05 Dezembro 2016
O AnTuTu é muito conhecido principalmente pelos benchmarks de smartphones que ainda não chegaram ao mercado, mas o site oferece um pouco mais do que apenas isso. O TudoCelular costuma publicar as listas dos dez dispositivos mais potentes de cada mês divulgada por eles, por exemplo, como fizemos com a listagem de novembro.
Mas o site é especializado em hardware em geral. Neste início de dezembro, foi divulgado um estudo sobre os processadores dos dispositivos móveis e a quantidade de núcleos mais popular entre os usuários de smartphones atualmente. E o resultado é bem curioso.
De acordo com o AnTuTu, mais de metade dos smartphones em uso no terceiro trimestre de 206 possuíam um processador com oito núcleos. Isto inclui os chipsets da Qualcomm Snapdragon da série 600, o Exynos 8890, o Kirin 960 e o MediaTek P10.
Pouco mais de um quarto (27,4%) é de processadores quad-core, enquanto os six-core ocupam a terceira colocação com 10,2% do mercado. Deca-core tem 9,4%, e outros são 2,5%.
Mas que tal aprendermos um pouco mais sobre os processadores de oito núcleos, os mais populares do mercado de smartphones atualmente? Incluindo o método de fabricação e a pontuação de um dos modelos mais representativos que leva o chipset, de acordo com o AnTuTu.
A Qualcomm preferiu utilizar quatro núcleos na série 800, seus processadores high-end este ano, mas a linha intermediária é octa-core. O Snapdragon 625, anunciado em fevereiro, utiliza a tecnologia de 14nm e possui oito núcleos ARM Cortex-A53 em uma estrutura octa-core paralela que chega à velocidade de 2.0GHz de clock.
O gráfico acima mostra o desempenho obtido pelo processador em um Galaxy C7, um dos principais representantes do SD 625 no mercado. Além do smartphone da Samsung, outro importante modelo a carregar este chipset em seu interior é o Redmi 4 Pro.
Fabricado no processo de 28nm, o Snapdragon 652 possui quatro ARM-Cortex-A72 de alta performance, e outros quatro núcleos mais eficientes energeticamente com o Cortex-A53. A velocidade obtida por este processador pode alcançar 1.8GHz.
Entre seus representantes máximos estão o Galaxy A9 (benchmark no gráfico acima) e o Xiaomi Mi Max na versão mais potente. Os resultados são melhores que os do SD 625 por conta dos quatro núcleos mais potentes com ARM Cortex-A72.
Possivelmente um dos mais famosos da lista, o Exynos 8890 é o processador presente nos Galaxy S7 e S7 Edge coreanos e também na versão brasileira. É fabricado com o processo FinFET – que a Samsung está sofrendo um processo por violar patente – em 14 nm.
São quatro núcleos em arquitetura ARM big.LITTLE com clock a 2,3GHz, e outros quatro mais eficientes em questão de energia Cortex-A53 com clock a 1,6GHz. Estes lidam com tarefas mais simples, e podem redirecionar dinamicamente para os outros núcleos mais potentes quando necessário – como ao carregar jogos em 3D, por exemplo.
O Kirin 960 ganhou destaque recentemente com o lançamento do Huawei Mate 9. Foi lançado oficialmente em outubro, e falamos detalhadamente sobre este potente chipset aqui.
Em resumo, é fabricado a 16 nm com quatro núcleos Cortex-A73 da ARM com clock que chega a 2,4 GHz. Tudo isso trabalhando em conjunto com outros quatro núcleos Cortex-A53 de 1,8 GHz para garantir grande desempenho com baixo consumo.
O último chipset com oito núcleos, o Helio P10 é considerado intermediário, construído com o processo de 28hm HPC+ da TSMC. São oito núcleos com Cortex-A53 que chegam ao clock máximo de 2.0GHz, aliados a uma GPU Mali-T860 dual-core.
Apesar de não obter pontuação single-core ou multi-core iguais às dos Snaps 625 e 652, o Helio P10 possui configuração balanceada e pode satisfazer a maioria dos usuários no dia a dia. Seus principais representantes são o OPPO R9 e o Meizu Note 3, entre outros.
Conclusão
O fato de ter oito núcleos não é o bastante para indicar se um chipset é intermediário ou topo de linha. Tudo depende dos núcleos que o compõem e a tecnologia utilizada em sua fabricação, entre outros fatores.
O interessante a notar aqui é que os chineses estão alcançado outros polos fabricantes de processadores para dispositivos móveis no que diz respeito a processo de fabricação e resultado para o consumidor médio. O Kirin 960 está quase batendo de frente com os concorrentes americanos e coreanos, e a MediaTek também não está ficando para trás.
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