uma pesquisa da Fiocruz, o medicamento atazanavir – utilizado com frequência no tratamento da Aids – conseguiu parar a replicação do vírus e diminuir a produção de proteínas que geram a inflamação nos pulmões.
Por ser um remédio utilizado há mais tempo e considerado seguro, ou seja, com menos impactos tóxicos e adversos no organismo das pessoas. Outra possibilidade tem sido administrar o atazanavir combinado com o ritonavir – também usado contra o HIV.
De acordo com o autor do estudo, Thiago Moreno, as medicações administradas também devem ser aliadas a práticas de distanciamento social, as quais já têm sido tomadas por governadores e prefeitos em boa parte do Brasil.
“A análise de fármacos já aprovados para outros usos é a estratégia mais rápida que a ciência pode fornecer para ajudar no combate à Covid-19, juntamente com a adoção dos protocolos de distanciamento social já em curso.”
Thiago Moreno
Virologista do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde
O especialista destaca que, durante as três avaliações – observação da interação molecular, experimentos com enzimas e testes in vitro –, os resultados obtidos foram melhores que os vistos na comparação com a cloroquina. Ele ainda reforça que, quanto mais substâncias eficazes para o tratamento, melhor será o combate à doença.
“Não se trata de uma competição; quanto mais substâncias promissoras, melhor. Se a cloroquina fosse 100% eficaz, não teríamos mais nenhuma morte por COVID-19. Mesmo que ela seja aprovada como tratamento padrão, muita gente não poderá usá-la, devido aos efeitos colaterais, então é sempre positivo ter alternativas.”
O estudo é gerenciado pelo CDTS/Fiocruz e conta com cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e do Instituto DOr de Pesquisa e Ensino e da Universidade Iguaçu.
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