Depois de mais de 10 anos sem dar as caras no mercado nacional de tablets – quem lembra do lendário Xoom 2 lançado lá em 2011? – a Motorola anunciou o seu retorno ao mundo dos dispositivos de tela grande e apresentou ao público o novíssimo Moto Tab G70.

O tablet chega sob a proposta de dar ao consumidor brasileiro mais uma opção frente aos modelos da Samsung, mantendo um posicionamento semelhante ao que vemos na franquia Moto G de celulares, buscando oferecer qualidade, mas com um preço competitivo.

Mas será que a novidade da marca tem o que é suficiente para esmagar a concorrência? É isso que você confere a seguir na nossa análise completa.

Se o objetivo da Motorola era causar uma boa impressão logo ao tirar o Tab G70 da caixa, parabéns, conseguiu. Em uma cor verde meio azulada, o novo tablet da marca traz um visual bastante agradável, com estrutura em alumínio e fundo que mescla duas texturas, uma mais lisa e fosca e outra mais emborrachada; ambas com uma boa resistência a acumular digitais.

O design mais minimalista segue por todo o corpo do dispositivo. Na parte traseira, apenas a câmera de 13 megapixels com flash LED, logotipo da marca e indicação da presença do Dolby Atmos. Nos lados, botões de volume, microfones, entrada para cartão de memória e conector magnético para acessórios.

E por falar em acessórios, a marca ainda não anunciou a chegada de um teclado ou conector para carregamento para somar às funções do tablet, apesar de citar uma case com teclado e uma caneta no manual do produto. Será que veremos algo do tipo em breve?

Mas se ainda há dúvidas sobre a chegada de acessórios extras, a Motorola da a certeza de uma caixa recheada de elementos no Tab G70. Além do tablet, o usuário encontrará um carregador de 20 Watts acompanhando de cabo USB Tipo-C, chave para remoção da gaveta do cartão de memória, película de vidro para aplicação (que já poderia vir aplicada) e uma capa no estilo folio que pode ser anexada graças ao fundo magnetizado do tablet.

Fechando o design, temos dois alto-falantes em cada uma das extremidades, botão de ligar/desligar na parte superior e entrada para carregamento na parte inferior. Infelizmente, não temos um sensor de digitais para desbloqueio por aqui.

Mas espera aí, quatro alto-falantes?

Você não leu errado. Se considerarmos que o tablet foi planejado para ser usado na horizontal – o que é indicado pelo posicionamento da sua câmera frontal de 8 megapixels, o Tab G70 traz quatro alto-falantes distribuídos nas suas laterais.

A ideia de optar por alto-falantes duplos, inclusive, poupa o usuário de correr o risco de abafar as saídas ao segurar o tablet durante a reprodução de algum vídeo, série ou até mesmo durante a jogatina.

De qualquer forma, o som que sai do kit é alto, bastante encorpado e com boa espacialidade, não apresentando distorções nem mesmo nos volumes mais altos. Aqui, vemos o foco da Motorola de trazer um bom conjunto para o consumo não apenas de séries e filmes, mas também de músicas e videoclipes; e essa ideia também é reforçada pela tela.

Apesar de não trazer uma tela AMOLED, mas sim optar por uma de tecnologia IPS com 11 polegadas de resolução 2K (2000 x 1200 pixels), o G70 traz uma ótima calibração de cores, fugindo dos tons lavados, mas também pegando leve na saturação. Para quem prefere tons mais vívidos, é possível escolher um perfil mais brilhante nas configurações.

Com bordas não muito grossas, mas também não muito finas – ideais para poder segurar o tablet enquanto assiste alguma coisa, o brilho do display é suficiente para possibilitar o uso do aparelho mesmo em ambientes abertos em um dia não tão ensolarado. Da mesma forma, oferece uma boa experiência em ambientes com pouca iluminação, não “machucando” os olhos.

Em resumo, para quem procura um tablet para assistir aulas, séries e filmes, ou escutar músicas com os alto-falantes embutidos, o Tab G70 pode ser uma companhia que supera grande parte das expectativas.

Ele pode decepcionar, no enquanto, quem está à procura de uma melhor experiência com fones, já que aposta apenas no Bluetooth 5.1 para conexão de periféricos, não trazendo nenhuma certificação de reprodução em alta definição.

Mas vamos com calma, afinal, estamos tratando de um tablet intermediário.

Essa classificação “intermediária”, ou até "intermediária premium” – graças ao acabamento e a presença de recursos como o Dolby, fica mais evidente quando descobrimos o que o Tab G70 traz na sua lista de especificações.

Equipado com um chipset MediaTek G90T e 4 GB de memória RAM, o desempenho do Tab G70 é mais do que suficiente para executar tarefas básicas como navegar na internet, assistir um filme ou uma série; inclusive em multitarefa, desempenhando bem ao ter algumas abas abertas no Chrome enquanto assiste a um vídeo no YouTube, por exemplo.

No entanto, o chipset “entrega” que não é um topo de linha quando falamos de jogos, o que acaba nem sendo tão relevante já que estamos falando de um tablet. Afinal, com essa tela de 11 polegadas, é bem provável que as suas mãos cansem logo após alguns poucos minutos de jogatina.

