Enquanto a rede 5G segue sendo implementada no Brasil, pesquisas já giram em torno do 6G, rede que deve ser 100 vezes mais rápida e ser lançada em 2030. Entretanto, a nova tecnologia não deve ser benéfica apenas para os eletrônicos, mas também para a saúde do nosso cérebro, segundo estudos feitos por cientistas na China.

O estudo do Laboratório Estadual de Neurociência Cognitiva e Aprendizagem da Universidade Normal de Pequim parte de uma pesquisa realizada pela Academia Russa de Ciências em 2009, que testou os efeitos da radiação terahertz em células cerebrais, onde foi observado que a dose correta pode estimular a atividade das proteínas GluA1, GluN1 e SY-38, que são responsáveis pelo desenvolvimento dos neurônios.

Li Xiaoli, cientista-chefe do estudo publicado na revista Acta Physica Sinica, afirma que:

Ondas terahertz de certas frequências e energias podem ser desenvolvidas como uma nova tecnologia de neuromodulação para tratar ou intervir em doenças como distúrbios neurodesenvolvimentos.

Dentre as doenças que podem ser tratadas com esta tecnologia estão Alzheimer, autismo e doença de Parkinson, mas a pesquisa diz que é possível ir ainda mais longe.

No experimento, neurônios de ratos foram expostos à radiação de pulso de 100 microwatts por 3 minutos com frequências variando de 0,3 a 3 terahertz, resultando em neurônios crescendo 150% mais rapidamente em uma placa de Petri mantendo características saudáveis.

O resultado foi que os ratos utilizados nos experimentos tiveram capacidade de aprendizagem aprimorada graças a outro efeito da radiação no seu cérebro: o número de conexões entre neurônios dobrou em apenas 3 dias. Testes mostraram que não houve nenhum prejuízo no organismo das cobaias.

Outro teste ainda expôs os ratos à radiação terahertz 90 mW por 20 minutos por dia durante três semanas. O resultado foi o aumento de novas células cerebrais em espécimes jovens, fazendo com que eles respondam mais rapidamente a estímulos e aprendam tarefas de forma mais rápida que os camundongos que não receberam este tratamento.

Por fim, Li Xiaoli ainda esclarece que mais estudos já estão em andamento para garantir que a tecnologia 6G seja segura e que os tratamentos envolvendo a radiação terahertz garantam condições de vida melhores para as pessoas no futuro sem representar qualquer tipo de risco para elas.