Não é novidade que a Inteligência Artificial (IA) tem se mostrado uma ferramenta poderosa não apenas na tecnologia, como também em diversas áreas do conhecimento humano. Utilizando IA, astrônomos foram capazes de identificar mais de 100 mil novas crateras na Lua, enquanto empresas como a Microsoft defendem o uso do recurso como uma maneira de trazer maior acessibilidade a pessoas com deficiência.

Agora, novo estudo realizado por cientistas europeus liderados por pesquisadores do Instituto Max Planck de Psiquiatria, na Alemanha, demonstra como a IA pode ser um fator de grande importância também na Medicina. A equipe utilizou o NeuroMiner, programa de Machine Learning presente no GitHub, para identificar quando sintomas psicóticos irão se manifestar em pacientes de alto risco.

A psicose é uma condição tratável com inúmeras causas. Ela é caracterizada por uma perda da conexão com a realidade, podendo incluir alucinações, comportamentos impróprios, discurso sem sentido e mais. Entre suas causas estão doenças como esquizofrenia e transtorno bipolar, ou mesmo situações como a privação do sono, traumas, estresse e abuso de álcool e drogas.

Atualmente, os médicos utilizam o modelo de Clinical High-Risk (CHR) para prever casos de psicose em pacientes. No entanto, o paradigma requer diagnóstico intensivo realizado por profissionais treinados em unidades médicas especializadas, algo que está fora do alcance da grande maioria da população mundial. Fora isso, de acordo com a pesquisa, o CHR é questionável, já que possui índice de acerto de 22%.

Para o desenvolvimento da nova IA, de maneira bastante resumida, os cientistas europeus reunirão dados utilizados por esses profissionais e os combinaram com os algoritmos do programa, obtendo índice de sucesso muito próximo ao dos especialistas. Diante disso, os cientistas concluíram que o uso da ferramenta apresenta precisão suficiente para justificar seu uso como ferramenta de suporte clínica.

A notícia é excelente e indica que, com essa IA, um número significativamente maior de pessoas que dependem de cuidados especiais poderão ser diagnosticadas em todo o mundo, mesmo em locais onde serviços de saúde especializados não estejam disponíveis.