De qualquer forma, o desempenho é mais do que aceitável em títulos como Call of Duty e PUBG, rodando em uma alta taxa de quadros com os gráficos no médio. Por vezes, é possível ver um ou outro momento de lag, mas nada disso atrapalha a boa experiência como um todo.

Outro ponto que não chega a ser bom, mas que também não decepciona, é a bateria. Apesar do ótimo gerenciamento de energia nos momentos em que está em standby, em nossos testes o tablet apresentou uma autonomia mediana, chegando na casa das 12 horas longe das tomadas sob uso ininterrupto. Isso, levando em consideração o consumo de mídia com brilho e áudio no médio.

Graças ao carregador de 20 Watts incluído na caixa, são necessárias pouco mais de 2 horas e meia para levar a bateria de 7.700 mAh de 0 a 100%; tempo que não é completamente ruim, mas que poderia ser um pouco melhor se a Motorola tivesse optado por incluir um carregador um pouco mais potente na caixa.

Sobre o sistema, nenhuma grande novidade. Aqui, temos o Android 11 rodando sob praticamente nenhuma grande interjeição por parte da fabricante, o que – ao mesmo tempo – acaba sendo bom e ruim.

Se por um lado não temos aplicativos desnecessários e uma interface pesada, o que é bom, temos a baixa compatibilidade do Android com dispositivos de tela grande, o que deixa a sensação de que estamos apenas lidando com um celular gigante.

Mas há algumas surpresas positivas. O Tab G70 traz consigo dois recursos especiais do Google: o Google Entertainment Space e o Google Kids Space, ambos dedicados ao consumo de conteúdo; reforçando a ideia do tablet.

Enquanto o Kids Space traz conteúdo para crianças de até 13 anos, consistindo em uma plataforma que transforma o funcionamento do aparelho para entregar a melhor experiência para os pequenos, oferecendo livros, jogos e aplicativos selecionados por especialistas e professores, a “pegada” do Entertainment Space é um pouco diferente.

Ao arrastar a tela inicial para a esquerda, o usuário terá a visão de um espaço totalmente dedicado ao entretenimento. Dividido em quatro abas: Assistir, Jogos, Ler e Ouvir, o Entertainment Space entrega um carrossel de recomendações das quatro categorias citadas, trazendo listas unificadas de conteúdo a partir dos aplicativos instalados no dispositivo.

Contando com um conjunto simples de câmeras, sendo uma de 13 megapixels com flash LED na parte traseira e uma de 8 megapixels na parte frontal, os sensores embutidos são bons o suficiente para desempenhar tarefas mais simples, mas podem decepcionar quem procura algo a mais.

O software da câmera não traz muitos recursos, ficando limitado apenas ao HDR e ao reconhecimento facial. Além disso, o conjunto de sensores, alinhado ao pós-processamento, deixa em grande parte das vezes as fotos diurnas um tanto quanto artificiais e as fotos noturnas carregadas de chiado. Os vídeos, por sua vez, também apresentam falta de definição tanto de imagem quanto de áudio.

Em resumo, o Tab G70 não chega nem perto de ser um substituto para a câmera do seu smartphone, mas como a grande maioria dos tablets, ele não se propõe a isso. Se você precisa apenas escanear um documento ou participar de uma vídeo chamada, ele é suficiente, mas não espere ir muito além.

Lançado no Brasil na terceira semana de janeiro por um preço sugerido de R$ 2.399 – isso, a versão apenas com WiFi, esse já é o valor praticado para a unidade do Tab G70 com suporte a LTE; o que indica que os preços já começaram a baixar, tornando o modelo uma boa proposta.

Se colocarmos o novo tablet da Motorola frente a um concorrente equivalente da Samsung, como o Galaxy Tab S6 Lite – lançado em 2020, vemos que o preço está bastante equiparado, o que mostra que ou a Motorola está focada em conquistar o mercado nacional do nicho ou que a Samsung está aplicando preços muito altos para um produto lançado há quase dois anos...; ou os dois.

Independente disso, o Tab G70 é uma ótima proposta de tablet e cumpre bem quase todos os requisitos necessários para se encaixar no nicho, contando com uma boa tela, um bom áudio, um bom acabamento e um desempenho suficiente para grande parte das tarefas do cotidiano.

Mas há alguns deslizes. A bateria e a câmera poderiam ser um pouco melhores e a falta de acessórios oficiais como uma case de teclado ou até mesmo uma caneta pode deixar alguns usuários de calça curta.

De qualquer forma, o lançamento da Motorola é um excelente fôlego para o mercado nacional, já que traz um concorrente competente para a lista de tablets disponíveis ao consumidor. E afinal, quanto mais concorrência, melhor.

Pontos positivos e negativos

Mas e você, o que achou do novo tablet da Motorola? Conta para a gente aqui nos comentários! Ah, e antes que eu esqueça, os melhores preços para o Tab G70 você pode encontrar nos cartões abaixo! Até a próxima!

O Motorola Moto Tab G70 ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.