"O relato sobre minha morte é um exagero". A frase é de Mark Twain, famoso escritor que foi duas vezes considerado morto pela imprensa, mas poderia muito bem ser citada pelo Google Glass.

Apesar de não ter obtido o impacto que a Google esperava, além de todas as críticas que recebeu, com fortes alegações de que ninguém o usaria, além de problemas éticos e de privacidade ("por que você está me olhando com esse Google Glass?"), e a notícia de que a companhia havia interrompido as vendas para consumidores, ninguém poderia ter afirmado afoitamente que o projeto estava morto.

Na verdade, ele vai bem, trabalhando pesado para seguir seu caminho nas empresas.

Sim, você leu certo. O Glass pode não ter tido o sucesso esperado entre os usuários comuns, ter sido considerado feio e ridículo para se andar em lugares públicos, e apelidado de "NSA dos gadgets", mas isso não quer dizer que não exista um público interessado no potencial dessa tecnologia.

Já havíamos reportado que uma nova fase de testes foi iniciada junto a empresas parceiras, mas rumores não deixavam claro que tipo de estratégia foi adotada. Agora o site TechCrunch divulgou a notícia de que "certamente, mesmo antes da decisão de cortar o programa de consumidor, ele estava trabalhando em silêncio com um grupo de empresas, pessoas que viram o potencial comercial onde outros viam pervertidos com câmeras em seus rostos."

Kyle Samani, CEO da Pristine, empresa dedicada a comercializar o Google Glass, escreveu em um e-mail dizendo que a Google está firmemente apoiando o Glass como uma ferramenta de negócios.

"A Google está trabalhando mais de perto com a gente do que nunca e está comprometida com o sucesso do Glass na empresa. Eles estão apoiando ativamente nossos planos de crescimento agressivo", escreveu ele.

Jay Kim, Chefe de Tecnologia do APX Labs, empresa que desenvolveu uma plataforma de desenvolvimento de software para wearables, incluindo os óculos de Mountain View, disse à TechCrunch que a Google ainda está vendendo o dispositivo a granel para os seus parceiros.

Ou seja, o Glass parece ter encontrado o público onde, por enquanto, é apreciado: os escritórios e corredores das empresas, onde ninguém corre o risco de ser alvo de piadas envolvendo o termo "Glasshole" ou acusado de invadir a privacidade de terceiros.

Na verdade, este é o ambiente perfeito onde as pessoas podem ser chamadas à atenção por não usar o seu óculos de realidade aumentada.

Será que a tendência chega ao Brasil? E você, trabalharia em uma empresa que adota o Glass entre os funcionários?