Economia e mercado 14 Set
Após inúmeros adiamentos, parece que enfim o leilão para as frequências mais altas do 5G no Brasil tem um prazo definido para acontecer: entre os meses de abril e maio de 2021. A informação partiu do ministro das comunicações, Fábio Faria, que afirmou ainda estar em um trabalho com a equipe do ministério para definir "quem pode trazer mais benefícios ao Brasil na tecnologia 5G".
O evento é muito aguardado, por ser o ponto inicial para que a verdadeira tecnologia 5G no Brasil seja implantada. O país já conta com solução mais modesta em funcionamento, o 5G DSS, que se estabelece na infraestrutura do 4G para fornecer as velocidades da nova geração, mas que na prática deixa bastante a desejar, conforme mostraram os testes realizados pelo TudoCelular.
Com o novo prazo do leilão definido, fabricantes e operadoras já começaram a expressar suas opiniões e preocupações a respeito dos procedimentos da implementação da nova rede. A Claro é a mais recente delas, tendo declarado durante o Painel Telebrasil, do site Tele.Síntese, a importância do estabelecimento de regras para o leilão que obriguem o uso do espectro 5G por seus compradores.
De acordo com o presidente da operadora, José Félix, as medidas são necessárias para evitar que "aventureiros" adquiram faixas da nova rede para revenda posterior. O executivo também comentou a possibilidade da migração dos serviços de TV via satélite para a Banda Ku, solução sugerida pela Anatel caso os filtros de antena, que devem impedir a interferência da rede 5G no sinal de televisão. Para ele, o uso dos filtros é a a melhor saída, por custar menos e ser mais rápida.
Félix afirmou que “a questão da interferência já foi muito estudada e já foi mostrado que pode ser mitigada através do uso de filtros. É uma discussão que não sei a quem interessa. Por que faríamos uma migração com custo de 3,5 bi de reais? Seria uma transferência de recursos públicos para a TV por satélite, beneficiando somente os radiodifusores. Não faz o menor sentido. Uma migração dessa natureza não é simples, demandaria muito tempo”.
A Claro é a principal usuária da Banda C, em que opera a TV por satélite atualmente, e já realiza investimentos para a ativação de mais um satélite por meio da StarOne, subsidiária da operadora.
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