Android 28 Nov
A Uber tem enfrentado diversos escândalos recentemente e a crise na empresa tem até feito com que ela perca valor de mercado e adie uma possível oferta de ações na bolsa de valores.
Nós já mostramos aqui que a empresa pagou para que hackers não divulgassem o vazamento de dados de 57 milhões de usuários e que ela teve que suspender seus serviços em Israel uma semana após estrear.
Agora, um ex-funcionário da Uber disse ontem (28/11) que a empresa tinha uma equipe dedicada para roubar e esconder dados roubados de concorrentes. Essa informação foi revelada por Richard Jacobs em uma carta divulgada na web.
O ex-funcionário não quis revelar quais empresas a Uber espionava, mas destacou que esse "departamento de espionagem industrial" era agressivo e intenso, sendo que até pagou propinas para funcionários de outras empresas vazarem o progresso no desenvolvimento de carros autônomos.
Outra atribuição desse departamento era invadir a conta do GitHub de programadores das empresas rivais da Uber para tentar descobrir códigos secretos dos apps concorrentes. Além disso, eles também coletavam dados dos motoristas de outras empresas, incluindo a localização e trajeto dos carros.
Ainda segundo Jacobs, os segredos roubados eram compartilhados usando ferramentas criptografadas e apps de comunicação em que as mensagens desaparecem após algum tempo. Os servidores que cuidavam dessa ferramenta funcionavam de forma independente dos da Uber e também a partir de locais externos.
Essa revelação caiu como uma bomba na reputação já abalada da Uber e fez com que o juiz responsável pelo processo no qual a Waymo (empresa da Alphabet/Google) acusa a Uber de roubo de sua tecnologia para carros autônomos desmarcasse o julgamento que aconteceria nessa semana. Com isso, a Waymo ganha mais tempo para juntar mais informações para anexar ao processo.
O juiz ainda declarou que não confia nos advogados da Uber porque na revelação, o ex-funcionário declarou que esse departamento de espionagem oferecia treinamento com advogados para esconder das autoridades os rastros de tudo que era feito por lá.
O caso fez com que a Uber, que até então valia US$ 69 bilhões, fosse avaliada, pelo grupo japonês Softbank e alguns parceiros, por um valor de US$ 48 bilhões. Isso faria com que a Uber perdesse o posto de startup mais valiosa do mundo para a chinesa Didi, que domina o mercado de transportes por aplicativo no país, e vale US$ 50 bilhões.
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