12 Novembro 2018
O Moto E5 chegou ao Brasil poucas semanas após o anúncio global, feito junto com a apresentação da família Moto G6, em um evento realizado em São Paulo. O dispositivo ainda mais barato que o Moto G6 Play oferece a mesma bateria, mas tem processador com metade dos núcleos, metade do armazenamento interno e 1GB de RAM a menos. Mas custa só R$ 100 a menos.
A gente viu que o Moto G6 Play surpreendeu com um multitarefas melhor que seus irmãos mais potentes. O Moto E5 também tem a resolução HD+, mas traz apenas 2 GB de memória RAM, o que nos leva a crer que não vai repetir o bom multitarefas do modelo mais potente. Além disso, o smartphone tem a plataforma Snapdragon 425, com processador de quatro núcleos.
E aí fica a questão: será que o Moto E5 vale a pena? É claro que o dispositivo não foi desenvolvido para entregar um desempenho bom, mas será respeitável, considerando sua faixa de preço? É o que vamos conferir nas próximas linhas.
Começamos com o nosso teste de velocidade de abertura de aplicativos. A nossa lista de sempre traz 12 apps, entre nativos, populares e alguns mais pesados, incluindo jogos. A lista, se você não conhece ainda, inclui relógio, câmera, galeria, configurações, Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon GO e Asphalt 8.
Depois de abrir cada um, a gente volta ao relógio para iniciar a segunda volta e reabre um por um. Se algum deles precisar recarregar do zero, significa que o aparelho não oferece um multitarefas satisfatório.
A primeira volta no Moto E5 demorou um 1min37s para ser completada. E, com praticamente todos os aplicativos recarregando do zero, a segunda volta teve o mesmo tempo. Sendo assim, o tempo total ficou em 3min14s.
Até que não está tão ruim, se você observar que o Moto G5, que tem o Snapdragon 430, com processador de oito núcleos, foi mais devagar que o modelo de entrada de 2018. Nem preciso dizer que o tempo também é melhor que o da família Moto E4.
Refizemos o teste do AnTuTu para ver se a variação seria muito grande. Em duas novas tentativas, o Moto E4 se manteve na faixa dos 44 mil pontos. No final, desceu um pouco, para 44.747, mas essas pequenas variações são normais nessa ferramenta.
É difícil fazer uma comparação com modelos mais antigos por conta do novo algoritmo do AnTuTu, que aumentou em 25% a 35% as pontuações nos smartphones. O Redmi 5A, que tem hardware parecido e testamos recentemente, ficou na mesma faixa de pontuação. E foi um pouco mais lento no teste de velocidade.
Passando agora para uma ferramenta com menos variações a cada teste realizado, o GeekBench apontou 656 pontos no single-core e 1.839 no multi-core no teste de CPU. Já no teste de GPU, foram 1.422 pontos.
Tudo dentro do esperado para um dispositivo com o Snapdragon 425 e 2GB de memória RAM.
No 3D Mark, o teste Sling Shot Extreme nem sequer foi disponibilizado para passar no Moto E5. Então, passamos apenas o Sling Shot, mesmo. E só a API OpenGL foi testada, nada de Vulkan aqui, que não é suportada.
A pontuação final foi baixa, como era de se esperar: apenas 68 pontos. Ao menos foi mais do que os 55 do Redmi 5A.
E na última ferramenta que a gente passa, o GFX Bench, tudo correu bem. Conseguimos fazer o Manhattan 3.1 e o T-Rex sem problemas, com a tela ligada e desligada. Eis os resultados:
- Manhattan 3.1
- Onscreen: 352,9 quadros (5,7 fps)
- Offscreen: 173,1 quadros (2,8 fps)
- T-Rex
- Onscreen: 726,7 quadros (13 fps)
- Offscreen: 427,5 quadros (7,6 fps)
Com a ferramenta Gamebench, a gente fez o teste de taxa de quadros em alguns títulos populares da Google Play Store. O Moto E5 apresentou desempenho ok para o hardware que traz, não chegando ao máximo em nenhum jogo, claro, mas trazendo uma performance aceitável em alguns games mais leves.
Subway Surfers rodou com bastante engasgo, e Modern Combat 5 também teve média mais baixa do que o esperado. Mas Asphalt 8 rodou legal, assim como Vainglory e Clash Royale. Injustice 2 também dá para jogar, se você não for exigente.
Já o PUBG rodou de maneira até aceitável. Claro, com gráficos mínimos, mas dá para se divertir um pouco, ao menos.
FPS | CPU | GPU | Memória | |
Asphalt 8 | 28 | 21% | - | 570 MB |
Clash Royale | 53 | 12% | - | 330 MB |
Injustice 2 | 24 | 23% | - | 576 MB |
Modern Combat 5 | 25 | 70% | - | 484 MB |
PUBG Mobile | 23 | 44% | - | 682 MB |
Subway Surfers | 52 | - | - | - |
Vainglory | 33 | 16% | - | 386 MB |
O Moto E5 não decepcionou para um dispositivo de entrada com hardware já bastante ultrapassado. Os resultados no teste de velocidade e até de benchmarks foi superior a modelos de entrada e até um ou outro intermediário do ano passado, uma evolução bem interessante para a proposta do aparelho.
Uma pena que a Motorola pesou a mão no preço. Com o valor cobrado pelo Moto E5, dá para você levar um Moto G6 Play, que já é consideravelmente superior, desembolsando cerca de R$ 100 a mais, dependendo da loja onde você for fazer a compra.
Enfim, o dispositivo foi desenvolvido para entregar o básico, e isso ele faz muito bem. Uma pena o valor elevado para um dispositivo com apenas 16 GB de armazenamento interno, que já faz tempo apontamos ser pouca coisa. Ainda mais no Brasil, onde os usuários gostam de compartilhar fotos e vídeos no WhatsApp e outras redes sociais.
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