Segurança 05 Mai
Confira aqui a segunda parte desta coluna especial
Por muitas vezes oferecer menos custos aos consumidores, a compra de celulares importados de marcas que atuam no mercado nacional é uma prática comum de usuários de smartphones. Seja diretamente em outro país, ou por meio do chamado “mercado cinza” – vendedores que importam o produto, mas não são oficiais.
No entanto, um dos riscos a eles consiste em possível falta de garantia nacional, o que os deixa descobertos em casos de alguma necessidade de manutenção. O TudoCelular já recebeu várias reclamações de internautas que tiveram o pedido de assistência negado – mesmo mediante orçamento – por fabricantes.
Como forma de explicar aos usuários quais empresas podem fornecer ou não esse tipo de serviço, o Detetive TudoCelular conversou com oito companhias do setor que atuam no mercado brasileiro, para saber qual é a política a respeito do tema.
Vale lembrar que o assunto abordado consiste em celulares sempre originais e devidamente homologados por órgãos regulares estrangeiros. Confira os detalhes:
Apesar de lançar todos os modelos de iPhone no Brasil, os preços praticados no país muitas vezes motivam consumidores a adquirirem seus dispositivos no mercado internacional por meio de importação.
Em outros casos, pessoas que já estão fora do país podem aproveitar para comprar um celular na viagem e o trazer de volta ao solo brasileiro. Segundo informações obtidas por usuários da empresa ao TudoCelular, é possível consertar o dispositivo no Brasil por assistência autorizada da "Maçã".
Mesmo assim, o Detetive entrou em contato com a companhia para obter maiores esclarecimentos. Até o momento, ela ainda não mandou um posicionamento. Assim que houver um retorno, este texto será atualizado.
A Samsung tem presença em todos os segmentos de smartphones dentro do Brasil. Mesmo assim, seus aparelhos também podem ser encontrados no chamado “mercado cinza”, com preços inferiores.
Sobre a assistência local desses celulares importados, a empresa explica que somente fornece garantia aos modelos comprados em revendedores autorizados no país, além de não realizar reparos técnicos devido à tecnologia usada ser diferente conforme a região. Por outro lado, dão outros tipos de suporte aos clientes.
A companhia ainda reforça que a situação já é diferente no catálogo de notebooks. Neste caso específico, os produtos possuem garantia universal por terem a mesma tecnologia.
“Fornecemos garantia a todos os produtos adquiridos nas revendas autorizadas no Brasil. Com relação aos produtos comprados em outros países, damos total suporte, mas não efetuamos reparos técnicos por conta da tecnologia empregada, que é diferente da encontrada no Brasil. A exceção fica por conta do portfólio de Notebook, contemplado pela garantia universal por empregar a mesma tecnologia no Brasil e no exterior.”
A Motorola é uma das marcas consolidadas no segmento dentro do território nacional. Ela também possui a fabricação local no Brasil, ou seja, não precisa trazer os telefones de fora para vendê-los por aqui.
Porém, caso você resolva comprar algum modelo produzido fora do país, provavelmente não contará com reparo se este for necessário. De acordo com fontes internas da empresa, essa é uma reclamação constante de clientes, que acabam por não ter seu celular consertado devido a negativa da marca.
A assessoria da Motorola já foi contatada por este espaço, o qual deverá ser atualizado assim que a empresa retornar com o posicionamento para o Detetive TudoCelular.
Atualização (14/05, às 12h32)
A empresa retornou à esta coluna e disse qual é o seu posicionamento sobre o tema. A Motorola Brasil afirma apenas atender os produtos fabricados no Brasil em sua assistência técnica e justifica por possível falta de softwares, treinamento ou equipamentos necessários.
"A política da Motorola Brasil é atender nas suas assistências técnicas somente produtos que foram fabricados no país. Os componentes podem mudar e as assistências técnicas podem não ter os softwares, treinamento ou equipamentos necessários para realizar o conserto."
Com um portfólio amplo de celulares lançados no mercado nacional, a LG não chega a trazer todos os seus portáteis ao país. É o caso da linha V ThinQ. Ainda assim, alguns modelos presentes em solo brasileiro também podem ser encontrados por vendedores que importaram os aparelhos.
Em resposta a esta coluna, a fabricante ressalta que a garantia fornecida é apenas nacional. Para dispositivos adquiridos sem a produção da LG Brasil, ela se diz impossibilitada de fornecer reparo, uma vez que as peças disponíveis podem ser incompatíveis.
“A garantia da LG é nacional, conforme termo de garantia que acompanha o produto. Visando a fidelização do cliente e satisfação dos nossos consumidores, a LG esgota todas as possibilidades de reparo quando o mesmo produto também é fabricado no Brasil. Para produtos que a LG Brasil não fabrica, ficamos impossibilitados de proceder ao reparo por questões de incompatibilidade de peças disponíveis.
