A Meta confirmou uma atualização de grande porte para o algoritmo de sugestão de conteúdo do Instagram, agora fazendo com que a rede social priorize produtores de conteúdo originais – e penalize o que chamou de “republicadores seriais”.

O termo se aplica a contas que existem apenas com o propósito de roubar conteúdos: um reel particularmente interessante é baixado por uma dessas contas e republicado como se ela fosse a autora, efetivamente atraindo engajamento para ela, não para o autor original.

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O problema é uma reclamação constante de usuários e criadores de conteúdo. Adam Mosseri, que chefia o Instagram e o Threads globalmente, é constantemente alvo de questionamentos sobre o funcionamento do algoritmo – o executivo quase sempre aparece dialogando com usuários, prestando contas.

Entretanto, à medida que o Instagram passou a priorizar o Reels sobre outros conteúdos, as recomendações de postagens exibidas também começaram a mostrar uma onda de vídeos curtos de contas que você não segue. Até então, no entanto, o algoritmo da rede social não diferenciava o conteúdo do autor – meramente, ela enxergava os números de engajamento de uma postagem e a entregava a mais usuários como um “conteúdo quente”.

“Pirateiros” de conteúdo perceberam esse detalhe, capitalizando em cima e roubando materiais de outras pessoas apenas para repostá-los, eles próprios, e roubando os números de audiência dos criadores originais. O próprio TudoCelular já foi vítima frequente desse tipo de pirataria.

Sem entrar em termos muito técnicos, o Instagram confirmou que o algoritmo agora tem como identificar a origem de um conteúdo além da conta que o postou, analisando se o material visualizado vem mesmo daquele perfil.

Ao identificar inconsistências, a própria rede – por meio de sua inteligência artificial (IA) – tratará de remover o conteúdo ofensor, penalizando a conta por trás da pirataria. Se a conta tiver engajado nesta atividade 10 ou mais vezes em um período de 30 dias, elas serão temporariamente removidas da aba “Explorar”, a guia dentro do app do Instagram de onde vêm as principais recomendações de conteúdo.

A janela de tempo mais expandida, segundo a rede, tem duas funcionalidades: a primeira é derrubar os “agregadores seriais” – contas que vivem dessa prática e comumente publicam dezenas de conteúdos roubados todo dia. A segunda é separar essas contas de, digamos, repostagens comentadas ou que agregam mais conteúdo ao material original (como os vídeos de “reação” a temas, por exemplo). Estas seguem protegidas e recomendadas normalmente.

Mais além, o Instagram passará a adicionar etiquetas de identificação que creditam o criador original. Há casos em que os agregadores marcam perfis originalmente donos de um determinado conteúdo, mas a esmagadora maioria desses perfis não oferece isso, a fim de evitar serem descobertos e denunciados.

Finalmente, o algoritmo também conta com um “novo sistema de ranking” que, segundo a Meta, “permitirá que todos os criadores de conteúdo tenham chances iguais de engajamento e fama”.

Explicando: atualmente, o Instagram recomenda conteúdos por meio de um sistema baseado em engajamento. Na prática, não é tanto o número total de seguidores quem determina que você “apareça”, mas sim o quanto os seus seguidores atuais interagem com o que você publica.

O problema está na prática: embora esse prenúncio sirva em contas com alguns milhares de seguidores, audiências verdadeiramente gigantescas – coisa de “milhões” de seguidores – ainda levavam vantagem, sendo servidas a mais pessoas.

A nova ideia usa de um sistema de “beta entrega”, na falta de um termo melhor: conteúdos vindo de contas gigantescas ou menores são servidos a uma parcela pequena e aleatória de usuários. O engajamento com essa parcela determina que a entrega do conteúdo vá aumentando gradualmente e, assim (ao menos, na visão da Meta), criadores menores e maiores terão chances iguais de viralizar.

As novas medidas já estão em fase de implementação e devem começar a ser percebidas nos próximos dias.