Feiras e eventos 12 Out
A pandemia afetou uma série de setores. Seja fabricantes de smartphones, operadoras ou o setor de entregas, não há quem não possa dizer que não teve sua rotina afetada pelo isolamento social e fechamento do comércio.
Contudo, o maior número de pessoas em casa, trabalhando e jogando, a demanda por produtos que melhorem o desempenho e tragam mais conforto aumentou. Empresas de periféricos têm sido fundamentais nesse momento.
Uma delas é a Logitech. Maior empresa de periféricos do mundo, a companhia suíça possui acessórios para diversas áreas, com foco em informática (mouses, teclados, webcams, caixas de som etc.), sua linha gamer, a Logitech G, adquiriu recentemente a Astro Gaming, focada em hardware e também a Blue Microphones, que fornece equipamentos de áudio de alta qualidade.
A empresa viu de perto o aumento na demanda por seus produtos, por conta da adesão em massa ao home-office, incentivado pela marca há anos, e também percebeu sua linha gamer ganhar mais destaque. Além disso, a empresa destaca suas soluções de videoconferência, com suas webcams e o sistema Logitech Rally, que permite transmissões em vídeo com grandes exigências para o mundo corporativo.
Para entender melhor o mercado e como ficará o "novo normal", com o fim da pandemia em médio prazo, o TudoCelular conversou com o presidente da Logitech no Brasil, Jairo Rozenblit. o executivo, que já foi entrevistado pelo portalem outras oportunidades, fala sobre os impactos da pandemia na operação da Logitech e o ritmo de lançamentos futuros.
Rozenblit falou também sobre o recente comunicado da empresa, que passará a exibir a pegada de carbono de seus produtos nas embalagens, reforçando seu compromisso de sustentabilidade.
A entrevista completa está no vídeo fixado no topo da matéria. Confira os principais destaques a seguir.
Segundo o executivo, a empresa se antecipou e passou a adotar o home office antes mesmo da orientação dos ógãos de saúde, e como os funcionários já eram orientados a trabalharem de casa, o impacto foi reduzido.
Do dia para a noite a gente se viu todos em home-office, pra Logitech é extremamente importante a segurança do funcionário, então mesmo antes das recomendações do governo, a gente já decidiu por todos os funcionários trabalharem em home office. Até porque a gente instalou um comitê de crise global, diversos países... A gente tinha uma reunião diária com vários mercados globais para discutir o impacto em cada país, e cada local tinha uma abordagem diferente e um estágio diferente do vírus, e quando a gente viu que a situação estava complicada, a gente decidiu se antecipar e colocar os funcionários em home office. O que é interessante é que a Logitech já fazia campanha de home office, nos últimos três anos a gente tinha uma campanha 'work for home', em que todos os funcionários, sem exceção, trabalhavam de casa [...]. Então de certa forma a gente já estava acostumado, já tinha essa habilidade, e como a Logitech tem os equipamentos, os funcionários já estavam preparados, já tinham seus equipamentos, então a operação continuou rodando bem, mesmo com toda essa situação extremamente desafiadora.
Jairo Rozenblit, presidente da Logitech Brasil
Como uma empresa de periféricos, a Logitech entendeu que era possível fornecer tecnologia para que as empresas pudessem fazer a transição para o home office de forma segura. Jairo explicou o processo.
A gente se viu como uma empresa que podia ajudar as pessoas durante essa pandemia de uma forma menos traumática possível. Então quando você consegue ter uma webcam, um headset, um mouse e teclado, a gente tentou ajudar no máximo as empresas a irem para esse novo mundo. A gente tentou acelerar ao máximo a produção, por mais que nossas fábricas também ficaram fechadas durante um tempo por conta da pandemia, assim que elas abriram foi produção máxima, então a gente se viu como uma empresa importante nesse novo ciclo, e para ajudar as pessoas, tanto jurídica como física. A gente fez diversas iniciativas, e as empresas contaram com a gente [...]. A gente tentou ao máximo ajudar e fazer essa transição bem feita para as empresas.
Jairo Rozenblit, presidente da Logitech Brasil
Qual seria o kit ideal para essa transição para o home-office? O executivo da Logitech explica os itens necessários para trabalhar em casa de forma confortável e ergonômica.
A gente consegue oferecer [soluções] para todos os bolsos e vontades , então o kit importante é mouse, teclado, webcam e um headset. Esses itens, junto com o notebook, fazem você ter um ambiente bom para trabalhar em casa e não gerar nenhum problema ergonômico e ter uma qualidade de som boa. Dentro desses produtos você pode ter uma linha básica - a gente tem produtos sem fio que começam com R$ 49, um mouse, até mouses de R$ 499 - vai depender muito da utilização [...]. A gente tem um portfólio de mais de 50 modelos que a pessoa vai se adaptar, ao tipo de mão, de pegada, que vai de acordo com a necessidade de cada um. A mesma estratégia é para teclado, para webcam e para headset. Webcam a gente tem desde uma de entrada, uma HD, a C270, de R$ 150, até a Brio, que é 4K, com qualidade de áudio, de microfone, que traz uma qualidade profissional de captação de imagem. A gente lançou recentemente a StreamCam, que é tem qualidade de imagem 4K e a gente foca nesse público de streamers. A estratégia da Logitech é ter produtos para todos os públicos.
Jairo Rozenblit, presidente da Logitech Brasil
Uma das prioridades da empresa, a divisão de games viu um crescimento alto, seja para os jogos casuais, como também para profissionais, que passaram a utilizar de forma mais ampla periféricos sem fio.
Como as pessoas ficaram muito em casa, aumentou muito as horas praticadas, e muita gente entrou nesse negócio de games, porque era um passatempo. A gente tem alguns cases interessantes da aproximação de filhos com os pais, e o pai começou a entrar no mundo do filho para aprender e jogar junto. O mercado de games ajudou muito as famílias a passarem a fase de pandemia como um passatempo, e a Logitech tem como uma das prioridades a divisão de games. Além da Logitech G, a gente tem também, recentemente, comprou a Astro, uma marca voltada para console, e a gente recentemente também adquiriu a Blue, de microfones [...], e a gente tenta fazer uma mudança no mercado. O gamer queria sempre produtos com fio, porque ele tinha medo de o sem fio dar a mesma velocidade, e sempre ficava essa dúvida, e a partir do momento que a gente mudou a estratégia, de focar no mercado profissional, e quando o melhor jogador do torneio de Overwatch jogou com headset sem fio da Logitech e ganhou, é porque não tem latência, e no Brasil, a INTZ começou a utilizar produtos sem fio, e a gente viu esse mercado com a tendência é de um crescimento absurdo de produtos sem fio.
Jairo Rozenblit, presidente da Logitech Brasil
Quando a pandemia passar, o home office será definitivo ou as pessoas ainda sentirão a falta da interação pessoal? O executivo da Logitech dá sua opinião.
Eu sempre acredito numa balança, num meio termo. Eu acho o home-office super positivo, a Logitech viu que é possível trabalhar de forma extremamente produtiva com o home-office, mas eu acho que falta aquela interação. Por outro lado, tem funcionário que demora duas horas para ir e para voltar, são quatro horas do dia que ele está no transporte. Tem um lado muito positivo do home office, de estar no escritório. Eu acredito que no futuro haja um mix entre os dois, pode ser uma coisa mais dinâmica e mais flexível. Eu não acho que volta tudo, mas não vai ficar 100% das pessoas em home office.
Jairo Rozenblit, presidente da Logitech Brasil
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