Ao longo desta semana, você pôde acompanhar com o TudoCelular, em uma cobertura in loco, o Snapdragon Tech Summit, direto de Maui, no Havaí. O evento serviu como palco para a Qualcomm anunciar novos chipsets para dispositivos móveis (1, 2), computadores e mais.

O presidente da empresa, o brasileiro Cristiano Amon, teve um momento com a imprensa para tirar dúvidas sobre os novos produtos, as tecnologias apresentadas e pretensões para o futuro da empresa. Você confere os detalhes a seguir:

Questionado pelo TudoCelular sobre uma possível criação de variante Plus para o Snapdragon 865 – assim como ocorreu no antecessor Snapdragon 855 –, o executivo ressaltou que a Qualcomm está satisfeita com o desempenho do seu mais recente chip.

Apesar disso, ele não descarta um surgimento de uma atualização “turbinada” da mais recente plataforma móvel no futuro, mas é algo que ainda não está no radar da empresa de semicondutores.

“Estamos muito empolgados com a performance do Snapdragon 865 por agora. Acredito que não tenha nada como ele. Nós completamente redefinimos essa categoria. Mas, nunca diga nunca, talvez possa haver uma versão Plus, ou talvez não. Ainda não sabemos.”

Cristiano Amon

Presidente da Qualcomm

Em junho deste ano, existia a expectativa que a Qualcomm trocasse a produção em 7 nm da TSMC para a Samsung, na fabricação do Snapdragon 865. No entanto, a empresa manteve a parceria com a companhia taiwanesa e terá a coreana apenas no fornecimento das plataformas intermediárias, Snapdragon 765 e 765G.

Sobre a decisão, o presidente global da empresa destacou a relevância de ser uma das poucas a contar com mais de uma fornecedora para essa litografia, além de ressaltar a boa relação com ambas as parceiras.

“Nós tivemos uma estratégia muito bem-sucedida por vários anos, que foi ter múltiplos fornecedores para chips. Temos uma boa relação com a TSMC e a Samsung. Creio que sejamos, de forma muito orgulhosa, uma das poucas companhias que possuem mais de um fornecedor em 7 nm.”

Quando questionado sobre o impasse entre o governo norte-americano e a Huawei – uma das principais fornecedoras de infraestrutura para 5G no mundo –, Amon ressaltou que uma resolução sobre o caso beneficiaria a indústria como um todo e os consumidores.

Contudo, ressaltou que – independente dos problemas entre a fabricante chinesa e os Estados Unidos – a rede móvel de quinta geração segue em avanço ao redor do mundo, mesmo em mercados com forte presença da Huawei.

“Hoje, nossa relação com a Huawei é complexa. Ela é nossa consumidora e parceira. Nossa observação sobre o que aconteceu para a indústria é que, independente dos problemas da Huawei com o governo dos Estados Unidos, o 5G não parou. Incluindo Europa e outros mercados que têm uma grande presença da Huawei. 5G tem sido lançado e avançado. E nós vemos outros fornecedores de infraestrutura, como Ericsson e Nokia.”

Brasil está atrasado?

Cristiano comparou o avanço do 5G com o lançamento do 4G, quando os Estados Unidos lançaram a rede primeiro, posteriormente novas empresas da área foram criadas, e outras regiões começaram a aderir a essa tecnologia, além de transformações econômicas e sociais geradas como consequência.

Na rede móvel de quinta geração, mais localidades iniciaram o desenvolvimento desde o começo, como China, Europa e Coreia do Sul. Para o Brasil, entende que este ano serviu para encorajar o progresso no país e espera que todo o procedimento de espectros e criação de infraestrutura aconteça de forma mais ágil.

“Acredito que há, agora, um entendimento claro que o 5G tem uma importância estratégica. Especificamente ao Brasil, penso que mesmo 2019 tem sido o ano de início do desenvolvimento. Nós encorajamos o progresso que acontece com a identificação de frequências e, pela perspectiva da Qualcomm, desejamos que o processo corra mais rápido.”

Mensagem aos governos da América Latina

Cristiano ainda deixou uma mensagem aos governos da América Latina. Para o brasileiro, é necessário se importar com o desenvolvimento da infraestrutura do 5G, com a modernização das redes, para que as pessoas gerem novos tipos de negócios por meio dessa tecnologia.

“A mensagem que eu tenho aos governos da América Latina: é mais importante para permitir a modernização das redes de telecomunicações, o desenvolvimento da infraestrutura, o quanto de dinheiro você vai criar e o quão complicado ou restrito será a licença do espectro. Porque você precisa promover o desenvolvimento da tecnologia e, com isso, as pessoas que a usam possam criar mais negócios.”

E aí, o que você achou das declarações de Cristiano Amon sobre os mais variados assuntos debatidos no Snapdragon Summit? Deixe sua opinião nos comentários abaixo!

O jornalista Wesley Moraes viajou ao Hawaii para o Snapdragon Summit a convite da Qualcomm