Economia e mercado 23 Jul
Anunciado em fevereiro desse ano como uma aposta do Banco Central para substituir DOCs e TEDs, o PIX teve oficialmente publicado o seu regulamento pelo Banco Central na última quarta-feira (12/08), dando assim mais um passo em direção à disponibilização da solução para usuários e instituições.
Previsto para ser lançado em outubro (antes da data inicial que considerava novembro como meta), a solução vem sendo observada com atenção por operadoras de telefonia, que veem a possibilidade de oferecer novas soluções atreladas aos créditos pré-pagos e de economizar com a simplificação de pagamentos e recargas.
Segundo analise feita por Renato Ciuchini, vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, o PIX pode ser a oportunidade de melhorar a experiência do cliente e otimizar o uso de recursos de empresas, sendo citado que só em gastos relacionados à faturamentos e recargas, operadoras dispensem cerca de R$ 1 bi anualmente.
“Minha estimativa é que as operadoras do Brasil gastem, entre arrecadação de fatura e de recarga, em torno de R$ 1 bilhão por ano. [Com o PIX] existiria melhora de experiência do cliente, na eficiência e nos custos. Participamos do grupo de trabalho do Banco Central e estamos nos preparando para ingressar e usar o PIX como meio de pagamento dos nossos serviços. Vemos isso como grande oportunidade nos próximos meses e em 2021”.
Um dos pontos que foi também citado por Ciuchini para elevar esse custo é a dificuldade na reativação de contratos inadimplentes, que são algumas vezes baseados na confiança da declaração de pagamento, tendo em vista que o sistema bancário demora até 3 dias úteis para processar a baixa do boleto.
Outro ponto revelado por Ciuchini foi a possibilidade de as operadoras aproveitarem o PIX para oferecer o serviço de carteira virtual, o que pode ter como base a integração com a base pré-paga, sendo ainda estudado outras possibilidades, o que é classificado como confidencial pela TIM.
“Talvez a maior carteira digital do País é a wallet pré-paga das operadoras, que gira em torno de R$ 20 bilhões por ano. Com a integração com o PIX, estamos estudando como ir além do pré-pago. Estamos em fase de desenvolvimento, é confidencial ainda mas existe potencial nesse espaço”
Entre os entraves que podem dificultar a implementação do serviço de carteira virtual, será possível acima de tudo entender como será feita a tributação desse valor, tendo em vista que atualmente, os créditos pré-pagos integram a base de ICMS sobre serviço de telecomunicações, algo que ao menos teoricamente, não faria sentido para um serviço de carteira virtual.
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