02 Outubro 2017
BlackBerry acha perfeitamente normal ajudar o governo em situações que requerem acessos legais às informações cibernéticas. De acordo com uma publicação no blog oficial da companhia canadense, feita pelo atual CEO da mesma, John Chen, onde trata-se de uma polêmica que se enquadra no caso do FBI contra a Apple.
Em uma investigação após o ataque terrorista em San Bernardino, Califórnia, a grande Maçã se recusou a desbloquear o iPhone 5c usado pelo casal criminoso — que matou 14 pessoas e feriu outras 22 — durante e depois do acontecido. Embora a questão ainda esteja em aberto, a empresa sediada na America do Norte, antigamente regida pelo nome de RIM (Research In Motion), diz colocar a cidadania acima de tudo, ao invés de "outras marcas" que colocam a reputação à frente. Mas há um balanço que precisa ser respeitado entre a segurança e a privacidade, diz ele.
"Quando se trata de fazer a coisa certa em situações difíceis, o princípio que guia a BlackBerry tem sido fazer o que é o certo para a cidadania, dentro das fronteiras éticas e legais. Nós temos sido claros há um bom tempo sobre a nossa posição de que as companhias da tecnologias, como boas cidadãs coorporativas, devem obedecer pedidos de acesso razoáveis pela lei. Eu afirmei antes que estamos, de fato, em um lugar escuro da história, onde as empresas colocam suas reputações acima do bem maior. ", diz John Chen.
"Para a BlackBerry, há um balanço entre fazer o que é certo, como ajudar a prender criminosos, e evitar o abuso governamental de invadir a privacidade do cidadão. ", completa. Para reforçar a última afirmação, o executivo lembra o caso do Paquistão, onde a marca foi banida por manter o sigilo dos usuários no país. "Nós conseguimos encontrar tal balanço mesmo com a pressão do governo sobre nossa base ética. Mesmo com a pressão, nossa posição permaneceu imutável e nossas ações são a prova de que estamos comprometidos com esses princípios", finaliza o CEO.
Este trecho se refere ao retorno das atividades da companhia no Paquistão, encontrando um equilíbrio onde o governo do local permitiu que a empresa continue a trabalhar normalmente em suas terras, mesmo sem violar a então chamada "ordem de vigilância", onde os moradores comandados pelos líderes paquistaneses são vigiados por equipes "táticas". Ainda assim, em certas ocasiões, como na queda da máfia italiana no Canadá, cuja ajuda da BlackBerry fora imprescindível, é possível que haja um balanço entre a segurança e a privacidade, e isto a companhia aprova.
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