A Samsung, desde o ano passado, se preparava para instaurar sua nova era de televisões com a tecnologia Quantum Dot. Os novos “pontos quânticos” compõem telas capazes de emitir sua própria luz e controlar cada um dos pixels individualmente, oferecendo melhor contraste e fidelidade de cores ao display com uma camada extra de inovação.

Nesta quinta-feira (12), a sul-coreana oficializou essa novidade ao publicar uma página dedicada que detalha o funcionamento de seu Quantum Dot. As televisões que implementarem essa tecnologia serão chamadas de QD-Display, e segundo os rumores mais recentes, os primeiros modelos serão apresentados em 2022.

Em sua página oficial, a gigante tecnológica sequer menciona o OLED, mas seus detalhes explicitam que as tecnologias compartilham as mesmas raízes. A estrutura das telas é conhecida, essencialmente equipada com emissores orgânicos azuis capazes de produzir sua própria iluminação e controlar a energia dos pixels individualmente.

O diferencial da tecnologia é que o painel azul recebe uma matriz adicional chamada de “camada QD”, que contém os pontos quânticos vermelhos e verdes. Esses pontos são cristais semicondutores capazes de agir sobre o comprimento de onda da luz para gerar qualquer tom a partir da luz azul.

A Samsung defende que o espectro azul é prejudicial ao olho humano e reforça que as telas QD podem reduzir a emissão dessa luz em até 50% em comparação às TVs LCD.

“A luz azul da camada luminescente reduz a porção de luz azul, por isso pode ser relativamente mais segura de ameaças à saúde ocular”, argumenta a sul-coreana, citando que os raios azuis podem causar desconforto visual, danos à retina, problemas de sono e envelhecimento prematuro da vista.

A nova solução também promete maior fidelidade para todos os níveis de cor a partir dos pontos quânticos, ultrapassando 80% de cobertura da gama BT.2020 — em comparação, telas “convencionais” raramente chegam a 60% de cobertura. Para mais, o QD-Display deve entregar imagens consistentes em diferentes ângulos ao emitir luz em todas as direções igualmente.

Não é surpresa que essas televisões entregaram a resolução Ultra HD e um dos melhores alcances dinâmicos do mercado — a luminescência varia entre 0,0005 nits para o preto e pico de 1.000 nits para o branco. Monitores e outros dispositivos também devem ser beneficiados com a tecnologia.

O Quantum Dot promete atenuar um problema observado em telas com cristal líquido, já atenuado pela tecnologia OLED — o brilho residual. Com a capacidade de controlar a emissão de luz em pixels individuais, o display definirá o preto com mais precisão, evitando problemas como o vazamento de luz.

Em suma, a principal mudança em comparação aos diodos orgânicos tradicionais será a melhor saturação de cores em diferentes níveis de brilho, um dos melhores alcances dinâmicos, profundidade de imagem com contraste de 1.000.000:1 e mais conforto aos olhos, embora haja um grande debate em torno dos verdadeiros impactos da luz azul.

A Samsung não especifica a data de lançamento das primeiras telas com Quantum Dot, mas sua página oficial sugere que o público pode esperar uma apresentação oficial no início de 2022 durante o Consumer Electronics Show (CES).

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