O norte-americano David Bennett, de 57 anos, foi primeiro humano a receber um transplante de coração de porco. A cirurgia durou cerca de sete horas e o paciente está bem, mas os médicos ainda não sabem as chances de sobrevivência a longo prazo.

A operação foi realizada por médicos e cientistas do University of Maryland Medical Center, em Baltimore, no Estados Unidos. O paciente tinha uma doença cardíaca em estágio terminal. Por isso, o transplante foi o último recurso possível para Bennett.

"Era morrer ou fazer esse transplante. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última escolha. Não vejo a hora de sair da cama depois que me recuperar", afirmou Bennett.

Em entrevista à BBC News, a presidente do departamento de cirurgia do centro médico onde foi realizada a cirurgia, Christine Lau, explicou que o paciente corre bem mais risco do que normalmente aconteceria em um transplante com um órgão humano.

Os médicos ressaltaram também que o porco foi geneticamente modificado, eliminando fatores que levariam o coração a ser rejeitado pelo organismo humano. O procedimento é o ápice de anos de pesquisa e pode mudar vidas em todo o mundo.

Pesquisadores consideram os porcos como uma possível salvação para a escassez no banco de órgãos. Em setembro do ano passado, uma equipe do NYU Langone Health conseguiu transplantar um rim de porco em um humano que já estava morto.

Mesmo com o paciente morto, a operação foi considerada um sucesso pelo fato do órgão conseguir cumprir suas funções naquele organismo sem que fosse rejeitado. Em dezembro, a equipe fez uma segunda operação do tipo.

"As pessoas morrem o tempo todo na lista de espera por órgãos. Se pudéssemos usar órgãos de porcos geneticamente modificados, elas não precisariam esperar, e poderiam obter um órgão quando precisassem”, explicou o cirurgião Bartley Griffith, também à BBC.

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