Na contramão das fabricantes de aparelhos Android com operações nacionais até o momento, a ASUS confirmou ao TudoCelular que faz assistência técnica dos smartphones adquiridos fora do país.
Contudo, a empresa ressalta que não cobre a garantia das demais regiões aqui no território brasileiro. Em outras palavras, você terá de solicitar um orçamento e pagar pela manutenção, mesmo se tiver garantia válida na origem do dispositivo.
“A ASUS Brasil realiza manutenção de aparelhos comprados em outros países, porém, em casos de reparo de produtos importados que ainda se encontram dentro da garantia, o procedimento não é semelhante ao de produtos nacionais, pois os produtos importados não possuem garantia no Brasil. Nesse caso, os usuários podem verificar a possibilidade de reparo em orçamento diretamente com as assistências autorizadas da ASUS.”
Atualização (15/05/20, às 13h10)
A ASUS enviou um complemento da sua declaração ao Detetive. Segundo a companhia, a manutenção é sempre paga pelo usuário, mas desde que o "braço" nacional tenha as peças necessárias para o seu reparo. Caso contrário, não há assistência ao produto.
"Para produtos importados, estando na garantia ou não, no Brasil somente é possível o reparo em orçamento. Porém temos mais uma condição para reparar o produto: verificar se o produto importado é similar com o produto vendido aqui. Caso contrário, não terá peças para reparar no Brasil."
De todas as marcas, a Xiaomi consiste no principal exemplo de fabricante com grande presença de aparelhos importados entre os usuários no Brasil. Isso porque a empresa não atuava no país até junho do ano passado, quando chegou em parceria com a DL Eletrônicos.
Mesmo assim, ainda é uma marca procurada no “mercado cinza”, pelo custo-benefício dos seus celulares adquiridos por importação.
Em contrapartida, o head da operação no Brasil, Luciano Barbosa, explicou ao site que – devido à ausência de nota fiscal da própria revendedora autorizada – a Xiaomi não fornece reparos aos usuários de dispositivos comprados por vendedores paralelos.
“A Xiaomi não presta assistência a quem compra via ‘mercado cinza’. Ela não fornece o serviço porque não tem nota fiscal.”
Luciano Barbosa
Head da operação da Xiaomi no Brasil
Outra fabricante chinesa que retornou ao mercado brasileiro no ano passado, a Huawei ressaltou ao TudoCelular que somente os produtos vendidos em seus canais oficiais têm direito a assistência no país.
Ou seja, se você comprar um smartphone da marca que não veio ao Brasil por meio da própria companhia, ela não fornecerá reparos ao aparelho.
A empresa ainda ressalta a recomendação para sempre comprar os aparelhos que possuem certificação da Anatel.
“A Huawei Brasil oferece serviços de garantia para os produtos adquiridos nos canais de vendas oficiais no Brasil. É importante orientar os consumidores que sempre comprem produtos regularizados pela Anatel, disponíveis apenas nesses canais oficiais.”
Marca histórica no mercado de celulares do Brasil, a Nokia está de volta ao país – agora pertencente à HMD Global –, em parceria com a nacional Multilaser – responsável por distribuir e também oferecer a assistência aos clientes. O primeiro e único modelo lançado em terras tupiniquins é o Nokia 2.3.
Caso você tenha ou queira comprar um outro modelo ou o próprio básico via “mercado cinza”, a operação nacional não irá prestar manutenção ao seu aparelho. Ter a garantia válida aqui é o que permitiria utilizar o serviço.
“Os telefones Nokia possuem apenas garantia válida no país onde o produto foi adquirido e pelos canais autorizados da HMD Global.”
A assessoria da HMD Global no Brasil também acrescentou à coluna que, caso seja necessário o suporte pós-venda do Nokia 2.3 comprado oficialmente, o primeiro contato é feito de forma remota. Se for preciso, o usuário poderá enviar o celular sem custo e o terá de volta em um prazo de aproximadamente cinco dias úteis.
“Nesse momento, o suporte pós-venda será fornecido pelo nosso parceiro local e o usuário poderá encontrar todos os canais de contato no nosso site. O primeiro contato de solução de problemas será feito remotamente e, caso seja necessário, o usuário pode enviar gratuitamente o telefone por correio para a assistência técnica e, após o reparo, o aparelho retornará ao consumidor – esse processo levará cerca de 5 dias úteis, incluindo logística e reparo.”
E aí, você já passou por alguma situação em que precisou de assistência técnica em um celular importado? Relate a sua experiência para a gente!
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