Economia e mercado 17 Jun
O mercado de smartphones está em queda no mundo todo - e também no Brasil -, como as principais pesquisas e estudos de mercado mostram. Alguns motivos explicam isso, como a diminuição do ritmo de inovação e o aumento de preço, que forçam consumidores a ficar mais tempo com seus dispositivos, mas um detalhe particular que preocupa a indústria é o mercado premium, que tem números ainda mais em queda no primeiro trimestre de 2019.
Alguns analistas avaliam que esse segmento entrou em colapso no período. As remessas globais de smartphones com valores acima de US$ 400 (R$ 1528,60 em conversão direta) apresentaram queda de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, como mostra o último relatório da Counterpoint Research.
Economia e mercado 18 Jun
Comparados ao mercado global de smartphones, o número é especialmente preocupante: IDC e o Strategy Analytics, que também divulgaram relatórios, estimaram que o as vendas globais de smartphones caíram 6,6% e 4%, respectivamente, no primeiro trimestre de 2019, em comparação com o primeiro trimestre de 2018. Na prática, o segmento premium tem desempenho pior que os de entrada e intermediários, e a culpa disso é da Apple.
Juntas, Apple, Samsung e Huawei foram responsáveis por 88% dos embarques mundiais de smartphones premium entre janeiro e março. A Maçã domina esse mercado com 47% dos dispositivos embarcados, mas as vendas de iPhone caíram 20 por cento, permitindo à Samsung capturar um quarto do bolo, à frente da fatia de 16 por cento da Huawei. As duas companhias asiáticas possuíam, no ano passado, 22% e 10% do total, respectivamente, e os números da Apple seguem em queda, já que a gigante de Cupertino detinha 58% em 2017 e 51% em 2018.
Um dos fatores apontados por analistas para justificar a queda da Apple são os ciclos mais longos de substituição do iPhone. Contudo, os especialistas da Counterpoint apontam também que os aparelhos high-end da Samsung simplesmente oferecem melhor valor a preços similares. A linha Galaxy S10, por exemplo, tem sua popularidade ancorada em sua diversidade de modelos e design atraente. Já os flagships da Huawei se destacam pelo desempenho da câmera, tecnologia de inteligência artificial e qualidade de construção. Contudo, as questões políticas envolvendo os EUA impedem uma análise otimista para os próximos trimestres.
O grande destaque dessa análise é a presença da OnePlus, dominando a categoria "outros". Os 'flagship killers' são bastante populares na Índia, graças a seus preços razoáveis. Recém-desembarcados nos EUA, a marca chegou ao quarto lugar no mercado norte-americano, atrás ainda do Google e à frente de Motorola e LG. EM escala global, a empresa detêm 2% de participação, o que pode não parecer muito, mas deixa a empresa comandada por Pete Lau virtualmente próxima ao Google.
Esse número é particularmente impressionante, já que o OnePlus 6T era praticamente o único smartphone da marca disponível no primeiro trimestre do ano, que preparou o terreno para a chegada dos OnePlus 7 e OnePlus 7 Pro, que foram lançados recentemente. Vale destacar que o OnePlus ficou em quarto lugar no primeiro trimestre de 2019, não apenas na América do Norte, mas também nas regiões do Oriente Médio e África (MEA), Europa Ocidental (WE) e Europa Central e Oriental (CEE).
Por outro lado, o Google - terceiro colocado no mercado norte-americano - só ficou entre os cinco primeiros na Europa Ocidental, enquanto a Motorola fez seu melhor desempenho na América Latina, mercado que também viu um bom desempenho da Sony, que brilhou na região Ásia-Pacífico (excluindo a China).
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