Segurança 16 Ago
Julian Assange não gosta do Google. E também não se dá com a candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton. Seus problemas com ambos vem de longa data, e o fundador do Wikileaks pretende derrubar ambos até as eleições presidenciais americanas, que serão realizadas em 8 de novembro.
O ativista da internet promete publicar documentos contra Clinton e contra o Google toda semana até as eleições presidenciais. Assange garante que vai atacar também outros eixos de poder dos EUA, como as companhias petrolíferas e o exército. No entanto, não é de hoje que ele tenta derrubar a gigante das buscas. Em 2014, o fundador do Wikileaks escreveu um livro chamado “Quando o Google Encontrou o Wikileaks”, no qual declara:
Ninguém quer acreditar que o Google tornou-se mal. Mas tornou-se. O mandato de Schmidt como CEO levou o Google a se misturar com as estruturas mais sombrias do poder dos EUA enquanto se expandiu para uma megacorporação geograficamente invasiva.
Para Assange, as relações pouco confiáveis entre Google e Clinton na época em que ela era secretária de estado são um perigo. O fundador do Wikileaks nunca gostou do fato de a gigante das buscas tentar centralizar toda a internet. Já seu problema com a presidenciável se resume basicamente ao fato de ela tê-lo acusado de agir contra a segurança e as relações internacionais do país ao revelar documentos “roubados”.
Assange contra o Google
O Google entrou na mira de Assange em 2009, quase, segundo ele, a empresa começou a trabalhar junto ao governo federal. O fundador do Wikileaks já publicou diversos documentos que parecem ligar a gigante das buscas, ou ao menos alguns de seus funcionários, a operações no Afeganistão e no Irã.
Incluindo tentativas de um oficial do Departamento de Estado (que posteriormente foi trabalhar para o Google) de levar operadoras de telefonia afegãs para bases militares americanas, bem como reuniões com líderes iranianos, supostamente com o apoio do Departamento de Estado dos EUA – aponta reportagem do site Recode.
Porém, o problema piorou quando Eric Schmidt, ex-CEO do Google e atual presidente do conselho da companhia, foi convidado, em março deste ano, a chefiar um conselho de inovação tecnológica do Pentágono. Mas, como aponta o Recode:
Enquanto certamente faz sentido para o Pentagono cortejar o maior talendo em tecnologia do país, aqueles preocupados com a relação colaborativa entre a vigilância doméstica em massa e companhias de tecnologia como o Google podem sentir desconforto com o relacionamento formalizado entre Schmidt e o Pentagono. No entanto, para ser claro, Schmidt não tem se envolvido com o dia a dia do Google desde 2011.
Para piorar, Schmit, diz Assange, trabalhou próximo à campanha de Hillary Clinton para a presidência por anos. De fato, há uma startup responsável pela análise de dados trabalhando para o comitê de Clinton que possui suporte de Schmidt.
Será o bastante?
Não dá para saber se os documentos em posse de Assange são suficientes para, de fato, derrubar a candidatura de Hillary Clinton, mas, até agora, nenhuma de suas revelações parece ter conseguido sequer diminuir a intenção de votos na candidata. Para piorar, o adversário da antiga primeira-dama e ex-secretária de estado, Donald Trump, também não ajuda em nada as intenções do fundador do Wikileaks.
Quem sabe, ao menos, ele finalmente consiga atingir o Google de alguma forma ou de outra. Aqui no TudoCelular estaremos atentos para quaisquer revelações bombásticas que possam surgir.
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