A Apple costuma permitir que iPhones com problema sejam substituídos em sua assistência técnica, desde que ainda estejam com garantia vigente, caso haja algum defeito. No entanto, isso muitas vezes acaba por ser explorado por criminosos que roubam aparelhos e não conseguem acessá-los ou não querem ser rastreados.

Afinal, como a gigante de Cupertino pode mudar esse cenário e como isso tem afetado usuários, na prática? O Detetive TudoCelular aborda o tema a seguir.

No final de março deste ano, uma informação do site Engadget dava conta de mudanças nas diretrizes de segurança da empresa nos Estados Unidos, para haver um terminal nos parceiros de assistência técnica, a fim de consultar o IMEI de cada dispositivo no GSMA Device Registry.

Com a iniciativa, seria possível identificar quais são os status do momento de qualquer modelo de iPhone e impedir qualquer ação com ele se for classificado como “roubado”, “perdido” ou “clonado”.

Outra mudança consiste em uma orientação para não deixar que técnicos consertem ou desbloqueiem os iPhones nos quais os clientes não conseguem desabilitar o Find My iPhone.

Novas diretrizes no mundo?

Por ser um banco de dados global, a padronização do método de consulta no GSMA poderia ser aplicada a outros países. As operadoras que integram o serviço atualizam com frequência as informações, o que facilita a implementação das novas diretrizes pela “Maçã”.

A capacidade de ser uma fonte de informações a nível mundial permitiria o uso também em outros países, como o Brasil. Tal qual a própria garantia da marca vale para todos os países com operações oficiais, as mudanças nas políticas poderiam se tornar um padrão da empresa para qualquer lugar. Contudo, essa informação ainda não foi confirmada até o momento.

Após a notícia da futura mudança, o TudoCelular recebeu o relato de um leitor que sofreu com a situação que a Apple pretende evitar no futuro. Segundo a história, o usuário teve um iPhone 11 Pro Max roubado em 2021.

Após o acontecimento, tentou rastrear o celular e não conseguiu. Então, entrou em contato com a “Maçã” e foi informado que o aparelho possivelmente teria sido resetado — o que impossibilitaria o monitoramento da localização.

Na sequência, fez boletins de ocorrência sobre o roubo e a “falsa propaganda” sobre a possibilidade do rastreio. Além disso, entregou o IMEI do celular à polícia local, para rastreá-lo. Contudo, isso somente seria possível quando a pessoa em posse colocasse um chip no dispositivo.

Três meses depois, sem sucesso nos B.O.s registrados, resolveu checar no site da Apple se o iPhone ainda estava na garantia. Foi quando soube que o smartphone tinha sido substituído por uma pessoa. Ao investigar o caso, descobriu que a pessoa deu entrada na garantia em uma autorizada na cidade de Feira de Santana (BA).

A polícia entrou em contato com a loja, cujo técnico explicou que a tela estava travada no logo principal, o que gerou a autorização da troca — mesmo com o registro do roubo. Ao ser questionada sobre a filmagem do local, a autorizada afirmou que apaga as filmagens todo final do mês.

Por último, as investigações da polícia concluíram que os dados usados pelo criminoso na assistência para a substituição do iPhone 11 Pro Max eram falsos — nome, CPF, e-mail e número de celular. Agora, o usuário foi para a Justiça e espera a audiência, marcada para junho.

Atualmente, os dispositivos da Apple contam com um recurso chamado “Bloqueio de Ativação”, encontrado no app Buscar. Ele foi feito para impedir que outra pessoa utilize um iPhone, por exemplo, em caso de perda ou roubo. Entretanto, também pode ser usado em um iPad ou iPod touch.

O funcionamento dele consiste na habilitação automática ao configurar a ferramenta Buscar. Após isso, a Apple armazena o ID nos servidores de ativação e o vincula àquela unidade específica. Checar o Bloqueio de Ativação, por sinal, é uma dica para quem quiser comprar um iPhone usado, antes que feche a aquisição.

Caso o seu aparelho tenha sido roubado, furtado ou perdido, você poderá usar a opção “Marcar como Perdido”. Assim, o portátil terá a tela bloqueada com um código de acesso e poderá exibir uma mensagem personalizada com o seu número de telefone, a fim de ajudá-lo a recuperar o dispositivo.

No relato que contamos acima, esse recurso não geraria efeitos, uma vez que — segundo o técnico — o display não passava do logo da “Maçã”.

O Detetive TudoCelular entrou em contato com a assessoria da Apple no Brasil, para saber mais sobre as atuais diretrizes da empresa para esse tipo de caso, bem como as providências que ela pode tomar em situações assim e se as medidas esperadas para os Estados Unidos também serão aplicadas em solo brasileiro.

Até o momento, esta coluna ainda aguarda o retorno com o posicionamento da companhia. O espaço permanecerá aberto para maiores esclarecimentos no futuro, caso a resposta oficial venha posteriormente.

E aí, você já passou por alguma situação semelhante com a assistência técnica da Apple? Relate para a gente no espaço abaixo.