Economia e mercado 19 Dez
Atualização (6/2/2024) - HA
A vacina contra a dengue, Qdenga, já está disponível no Sistema Único de Saúde, o SUS, com a farmacêutica Takeda priorizando o fornecimento ao sistema público de saúde. Agora, a empresa anunciou que não venderá o imunizante para clínicas privadas, destinando apenas as doses necessárias para completar o esquema vacinal.
Em comunicado, a empresa afirmou que vai se concentrar em atender prioritariamente ao Ministério da Saúde, visando promover o acesso integral e gratuito à vacina contra a dengue para a população brasileira. A empresa garantirá a entrega de 6,6 milhões de doses para 2024 e mais 9 milhões de doses para 2025, buscando alternativas para aumentar a disponibilidade de doses no país.
A Takeda também prepara um plano estratégico para incrementar o fornecimento global da vacina, visando atingir a meta de 100 milhões de doses por ano até 2030. No Brasil, a empresa busca parcerias com laboratórios públicos nacionais para acelerar a capacidade de produção da vacina e atender à demanda do SUS.
Os estudos de segurança e eficácia da vacina Qdenga foram realizados ao longo de quatro anos e meio, envolvendo mais de 28 mil voluntários, incluindo crianças e adultos. A análise dos dados demonstrou uma taxa de eficácia de 80,2% contra casos sintomáticos de dengue um ano após a imunização, com duas doses.
A eficácia contra hospitalizações foi de 90,4% após 18 meses da vacinação, reduzindo significativamente a incidência da forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica.
Texto original (21/12/2023)
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (21) que a vacina contra dengue chamada de Qdenga (TAK-003) vai ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e a distribuição do novo imunizante deve começar em fevereiro de 2024 para grupos prioritários.
O registro da vacina pertence ao laboratório japonês Takeda Pharma e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a utilização do imunizante no país em março deste ano. Segundo a Anvisa, a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos.
Incorporamos a vacina da dengue ao #SUS. O Brasil será o primeiro país com sistema universal como o nosso a dar acesso público a ela. Entretanto, as doses oferecidas pelo fabricante são poucas para o tamanho da população. Teremos que priorizar áreas e grupos mais vulneráveis. (+)
— Nísia Trindade Lima (@nisia_trindade) 21 de dezembro de 2023
De acordo com o Ministério da Saúde, a nova vacina vai ser aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. O imunizante é composto por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença.
A nova vacina vai poder ser aplicada em quem já teve a doença e também em quem nunca foi infectado. Até então, o único imunizante contra a dengue disponível no Brasil era o Dengvaxia, produzido pelo laboratório Sanofi Pasteur, da França.
Contudo, a aplicação do Dengvaxia só é recomendada para quem já foi infectado com o vírus da dengue, pois essa vacina protege contra uma possível segunda infecção, que, no caso da dengue, pode se manifestar de forma mais agressiva e levar à morte.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, o SUS deve oferecer 6,2 milhões de doses da Qdenga ao longo de 2024, que devem ser usadas em cerca 3,1 milhões de pessoas, tendo em vista que esse novo imunizante é aplicado em um esquema de duas doses.
Inicialmente, a vacinação será focada em "público e regiões prioritárias". Contudo, o ministério não informou maiores detalhes sobre os critérios. Vale citar que a Qdenga tem uma eficácia de 80% para a dengue, e 90% para as formas grave da doença.
Conforme apurou o portal g1, o Brasil registrou mais de 1,6 milhão de casos de dengue em 2023, um aumento de 15,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Até dezembro de 2022, esse dado era 1,3 milhão. As mortes também subiram de 999 para 1.053.
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